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04.07.2018 – 14:45

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, lançaram, nesta quarta-feira (4), o Programa de Capacitação #economiacriativagerafuturo. Resultado de parceria entre os dois ministérios, o programa vai oferecer cursos profissionalizantes em diversos segmentos da economia criativa para 8 mil jovens, com 14 anos de idade ou mais, moradores de cerca de 40 áreas vulneráveis do Rio de Janeiro. A parceria  prevê investimentos de cerca de R$ 22 milhões do Ministério Extraordinário da Segurança Pública (MSP). Ao Ministério da Cultura (MinC), caberá a operacionalização do Programa.  

A intenção é matricular jovens que tenham concluído pelo menos o 6º ano do Ensino Fundamental e que estejam frequentando a escola. Cada jovem matriculado contará com bolsa de estudos de cerca de R$ 900 por mês (variável de acordo com a carga horária do curso), para cobrir despesas com alimentação e transporte. Serão oferecidas cerca de 50 opções de cursos na área de economia criativa, entre eles fotografia, produção de TV e cinema, programação web, figurinista, pintura digital, desenho, edição de vídeo, entre outros.

Esta é a primeira de um conjunto de ações sociais de suporte à intervenção federal no Estado. Com o #economiacriativagerafuturo, o Governo Federal espera transformar a realidade de jovens das favelas do Rio, dando a eles oportunidade de capacitação e mais chances de ingressar no mercado de trabalho por meio de um setor em franca ascensão.

Pouco antes da cerimônia de assinatura do acordo, realizada no Centro Técnico Audiovisual (CTAv), em Benfica, Rio de Janeiro, Sérgio Sá Leitão e Jungmann interagiram com jovens artistas de comunidades da cidade presentes no evento, que contou com apresentações artísticas e exposições culturais. Os ministros acompanharam apresentações da Orquestra Jovem de Itaguaí e grafitaram em painel doado ao centro por seu autor, Marcelo Fanac. Também conferiram uma performance teatral e a apresentação dos Imperadores da Dança, grupo formado por jovens de comunidades do Manguinhos e de Jacarezinho.

Ao falar com os convidados à cerimônia, Sá Leitão destacou que o programa não é destinado à recreação, mas sim à profissionalização. “A ideia é que a pessoa que fizer cada um desses cursos saia deles com um diploma e com conhecimento suficiente para exercer essas profissões. Não é apenas uma atividade lúdica ou recreativa, estamos falando de formação profissional”, explicou.

A depender da sintonia entre os ministérios, o projeto veio para ficar e se multiplicar. “Espero que a gente venha a fazer muitas outras parcerias para criar uma ponte entre a vida e a arte. Sem sombra de dúvidas a melhor maneira de se combater a insegurança e a violência não é com fuzis, não é com armas, é com cultura, é com arte, é com vida”, disse Jungmann.

 

Oportunidades

O interesse pela arte levou jovens de comunidades do Rio ao CTAv para conhecer o projeto, cuja seleção de alunos deve ter início em meados de agosto. Ao lado do amigo maquiador Gabriel Vitor, curioso sobre oportunidades para atuar profissionalmente em produções de filmes e novelas, a estudante Ianca Maria manifestou interesse na produção de videos. “Fiz um curso básico de audiovisual no complexo do alemão há um tempo e quero me desenvolver mais e trabalhar muito nessa área, pois pretendo fazer vídeo para o Youtube, uma vertente que me interessa bastante”, disse.

Segundo a diretora do CTAv, Daniela Pfeiffer, o centro vai atuar forte no audiovisual, mas o projeto irá mais longe. Segundo ela, a instituição que vai operar o programa (que ainda será definida) oferecerá capacitação também em outras áreas. “O escopo do acordo de cooperação do MinC com o MSP é a economia criativa. Um curso de eletricista, por exemplo, poderá estar contemplado. O eletricista pode atuar em um evento, em uma produção cultural, em um estúdio de cinema ou no cenário de teatro. É um escopo largo, são muitos os cursos que pretendemos propor no projeto”, explicou.

 

Indústria Cultural

De acordo com pesquisa da PricewaterhouseCoopers, a indústria cultural e criativa no Brasil cresceu 9,1% ao ano de 2012 a 2016, mesmo com a crise econômica. A expectativa é de que continue crescendo a uma taxa média anual de 4,6% até 2021. Levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) mostra que o setor representa 2,6% do PIB brasileiro, engloba mais de 200 mil empresas e instituições e gera mais de 1 milhão de empregos diretos. A média salarial dos profissionais criativos é três vezes maior do que a média nacional.

“O desemprego entre jovens de 14 a 24 anos no Brasil atinge 28,1%. A indústria cultural e criativa, que vem crescendo a taxas chinesas, é a solução para mudar essa realidade”, afirma o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Segundo ele, as oportunidades de trabalho geradas pela economia criativa estão em sintonia com os interesses de uma vasta parcela da população jovem. “A economia criativa precisa estar no centro de qualquer política de geração de empregos e combate à criminalidade, especialmente para o público jovem, que está conectado às novas tecnologias. Além disso, estamos também garantindo a um mercado em ascensão a mão-de-obra qualificada de que ele tanto precisa”, comenta o ministro.

Para o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, o programa é um exemplo de parceria que fortalece a prevenção da violência e o enfrentamento do crime. “É uma satisfação contribuir com um programa desta relevância por meio de um investimento que certamente ajudará a poupar vidas e gerar desenvolvimento”, afirma o ministro.

 

Mobilização

Para garantir a mobilização nos territórios que se pretende atingir, será criada uma rede de agentes comunitários com experiência na mobilização e articulação das comunidades. Com a assinatura do termo e a liberação dos recursos, o MinC fará a contratação de entidade que executará o Programa. A previsão é de que a seleção dos jovens beneficiados comece a ser feita na segunda quinzena de agosto.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura