Você está aqui:

Destinado a artesãs, produtores rurais e acadêmicos, o evento foi contemplado em edital da Lei Aldir Blanc

Cuias do Baixo Amazonas

Cuias do Baixo Amazonas (Foto: Camila Giusti/Acervo Iphan).

Em 2021, completam-se 18 anos de criação da Associação de Artesãs Ribeirinhas de Santarém (Asarisan), que representa as detentoras dos Modos de Fazer Cuias do Baixo Amazonas, no Pará. Em comemoração ao aniversário da entidade, a Asarisan realizará, nos dias 11, 18 e 25 de maio, o webnário Artesanato tradicional, patrimônio imaterial e propriedade intelectual, envolvendo artesãs e pesquisadoras que vão debater práticas de salvaguarda para a manifestação. As inscrições, que são gratuitas, podem ser feitas por meio de formulário digital. O evento também marca o lançamento site Cuias Aíra, meio de divulgação e comercialização das cuias do Baixo Amazonas.

O webnário é realizado como parte do projeto “Salvaguarda do Modo de Fazer Cuias no Aritapera, Baixo Amazonas, Pará”, que ainda prevê a realização de um seminário de salvaguarda do bem em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a ser realizado no mês de junho. Selecionado em edital da Lei Aldir Blanc, o projeto destina-se a artesãs e artesãos, produtores agrícolas, acadêmicos, técnicos e pessoas com interesse no tema. Os participantes também vão poder enviar perguntas aos expositores.

Festival de Cuias da Região do Aritapera em 2018 (Foto: Alexandre_Nazareth Rocha)O evento de maio será composto por três sessões sobre a experiência de artesãs e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. O objetivo é valorizar o artesanato tradicional e, ainda, difundir métodos e instrumentos para a proteção do Patrimônio Cultural Imaterial e da propriedade intelectual associados aos Modos de Fazer Cuias.

A programação conta com artesãs de outras regiões do Brasil, como Maria José Souza, da Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora (SE), e Ilana Cardoso, que trabalha com artesanato de capim dourado em Mateiros (TO). O webnário também terá participação de pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e outras instituições, como Luciana Carvalho (Ufopa) e Marina Zacchi, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A programação completa está disponível ao final da matéria.

Realizado pela Asarisan, o evento tem apoio do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente (Sacaca) e da Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria da Ufopa. A Asarisan é titular da primeira marca coletiva do Pará registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 2014, e foi a proponente do registro dos Modos de Fazer Cuias do Baixo Amazonas como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan em 2015.

Modos de Fazer Cuias do Baixo Amazonas

Festival de Cuias da região do Aritapera(Foto: Débora Marcial/Acervo Iphan)A prática de fazer cuias é fruto do conhecimento indígena na região amazônica há mais de dois séculos, sendo hoje um ofício conduzido por mulheres em comunidades do Baixo Amazonas, no Pará. Utilizadas por populações amazônicas para tomar banho, cozinhar, desalagar a canoa e tomar tacacá, por exemplo, as cuias são produzidas a partir dos frutos da cuieira, árvore comum na região.

“O tradicional modo de fazer cuias na região caracteriza-se por um longo processo de manipulação de recursos naturais, em especial a casca do cumatê e, evidentemente, a própria cuia”, define o dossiê de registro do bem, citando etapas do trabalho como a retirada dos frutos da cuieira, corte e limpeza do fruto, tingimento, lavagem e ornamentação. “Esse processo tradicional é dominado e praticado por mulheres, constituindo até hoje (…) um ofício exclusivamente feminino.”

Serviço:
Artesanato tradicional, patrimônio imaterial e propriedade intelectual
Data:
11, 18 e 25 de maio de 2021
Transmissão: Canal Cuias Aíra no Youtube

Programação:
Programação Artesanato tradicional e patrimônio imaterial
Dia 11 de maio, às 18 horas
Expositoras:
Luciana Carvalho (Sacaca/Ufopa, Santarém/PA)
Marina Zacchi (Greccos UFS/CNPq, Aracaju/SE
Thaís Brito (Cecult-UFRB, Santo Amaro/BA)
Mediadora: Thais Helena Medeiros (Ouriço Amazônia e Casa Uru Alter hospedaria & alimentação, Santarém/PA)

Marcas coletivas e indicações geográficas de artesanato tradicional
Dia 18 de maio, às 18 horas
Expositores:
Bruno Mileo (Sacaca/Ufopa, Santarém/PA)
Carla Arouca Belas (pesquisadora independente, Canadá)
Patrícia Pereira Peralta (INPI, Rio de Janeiro/RJ)
Mediadora: Patrícia Chaves (LEEA/Ufopa, Santarém/PA)

Patrimônio cultural, marca e indicação geográfica: e agora, o que acontece com meu artesanato?
Dia 25 de maio, às 18 horas
Expositoras:
Ilana Cardoso (Associação Capim Dourado do Povoado de Mumbuca, Mateiros/TO)
Maria José Souza (Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora/SE – Asderen)
Maria Wbiranilda da Silva de Albuquerque (Associação das Mulheres Rendeiras de Marechal Deodoro/AL – AMUT-MD)
Wendy Sherry (Cooperativa dos Artesãos de Barra Nova/AL – Cooperartban)
Mediadora: Júlia Brussi (Ufopa)

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Moisés Sarraf – moises.sarraf@iphan.gov.br
(61) 2024-5526 / (91) 98165-4577
www.gov.br/iphan
www.facebook.com/IphanGovBr
www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr