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Da Vila Vintém, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), o sambista Tiãozinho da Mocidade, 71, vai reunir as referências de sua infância no bate-papo musical desta quinta-feira, dia 09 de abril, na segunda edição da ação Patrimônio Cultural #Emcasa. Realizada a partir da parceria entre Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mestres e mestras da cultura popular, a ação visa a promover, durante a epidemia de coronavírus, bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Nesta edição, o bem homenageado são as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro: partido alto, samba-enredo e samba de terreiro.

“A minha vida começa na Vila Vintém. Uma vila que se forma com gente de muitas origens: sulistas, nortistas, italianos e até árabes. Então, tinha Folia de Reis, Jongo e outras manifestações”, reconta Tioãozinho da Mocidade, que, além de cantor e compositor, é conselheiro do Museu do Samba e Conselheiro da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, agremiação em que ganhou destaque. “E o moleque absorve isso tudo. Aí aconteceu a Mocidade na minha vida. E o samba já foi algo mais natural”, explica Tiãozinho, que é considerado a voz da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Diante da situação de emergência pública por conta da pandemia do novo coronavírus, o bate-papo musical busca dar visibilidade a práticas e saberes de detentores e, ainda, ressaltar a necessidade do isolamento social da população e, também, dos mestres e mestras. Com a recomendação de ficar em casa, a ação vai conectar detentores e público. Tal como outras iniciativas que vêm sendo realizadas, o bate-papo musical será promovido por meio de lives nas redes sociais (transmissões ao vivo feitas dentro de casa).

Toda semana, a casa de um mestre da cultura popular vai irradiar sua história pessoal, sua relação com o bem e, claro, a música que marca sua vivência – e, nessa edição, o samba carioca que se tornou parte da identidade brasileira. O conteúdo será compartilhado nos canais do Iphan, sendo acessado em celulares, tablets e computadores. A ação também é mais um alerta para as medidas de contenção do coronavírus, especialmente em circuitos de mestres e mestras, já que muitos deles compõem os grupos de risco para a doença.

Vale lembrar: durante a quarentena, é importante evitar visitas a pessoas desses grupos, como idosos e pessoas com doenças crônicas (hipertensão e diabetes, por exemplo). Beijos e abraços ficam para depois da pandemia. Como artistas e fazedores de cultura estão impedidos de realizar shows ou apresentações, estimular a aquisição de produtos desses mestres, como CDs, livros e artesanato, é um reforço à saúde de detentores e à reprodução de nossa cultura. Mais uma coisa: sempre que possível, lavar as mãos com água, sabão e álcool em gel.

As Matrizes do samba

Reinterpretando influências rítmicas, poéticas e musicais do jongo, do samba de roda baiano, do maxixe e da marcha carnavalesca, emerge o samba do Rio de Janeiro a partir de três formas: o partido alto, o samba-enredo e o samba de terreiro. Assim, em 2007, as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro foram inscritas no Livro de Registo das Formas de Expressão, sendo reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil.

Conforme dossiê de registro do bem, o partido-alto é o samba vinculado ao cotidiano, a partir da criação coletiva e cuja estrutura é marcada pela improvisação. Já o samba-enredo é o ritmo inventado nas rodas do bairro do Estácio de Sá e, gradativamente, apropriado pelas escolas de samba para animar desfiles de Carnaval. E o samba de terreiro, por fim, é expressão da quadra da escola, do quintal, do subúrbio e da roda de samba do botequim.

Serviço
Patrimônio Cultural #Emcasa
Data: 09 de abril de 2020, às 18h
Local: na sua casa
Para assistir, basta acessar as redes sociais do Iphan:
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Mais informações para imprensa
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Moisés Sarraf – moises.sarraf@iphan.gov.br
(61) 2024-5526 / (91) 98165-4577