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Política Nacional Aldir Blanc é lançada em Brasília

Evento contou com a presença de autoridades e atrações musicais

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Foto: Filipe Araújo/MinC

O Ministério da Cultura (MinC) lançou na noite de quarta-feira (25) a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A maior iniciativa direcionada ao setor cultural do Brasil, regulamentada a partir da assinatura do Decreto Nº 11.740/2023, irá destinar, até 2027, R$ 15 bilhões a estados, municípios e Distrito Federal. O evento no Museu Nacional da República, em Brasília, contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, além de autoridades, artistas, parlamentares e representantes do MinC e suas entidades vinculadas.

“A implementação da Política Nacional Aldir Blanc é fruto da resistência, da luta e do comprometimento de toda a sociedade civil, dos parlamentares, das pessoas que trabalham, que vivem e são a cultura brasileira, da classe artística, que resistiu e também lutou e luta pela democracia no nosso país e pelas políticas culturais mais dignas e duradouras”, disse a ministra na cerimônia conduzida pela atriz Adriana Lessa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia, enviou um discurso que foi lido durante a solenidade. “Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios. É também um reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura”, afirmou.

O homenageado com a iniciativa, o músico, poeta, escritor, cronista, compositor e letrista Aldir Blanc, que morreu em 2020 vítima da Covid-19, foi lembrado em dois vídeos no evento – um deles com depoimentos de nomes da música popular brasileira como Cristóvão Bastos, João Bosco, Moacyr Luz, Leila Pinheiro e Guinga.

Viúva do artista, Mary Sá Freire, subiu ao palco, onde fez uma fala emocionada. “Na dimensão onde se encontra, ele [Aldir] está muito orgulhoso e feliz. Agora a cultura vai recomeçar a ter um grande significado para o país e nós vamos ver o Brasil melhorar muito”.

Planos de ação

Para o recebimento dos recursos, os entes federativos e consórcios públicos intermunicipais devem cadastrar os planos de ação com informações como metas e as ações previstas na plataforma TransfereGov. As informações servirão de base para o Plano Anual de Aplicação dos Recursos (PAAR). Os valores começarão a ser repassados a partir de 2024, quando se iniciam os lançamentos de editais, prêmios e chamamentos públicos.

A partir de 31 de outubro, estados, municípios e Distrito Federal podem enviar os planos de ação. No portal do MinC é possível acessar o site da PNAB. Nele estão disponíveis as informações sobre a distribuição dos recursos e orientações sobre como apresentar o plano de ação, além dos plantões e canais de atendimento para assistência aos entes locais, que estarão em funcionamento para garantir que este recurso seja acessado por municípios e estados de todo o Brasil.

Descentralização

Oriundos do Fundo Nacional de Cultura, os recursos da Política Nacional Aldir Blanc serão destinados de forma descentralizada, com repasses da União a projetos nos estados, municípios e no Distrito Federal, observados os critérios e os percentuais estabelecidos na legislação, de acordo com o cronograma de pagamentos a ser divulgado pelo MinC.

Os entes federados devem promover discussão e consulta à comunidade cultural e aos demais atores da sociedade civil sobre a execução dos recursos, por meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas ou de reuniões técnicas com potenciais interessados em participar de chamamento público, de sessões públicas presenciais e de consultas públicas.

Dessa maneira será possível implementar um processo de gestão e promoção das políticas públicas de cultura, capaz de promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais, observado o respeito à diversidade, à democratização e à universalização do acesso.

Ação estruturante

A PNAB é uma ação estruturante pelo fato de legislação ser voltada à consolidação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e tem como beneficiários trabalhadores da essa fala da realização dos procedimentos públicos de seleção de fomento devem estar asseguradas medidas de democratização, desconcentração, descentralização, regionalização, diversificação e ampliação quantitativa de destinatários, linguagens culturais e regiões geográficas, com a implementação de ações afirmativas e de acessibilidade.

Autora da Lei que deu origem à Política Nacional Aldir Blanc, a deputada Jandira Feghali salientou o fato da iniciativa ser duradoura. “Essa lei tem o escopo de uma lei permanente, não é mais emergencial, e por isso possibilita que façamos aquilo que é decisivo para a gente se considerar um país ativo, autônomo e soberano. Ela valoriza aquilo que os colonizadores não gostam, a nossa identidade, que é diversa, mestiça, plural, do ponto de vista étnico religioso, racial, gastronômico, todos os cabelos, lábios, altura, sotaque, jeito de ser, jeito de vestir. Não tem uma única linguagem que não esteja contida nela”.

E emendou: “Essa diversidade nos faz um país que respeita a sua própria identidade. Não somos e nunca seremos um país homogêneo. O Brasil tem cidadãs e cidadãos que pensam, criam, executam e elaboram. O Estado não cria cultura. Ele tem que ter seus caminhos para que essa potência criativa aconteça, e esse é o papel que a ministra Margareth faz ao lançar a PNAB como uma estrada para que essas potências possam acontecer. O Brasil conhece o Brasil a partir da potência dos territórios de todos os cantos. É a guitarrada, o frevo, maracatu, samba de roda, samba de coco, boi, Carnaval, pagode, tudo que a gente tem para além das outras artes, sejam cênicas, audiovisuais ou da rua. O espaço da rua é um espaço cultural na Lei. A cultura que se realiza na rua também é uma cultura a ser fomentada pela Lei Aldir Blanc porque ela apoia projetos e os espaços culturais”, concluiu Jandira.

A noite de lançamento da PNAB terminou com música. No palco montado na área externa do museu se apresentaram o compositor Moacyr Luz e Samba do Trabalhador e a cantora Dhi Ribeiro.

Também participaram da cerimônia a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; o presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Marcelo Queiroz; a deputada federal Benedita da Silva – criadora da Lei, que antecedeu a PNAB; o presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; o secretário-Executivo do Fórum de Dirigentes de Cultura das Capitais, Gabriel Portela; o presidente da Rede Nacional dos Gestores de Cultura, David Terra; o representante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, Erlier Jadson Silva; a representante do Conselho Nacional de Políticas Culturais, Fernanda Morgani; e o presidente da Associação dos Produtores de Teatro, Eduardo Barata.

Do MinC estiveram presentes o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Alexandre Santini; a presidenta da Fundação das Artes (Funarte), Maria Marighella; o diretor-Executio da instituição, Leonardo Lessa; o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; o secretário-Executivo adjunto do Ministério, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes; e o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba.

Veja na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

Boa noite, querida gente da cultura.

Ainda enfrento restrições de locomoção devido a recomendações médicas pela cirurgia que fiz no início de outubro. Mas não poderia deixar de me manifestar sobre a grandeza da política que este governo lança hoje.

O saudosíssimo compositor Aldir Blanc uma vez escreveu que o ‘Brazil’, com Z, não conhece o Brasil, com S. E durante muito tempo essa foi uma verdade na história de nosso país. 

Para as oligarquias governantes, cultura era o que se mostrava nos grandes salões das metrópoles. E houve tempos em que olhávamos envergonhados para dentro e com admiração apenas para o que vinha de fora.

Por muito tempo esconderam de nós que a cultura popular é uma força incontível. É uma energia que se manifesta no nosso dia a dia, no nosso jeito de falar, andar, se vestir e se comportar.

Nossa cultura está nas ruas, nos campos de futebol, na devoção do Círio de Nazaré e nas festas de Nossa Senhora Aparecida, de São Jorge e da lavagem do Bonfim. 

A cultura brasileira está no tacho de acarajé da baiana, no pão de queijo com cafezinho, no churrasco dos domingos, no pato ao tucupi e no sarrabulho pantaneiro. 

Está no carnaval, nas festas juninas e até na convivência pacífica e cordial entre árabes, judeus e cristãos no Saara carioca ou no Brás paulista.

E se hoje admiramos o que vem de fora, mas temos orgulho de quem somos, é porque começamos a compreender, a partir do início deste século, que o verdadeiro caráter brasileiro inclui a abertura e a pluralidade culturais. 

Pluralidade desenvolvida a partir de três matrizes profundamente enraizadas na brasilidade, e que hoje reúne imensa diversidade de modos de viver e de se expressar, alimentada por tantos povos que para cá vieram.

A cultura é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, e deve sempre ser tratada com o devido respeito. 

Por isso, é emblemático que um dos primeiros atos do governo anterior, além de extinguir o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea, tenha sido acabar com o Ministério da Cultura. 

Tentaram espalhar a fome e apagar as luzes do país. Mas não contavam com a resistência e a índole solidária do povo brasileiro. Sofremos, mas sofremos juntos e misturados, e ninguém largou a mão de ninguém.

Atravessamos a noite do obscurantismo, mas sabíamos que o sol sempre nascerá, como cantou o Cartola, e em 1º de janeiro admiramos mais uma alvorada da democracia brasileira. 

Hoje, podemos comemorar a volta do Ministério da Cultura e o lançamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a lei cultural de maior abrangência e impacto da história do Brasil.

Estamos falando de um investimento recorde de R$ 15 bilhões de reais até 2027 – ou R$ 3 bilhões de reais por ano a partir já de 2023. A serem distribuídos a todos os estados e a quase todos os municípios brasileiros.

Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios.

É também o reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura. 

Vítima da negligência do governo anterior com a pandemia de Covid, Aldir Blanc escreveu uma vez que a raiva dá pra conter, mas a fome não. E ele sabia que essa fome não é só de comida – é também de diversão e arte, como cantaram os Titãs. 

Nossos governos sempre investiram na cultura porque sabemos que, além do tesouro intangível que ela representa, a economia criativa é uma imensa fonte de recursos e grande geradora de emprego e renda.

E a plataforma que o Observatório Itaú Cultural lançou em abril para medir a contribuição da cultura para a economia nacional comprova isso.

Em 2020, mesmo com todos os problemas decorrentes da pandemia, o segmento cultural movimentou R$ 230 milhões, ou 3,1% do PIB brasileiro. Enquanto a indústria automotiva respondeu por 2,1%. 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho utilizados pela plataforma apontam que, no quarto trimestre de 2022, a indústria criativa gerou 7,4 milhões de empregos formais e informais, chegando a 7% do total dos trabalhadores da economia.

Esse é o tamanho da cultura brasileira. Imaginem a potência econômica em que ela será transformada em breve. 

Mais do que commodities, o Brasil pode – e deve – se tornar um grande exportador de cultura, de inteligência e do nosso modo de ser e viver. Um país onde a biodiversidade e a diversidade cultural andam juntas.

Um país que se faz presente no conjunto das nações com um jeito muito próprio de ser. Com uma cultura muito particular. Pacífico, alegre e criativo.

Um país com vocação para a multiplicidade, para a diferença, para a convivência harmoniosa dos contrários e, portanto, um país preparado para o futuro.

Pois o futuro que se avizinha é cheio de incertezas, e um planeta em crise climática e humanitária precisará cada vez mais de países criativos e fraternos como o Brasil – que dança, pinta, borda, escreve, faz teatro e faz cinema. Um país, como disse Ary Barroso, que canta e é feliz.

Muito obrigado.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil

Fonte: Ascom/MinC

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MinC promove seminário sobre memória e democracia

Programação segue nesta sexta (15) com mesas, performances e apresentação musical

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Foto: Filipe Araújo/ MinC

 

“Não se constrói democracias sólidas com o alicerce do esquecimento, é somente com a memória da construção e das violências históricas pelas quais a nação brasileira se constrói”, disse o secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, no Seminário Memória e Democracia, nesta quinta-feira (14), no Palácio do Itamaraty.

O evento, que terá sequência na sexta (15), tem como objetivo promover uma discussão sobre a democracia, sua história, significado na vida política, social e na imaginação cultural dos brasileiros.

Antes da mesa de abertura foi exibido um vídeo inédito sobre os atentados às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 janeiro deste ano. Na sequência, os participantes acompanharam uma performance poética com a artista e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano.

O presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao MinC, Leandro Grass, enfatizou a importância da política de memória para a democracia. “O 8 de janeiro não é um fato apartado de uma trajetória no nosso país de não tratamento dos traumas que nós vivenciamos, o trauma da escravidão, da violência contra os povos indígenas, o não tratamento do trauma dos negacionismos que nós vivenciamos ao longo do tempo, da ditadura militar, do avanço da extrema direita nos últimos quatro anos. Daí a importância da política cultural, da política museal, da política do patrimônio cultural, da formação cultural”, disse. “Fazer política de memória é, obviamente, ligado ao que aconteceu, não para exaltar, mas acima de tudo para que não se repita. Para isso serve a política de memória. Para que a gente aponte para o futuro. E que esse futuro não nos faça vivenciar novamente todas essas violências e esses traumas passados”.

O Seminário deu início ao processo participativo de escuta e debate, junto à sociedade, para a criação do Museu da Democracia brasileira, equipamento cultural anunciado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, após os ataques de janeiro. Sobre o tema, ela comentou: “Temos uma democracia jovem, precisamos ancorá-la, fortalecê-la, afirmá-la, aprofundá-la e nos aproximarmos dos valores democráticos. A nossa história política social recente nos encoraja a criar o projeto do Museu, um espaço de produção de cultura e reconhecimento capaz de apresentar e contribuir com o entendimento sobre a história da democracia no Brasil. E sobre diversos momentos em que os brasileiros se mobilizaram com o objetivo de implantar. Que o Museu da Democracia seja um marco para a nossa sociedade. Esse é um projeto e um compromisso da nossa gestão. Contra toda e qualquer forma de ditadura, para que isso nunca mais aconteça”, enfatizou.

“Ao lembrarmos e refletirmos sobre nossa história, somos capazes de reconhecer nossos erros, celebrar nossas conquistas e, acima de tudo, aprender com nossas experiências. Não há democracia sem cidadania, sem cultura ou sem história. O seminário Memória e Democracia é um convite à reflexão sobre essa responsabilidade e nosso dever como governo, como sociedade, de valorizar e preservar a nossa cultura, nossa memória e, consequentemente, a nossa democracia”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Também participaram do primeiro dia do Seminário, a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro, a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.

Democracia no Brasil

No primeiro dia de evento, o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, foi o mediador da mesa Democracia no Brasil: Memória, História e Significado.

“Não existe no Brasil nenhuma história da democracia. Não tem nenhum livro. Isso diz muito, talvez, da dificuldade que nós temos que reconhecer a importância da nossa experiência”, destacou a historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das curadoras do evento, Heloísa Starling.

O painel contou, ainda, com as presenças da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz; por meio de vídeo, do professor adjunto na Universidade de Harvard, Miguel Lago; da integrante da Rede Museologia Kilombola, Carolina Rocha Teixeira; e do representante do Museu de Memória e Direitos Humanos do Chile, Álvaro Ahumada San Martín;

Nesta sexta (15), o Seminário terá as mesas Democracia para Quem? Uma Nova Agenda de Direitos; Não Há Democracia sem Arte; e Construindo o Museu da Democracia brasileira. A programação inclui também performance poética e, no final, a apresentação musical da cantora e compositora Zélia Duncan.

A realização do evento está a cargo da Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais (SEEC) do MinC, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Presidência da República, com apoio da Secretaria Geral e Ministério das Relações Exteriores.

A curadoria também é assinada pela Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais do MinC, Cecília Gomes de Sá, pela coordenadora do Projeto República: Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória, Marcela Telles e pela coordenadora-Geral de projetos Izabel Torres (MinC).

Para o credenciamento de imprensa, clique aqui.
Para o credenciamento de público, clique aqui.

Serviço

Seminário Memória e Democracia
Local: Auditório Wladimir Murtinho – Palácio do Itamaraty

Programação – Sexta-feira, 15/09

10h – Mesa 2: Democracia para quem? Uma nova agenda de Direitos. Participantes:
Ynaê Lopes dos Santos – historiadora/UFF. “Racismo no Brasil”;
André Basbaum – jornalista. Diretor de conteúdo do Grupo Bandeirantes. “Desinformação e Democracia”;
Édson Nóbrega – cofundador da Redes da Maré. “Redes comunitárias, mobilização democrática e efetivação de direitos: o caso Museu a Céu Aberto da Maré”;
Dulce Pandolfi – Socióloga. Universidade da Cidadania/UFRJ. “Por que Democracia?”;
Apresentação e mediação: Ibram.

12h – Performance poética. Democracia em verso e glosa. Com Luna Vitrolira e as glosadoras do sertão do Pajeú;

14h – Mesa 3: Não há Democracia sem arte. Participantes:
Andréa de Araújo Nogueira – Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP;
Roberto Andrés – Arquiteto e Urbanista/UFMG. “Vida democrática e expansão da agenda de direitos”;
Márcia Kambeba – Poeta e Geógrafa/UEPA. “A Democracia é o sonho do outro: Literatura, território, ancestralidade”;
Zélia Duncan – Compositora e cantora. “Não há democracia sem canções: poesia, música, voz”;
Apresentação e mediação: Iphan

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16h30 – Mesa 4: Construindo o Museu da Democracia Brasileira. Participantes:
Gringo Cardia – diretor da Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia;
Suzenalson da Silva Santos – Pontos de Cultura & Memória: Museu Indígena Kanindé, de Aratuba (CE);
Lívia Baião – idealizadora do Museu Rio Memórias;
Alane Maria Silva de Lima – presidente do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas;
Apresentação e mediação: Débora Santos (Museógrafa/UnB)

18h – Encerramento: Apresentação musical: “Sete mulheres pela independência do Brasil”. Zélia Duncan e Ana Costa. Musicistas: Geiza Carvalho, Jessica Zarpey, Giselle Sorriso

 

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MinC lança editais afirmativos para produção de curta-metragem de diretores estreantes

MinC lança editais afirmativos para produção de curta-metragem de diretores estreantes

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Em uma ação afirmativa, o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Audiovisual (SAV), lança, nesta sexta-feira, 18, três editais para a produção de curtas-metragens por diretores e diretoras estreantes com obras originais e inéditas. Serão concedidas 10 bolsas de R$ 140 mil para cada uma das três chamadas públicas: Curta Criança 2023, Curta Afirmativo 2023 (dirigido por pessoas negras e indígenas) e Curta para Mulheres 2023 (dirigido por mulheres cis e transgênero). O investimento total é de R$ 4,2 milhões.

As inscrições vão de 18 de agosto a 27 de setembro, por meio do Sistema Mapas Cultura. Os projetos audiovisuais de curta-metragem deverão ser inscritos por pessoas físicas, brasileiras natas ou naturalizadas, que desempenhem obrigatoriamente a função de direção, sendo facultativo o acúmulo de outras funções. Serão aceitas obras de ficção ou documentário, com a possibilidade de utilização de técnicas de animação.

“O que buscamos atender no âmbito das demandas afirmativas é, além do próprio edital afirmativo, a previsão de indutores nos demais (reserva de vagas para negros e indígenas). Além disso, há também a atribuição de pontuação extra caso haja pessoas com deficiência na equipe, no desempenho de funções de direção, roteiro e produção executiva”, explica a coordenadora de Seleções Públicas e Transferências Voluntárias, Liana Barbosa de Melo, da SAV.

Políticas Afirmativas 

As produções independentes devem ter entre 10 a 15 minutos de duração, seja ficção ou documentário, com a possibilidade de técnicas de animação. O Edital Curta Criança 2023 – Bolsa para a Produção de Curtas-Metragens propõe temas voltados à infância. Já o Curta Afirmativo é voltado a produções com temática livre, dirigidos por pessoas negras (pretas e pardas) ou indígenas. O Curta para Mulheres também tem temática livre e deve ser dirigidos por mulheres cis ou transgênero.

A avaliação vai levar em conta os seguintes critérios: proposta de obra audiovisual e adequação ao público (abrangência do tema, comunicabilidade e adequação da proposta ao público); aspectos artísticos; qualificação do projeto e da proposta de direção (estrutura e qualificação técnica do roteiro/argumento; estrutura dramática e construção dos personagens; e proposta estética). E ainda o potencial de impacto cultural e na formação de público (potencial de impacto do projeto no cenário audiovisual brasileiro e sua contribuição para a formação de público).

Acesse aqui a íntegra dos editais:

Curta Criança 2023, aqui.

Curta Afirmativo 2023, aqui.

Curta para Mulheres 2023, aqui.

Você também pode consultar a publicação no Diário Oficial da União (DOU) aqui.

Fonte: Ministério da Cultura

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MinC destina R$ 9 milhões para bibliotecas comunitárias

Edital tem inscrições abertas de 18 de agosto a 18 de setembro de 2023

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Foto: Filipe Araújo/MinC

A força da leitura como poder transformador de vidas foi o mote do discurso da ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta quinta-feira (17), durante o lançamento do Edital Pontos de Leitura 2023.

“O livro liberta. Liberta a mente potente, porque, quando a gente ferramenta a nossa memória, a nossa inteligência, com palavras, a nossa expressão amplia. É um mergulho dentro da imaginação. Chega um momento, também, que as palavras viram armas para lutar contra a opressão, contra a falta de oportunidade”.

O investimento de R$ 9 milhões será distribuído da seguinte maneira: R$ 30 mil para cada um dos 300 projetos de construção – reforma ou revitalização – de bibliotecas comunitárias selecionadas. Inscrições devem ser feitas pelo site Mapas Cultura. Podem participar pessoas físicas, jurídicas e coletivos culturais.

Margareth Menezes fez um apelo para que a divulgação do Edital chegue em todos os cantos do Brasil. Dessa forma, a política de estimulo à leitura “se cristaliza no território nacional”. Ela também destacou iniciativas bilaterais com outros ministérios para a promoção da leitura como o Ministério da Educação (MEC).

A chefe do Ministério da Cultura (MinC) lembrou ainda do recém-lançado programa habitacional do Governo Federal: “Minha Casa. Minha Vida”. Atualmente, ele conta com planejamento para construções de bibliotecas comunitárias.

Secretário de Formação do Livro e Leitura, Fabiano Piúba, lembrou que o diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Jéferson Assumção, acompanhava o pai ao trabalho em Canoas, Rio Grande do Sul. Em frente, havia uma biblioteca e, a partir disso, desenvolveu o hábito de leitura. “Jéferson é um leitor que se formou fora da escola”.

Piúba destacou iniciativas criativas e curiosas para promoção da leitura pelo Brasil, como uma “Borrachalioteca”, na histórica cidade de Sabará, em Minas, um pernambucano de Recife que estimula a leitura e se define como “traficante de livros”, além de bibliotecas comunitárias em barcos, nos lugares mais longínquos.

“Onde há uma biblioteca comunitária, existe a promoção da cidadania e da diversidade cultural. Portanto, a biblioteca comunitária é um território de liberdade e de cidadania. Ela é Ponto de Leitura. E sendo Ponto de Leitura é também um ponto vital do corpo cultural brasileiro”, salientou o secretário da Sefli.

O secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, ressaltou ser o conhecimento por meio dos livros um dos instrumentos fortalecedores da democracia. “Não mediremos esforços nessa retomada para superar desigualdades e transformar o Brasil”, comprometeu-se.

Coube à secretária de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), Márcia Rollemberg, fornecer uma estimativa sobre o setor. De acordo com ela, de aproximadamente 4.300 pontos de Cultura, cerca de 650 são Pontos de Leitura. Ele defendeu, diante de tanta oferta tecnológica de entretenimento, “a celebração da palavra, da imaginação, de narrativas.”

A artista e servidora da Diretoria  Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Maria Carolina Machado, narrou texto de Nívea Sabino, do livro Narração Artísticas – Modos de Fazer, organizado por Aline Cântia e Fernando Chagas. Já a apresentação do evento foi missão da coordenadora dos Setoriais de Cultura, Lia Maria.

Também estiveram no lançamento do Edital Pontos de Leitura 2023 a secretária dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), Henilton Menezes; o diretor de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios (Dast), Thiago Rocha Leandro; a coordenadora de Livro e Literatura, Andressa Marques da Silva.

Fonte: Minc

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Ministério da Cultura e Ancine anunciam novo edital de coprodução cinematográfica com Portugal

Investimentos de R$ 1,8 milhão são do Fundo Setorial do Audiovisual

A Ancine aprovou nesta semana o lançamento da Chamada Pública BRDE/FSA – Coprodução Brasil – Portugal 2023 para a seleção de projetos de longa-metragem apresentados por produtoras brasileiras independentes em regime de coprodução internacional, de participação minoritária brasileira, com produtoras portuguesas. Os recursos são do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), representando um investimento de R$ 1.870.365,00.

Em abril deste ano, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, esteve em agenda oficial em Portugal e assinou o Protocolo de Cooperação Brasil-Portugal, juntamente com o ministro da Cultura português, Pedro Adão e Silva. O documento estabelece as bases para o lançamento dos editais binacionais.

A secretária do Audiovisual do Minc, Joelma Gonzaga, integrou a comitiva que esteve em Portugal e celebrou o avanço na parceria entre os países. “Vamos retomar o protagonismo do Brasil no cenário internacional, retomando e ampliando nossa participação. O Brasil já possui 12 acordos bilaterais de coprodução e participa de um acordo multilateral internacional. Mas nossa intenção no campo audiovisual é ampliar esse escopo, estreitando laços com diferentes países, aproximando mercados, compartilhando investimentos, narrativas e estéticas”.

Paralelamente ao edital anunciado pelo Brasil, o Instituto do Cinema e do Audiovisual de Portugal (ICA-IP) realizará uma Chamada Pública para projetos em que a parte minoritária seja portuguesa, no valor equivalente a 350 mil euros.

As propostas de ambas as chamadas públicas serão selecionadas por uma comissão binacional.

A iniciativa reforça o compromisso entre Brasil e Portugal para a integração das indústrias audiovisuais e para a diversidade cultural entre os países coprodutores, estimulando o intercâmbio cultural e contribuindo para a expansão da participação das obras no mercado internacional.

As inscrições vão de 17 de agosto a 19 de outubro de 2023.

O edital da Chamada Pública BRDE/FSA – Coprodução Brasil – Portugal 2023 e seus anexos estão disponibilizados no endereço eletrônico do FSA, clique aqui.

Fonte: Ministério da Cultura

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Chamamento faz investimento inédito de R$ 7,5 milhões em patrimônio imaterial

Foto: Filipe Araújo/MinC

 

A valorização do Patrimônio Cultural do Brasil voltou. Frevo, maracatu, o modo de fazer queijo mineiro são apenas alguns exemplos de patrimônios imateriais brasileiros. Nesta terça-feira (25), foi lançado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), um edital voltado ao desenvolvimento de projetos para a salvaguarda desses bens nacionais. “Isso é só o começo”, avisou a ministra Margareth Menezes, durante a solenidade.

O Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) terá investimento de R$ 7,5 milhões, valor inédito. O lançamento, ocorrido no Museu SESI Lab, contou com as presenças de servidores do Iphan, do MinC e representantes do patrimônio imaterial brasileiro, como o Boi Seu Teodoro, de Sobradinho (DF), responsável por animar a celebração do lançamento do Edital. Entre representantes do MinC estavam o secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba, e o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Helenilton Menezes.

“Depende de nós acreditarmos e defendermos esse novo momento. A conquista da democracia é muito importante. Porque, a partir daí, a gente consegue fazer a transformação social e cultural que nosso país precisa. A cultura é um grande veículo de transformação social, de emancipação, de equilíbrio e também de retorno econômico”, discursou a ministra. Ela destacou, ainda, a interlocução do MinC com a sociedade na reconstrução de políticas públicas e do combate às carências atendendo às necessidades do povo brasileiro.

Essa aproximação de ações culturais com a participação de atores públicos foi também pontuada pelo presidente do Iphan, Leandro Grass. Segundo ele, em seis meses de gestão, o Iphan recebeu 100 lideranças políticas para debater políticas de preservação do patrimônio. “Não se faz política [cultural] sem democracia, sem participação”, afirmou. Ele também lembrou que em todos os editais já existentes para Patrimônio Imaterial da história brasileira, foram destinas cerca de R$ 9 milhões. “Somente para um edital estamos destinando R$ 7,5 milhões. ”

Representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Isabel de Paula disse considerar o lançamento do edital parte de eventos comemorativos pelos 20 anos da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Agradecendo a “parceira Margareth Menezes”, Isabel celebrou parte do edital voltada para pesquisa em linguística.

“Estamos acompanhando com muita alegria os trabalhos que o MinC e o Iphan estão fazendo. Um dos componentes do edital que nos alegra é voltado para financiamento de projetos de pesquisa linguística. Porque estamos celebrando a Década Internacional das Línguas Indígenas”, em referência ao movimento organizado pela Unesco para mobilização e revitalização de línguas originárias.

Guará Freire, representante do Boi de Seu Teodoro, demonstrou alívio ao comentar sobre o retorno das políticas culturais pelo governo brasileiro. Herdeiro do maranhense Teodoro Freire, ele segue no fazer cultural, referenciado pelo Bumba Meu Boi. O pai, Teodoro, faleceu em 2012. Daí o filho, Guará, assumiu o patrimônio imaterial de Sobradinho (DF), fundado há exatos 60 anos.

“Sou filho do saudoso mestre Teodoro Freire, e para a gente, para o Boi de Seu Teodoro, é uma satisfação muito grande que a gente tenha o registro de Patrimônio Cultural e Imaterial do Distrito Federal. Ficamos felizes e prestigiados com essa retomada pelo Iphan. Faz gerar emprego e renda. Faz artistas se manterem entusiasmados ao ver preservados os seus legados”, comemorou.

O Edital

“A cultura popular é a força do nosso povo. É na cultura popular que o artista se inspira. A identidade do povo está na cultura popular”, enalteceu a ministra da Cultura ao comentar a retomada do edital do PNPI, abandonado desde 2015, último ano em que foi lançado anúncio de recursos para o setor no Diário Oficial da União (DOU).

O Brasil possui 52 bens imateriais e a lista pode ser conferida aqui, separada por estados e ainda pelos quatro livros: das Celebrações, das Formas de Expressão, dos Lugares e dos Saberes.

Ao historiador Deyvesson Gusmão, do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI), coube a missão de detalhar pontos do edital, dividido em três linhas temáticas. Uma delas, como citada pela representante da Unesco, se relaciona com projetos de pesquisa sociolinguística que utilizem como referência o Guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística. Para esta linha, os projetos têm orçamento entre R$ 150 mil e R$ 400 mil.
Para um outro segmento, orçamentos entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. São “projetos de pesquisa e identificação de bens culturais imateriais utilizando o novo Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que teve sua metodologia atualizada e disponibilizada em plataforma digital”.

Com orçamento entre R$ 150 mil e R$ 300 mil estão projetos direcionados a iniciativas de apoio e fomento aos bens culturais registrados como Patrimônio Cultural do Brasil, inscritos em um dos Livros de Registro do Iphan.

Fonte: Ministério da Cultura

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