Você está aqui:
MinC lança premiação de R$ 6 milhões para ações de valorização do Hip-Hop

Serão contempladas 325 iniciativas culturais; evento foi realizado na UnB

carrossel (4).png

Foto: Victor Vec/MinC

Criado nos Estados Unidos, o Hip-Hop completou 50 anos em 2023 – no Brasil está presente há quatro décadas. Para reconhecer e valorizar iniciativas culturais que promovam o movimento, o Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta quinta-feira (26), em evento no Campus Universitário Darcy Ribeiro na UnB (Beijódromo), o Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop 2023. O chamamento é uma parceria da Pasta com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). O investimento é de R$ 6 milhões, que serão distribuídos entre 325 ações culturais.

Em seu discurso, a chefe da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância do edital neste “momento em que temos um Ministério da Cultura aberto ao diálogo e um querer de ver a cultura acontecer de outra forma. Com uma visão de descentralização do fomento cultural, de chegar em todos os lugares, como aqueles mais precisam”.

O secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou que um dos objetivos da Cultura é, justamente, a descentralização cultural. “Atingir aqueles territórios que são invisibilizados, fazer uma política cultural que sirva pra combater desigualdades históricas”, afirmou. “O MinC é um instrumento de transformação do país, de construção de um projeto de nação. Tentaram dizer para gente que o Brasil é um país de poucos. E há cinquenta anos o Hip-Hop diz exatamente o contrário. Que ou esse país é de todos ou ele não é uma nação”.

Cultura Viva

A iniciativa tem como objetivo implementar as ações da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), com ênfase no reconhecimento dos agentes culturais que promovem a preservação, a difusão da diversidade cultural, bem como a valorização das expressões culturais do Hip-Hop no Brasil. Busca ainda ampliar a rede dessa política com a valorização e o incentivo aos agentes Cultura Viva e aos Pontos de Cultura em redes territoriais e temáticas.

Serão premiadas ações que proporcionem a criação, produção e/ou circulação de obras, atividades, produtos e ações. Entre eles: projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet, revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres, que possam contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento.

O papel social e cultural do Hip-Hop foi ressaltado pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg. “É uma cultura que nasce das periferias, de enfrentamento do desemprego, da falência, das brigas gigantes, daqueles que são delegados a própria sorte. Marca seu tempo e afirma que somos pardas, pardos, pretas e pretos, denunciando injustiça, expressando dores, mas também descobrindo os valores de ser quem se é. É um movimento que desafia o poder das elites excludentes, reinventando as riquezas do ser e do ser coletivo”, disse. E completou: “Trata-se de uma criação coletiva, que hoje não se limita à favela, ganhou o mundo, está no mercado criativo, nas plataformas de nas marcas do mundo e da moda. E vai se compondo, tendo como protagonista uma juventude que não quer ser números da perversa estatística da violência”.

As 325 iniciativas culturais do Hip-Hop serão divididas em três categorias:

• Pessoas físicas: 200 prêmios, no valor individual bruto de R$ 15 mil;

• Grupos/Coletivos/Crews: 75 prêmios, no valor individual bruto de R$ 20mil;

• Instituições privadas sem fins lucrativos de natureza ou finalidade cultural do Hip-Hop: 50 prêmios, no valor individual bruto de R$ 30 mil.

Poderão participar pessoas físicas, grupos/coletivos/crews e instituições privadas em fins lucrativos, de natureza ou finalidade cultural.

Rapper e facilitador-geral da Construção Nacional Hip-Hop, Zuruka falou sobre a importância do movimento cultural no enfrentamento à violência nas comunidades. “Eu acompanhei quatro gerações, quase cinco. Na época a gente não tinha cultura, mas a violência estava presente. Há 40 anos praticamente morriam os adolescentes de 15, 16 anos. Hoje em dia são as crianças. A gente tem que acabar com isso. E só iremos pôr fim a isso por meio da cultura”, salientou.

Ao final da cerimônia foi assinado o envio do Projeto de Lei do Hip-Hop à Casa Civil. Posteriormente, o PL que institui a Semana e o Dia Nacional do Hip-Hop irá para o Congresso Nacional.

O evento teve o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e do Serviço Social da Indústria Distrito Federal (Sesi-DF).

Também estiveram presentes no lançamento a secretária-Executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; os facilitadores-gerais da Construção Nacional Hip-Hop, Cláudia Maciel; e o rapper Rafa Rafuagi, a Bgirl, Fab Girl; a rapper, Cida Aripória; a representante do Ponto de Cultura Trocando Ideia e GT Hip-Hop na Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Paula Stuczysnki da Silva, e o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus.

Do Sistema MinC participaram o secretário-Executivo adjunto do MinC, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba; o assessor especial Carlos Paiva e o diretor do Cultura Viva, João Pontes.

Acesse o Edital aqui 

Fonte: Ascom/MinC

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Edital Prêmio Pontos de Memória 2023 do Ibram irá distribuir R$ 1,6 milhão

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), lança no dia 13 de junho, às 10h, em Brasília (DF), o Prêmio Pontos de Memória 2023 – Edição Helena Quadros. A iniciativa vai distribuir R$ 1,6 milhão, em 40 prêmios de R$ 40 mil, nas categorias Entidade e Coletivo Culturais. As inscrições ficam abertas de 20 de junho a 7 de agosto.

O evento vai contar com as presenças da ministra da Cultura, Margareth Menezes, da presidenta do Ibram, Fernanda Castro. Também estarão presentes representantes de Pontos de Memória e a filha da homenageada, Camila Quadros.

Voltado a entidades e coletivos culturais que contribuem com a identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial de grupos, povos e comunidades representativos da diversidade cultural brasileira, o Prêmio tem como objetivo, reconhecer e premiar práticas em museologia social e processos museais comunitários realizados por entidades e coletivos culturais certificados pelo Ibram como Pontos de Memória.

Para a ministra Margareth Menezes, o prêmio reforça a importância de destacar experiências que contribuam para a garantir o direito à memória. “Precisamos cada vez mais reverenciar o trabalho de quem se esforça para registrar o fazer e o viver de povos, comunidades, grupos e movimentos, como um registro do passado, uma reverência ao presente e um legado para o futuro”, diz.

Certificação

Para participar do Prêmio Pontos de Memória 2023 – Edição Helena Quadros é necessário que as entidades e coletivos interessados façam sua certificação junto ao Ibram até o dia 20/07, na página www.gov.br/museus.

Quem foi Helena Quadros 

A educadora paraense Helena do Socorro Alves Quadros, vitimada pela Covid-19 em 2021, atuou de forma marcante no setor educativo do Museu Paraense Emílio Goeldi e foi fundadora do Ponto de Memória da Terra Firme, em Belém (PA), um dos pioneiros do Brasil.

Credenciamento de imprensa

https://docs.google.com/forms/d/1weNU9B7qOrIz_TUv21xOPD4tUbg7zeiOS15t7xCAIX4/edit

Serviço 

Lançamento do Prêmio Pontos de Memória 2023 – Edição Helena Quadros

Dia: 13/06/2023

Local: Auditório Ipê Amarelo, no Bloco B da Esplanada dos Ministérios, sede do Ministério da Cultura (MinC)

Hora: 10h

 

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Avaliação do Plano Nacional de Cultura

Em 2021, a Secretaria Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural (SECDEC) firmou uma parceria com a Fundação Escola Nacional de Administração Pública (Enap) junto as áreas de Assessoria para Avaliação de Políticas Públicas e Evidência Express, com o objetivo de elaborar uma avaliação ex-post do Plano Nacional de Cultura (PNC).

A avalição visa identificar os resultados obtidos pelo referido Plano em termos de objetivos, estratégias, metas e resultados comparando-os aos resultados almejados a época de sua elaboração.

Destaca-se que originalmente o artigo 1º da Lei nº 12.343, de 2010, definia uma duração de 10 (dez) para o PNC com sua vigência terminando em 2 de dezembro de 2020. No entanto, a Lei nº 14.156, de 1º de junho de 2021, alterou a Lei nº 12.343, de 2010, aumentado o prazo do PNC para 12 anos.

Apesar da expansão da vigência, a Secretaria Especial da Cultura trabalha para que, no ano de 2022, se inicie a discussão sobre o próximo Plano Nacional de Cultura. Em função desse fato, e como preconizam as boas práticas do monitoramento de políticas públicas, é importante que haja a elaboração de um estudo que analise a implementação do PNC, finalizando assim o ciclo da política pública e produzindo subsídios para as discussões de uma nova política para a área da cultura.

Diante deste cenário, é que surge a parceria com a Enap para avaliar os últimos 10 anos de implementação do PNC.

Esta avaliação fornecerá, com base em dados históricos, evidências que visam auxiliar na compreensão do problema e do contexto de política pública, seu público-alvo, causas e impactos das ações de forma a auxiliar a elaboração de futuras políticas para a área cultural.

O primeiro produto desta parceria, intitulado “Integração municipal ao Sistema Nacional de Cultura – Uma análise exploratória do período de 2012 a 2021”, traz um retrato da integração municipal ao Sistema Nacional de Cultura conforme a situação de implementação efetuada até setembro de 2021.

A escolha em se enfatizar o Sistema Nacional de Cultura em uma avaliação sobre o Plano Nacional de Cultura justifica-se uma vez que o SNC é a meta 01 do PNC, uma meta tida como estruturante para o desenvolvimento da cultura no Brasil.

Vale lembrar que o Sistema Nacional de Cultura (SNC) se configura como a ponte entre o Plano Nacional de Cultura (PNC), entre os entes da Federação (União, Estados, DF e Municípios) e a sociedade, pois estabelece mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federados e a sociedade civil para a construção de políticas públicas de cultura.

É importante mencionar que este estudo, em formato de relatório aqui disponibilizado, também teve como objetivo levantar informações para a realização da avaliação de impacto do Plano Nacional de Cultura, uma segunda etapa da parceria que está em andamento.

Partindo da análise da experiência de integração municipal ao sistema para, posteriormente, examinar de forma exploratória algumas possíveis características municipais determinantes da adesão ao SNC, o estudo levantou questões importantes para se discutir o funcionamento e os rumos do SNC.

Para consultar o estudo na íntegra, clique aqui.

Fonte: Ascom/Secult

 

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aberta consulta pública sobre o Modo Artesanal de Fazer Queijo Minas e o Modo de Fazer a Viola de Cocho

População pode se manifestar sobre pareceres de reavaliação dos bens via postal, e-mail ou formulário digital

Viola de cocho

Modos de Fazer Viola de Cocho e Queijo de Minas passam por revalidação (Fotos: Francisco da Costa/Acervo Iphan-MG)

O Modo Artesanal de Fazer Queijo Minas e o Modo de Fazer a Viola de Cocho (MS e MT) vão passar por um processo de revalidação do título de Patrimônio Cultural do Brasil. Com a publicação dos extratos de pareceres técnicos no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 2 de junho, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) abriu prazo de 30 dias para que a população possa se manifestar sobre a revalidação dos dois bens. Até o dia 2 de julho, por meio de formulário digital, via postal ou e-mail, qualquer pessoa pode opinar sobre o tema.

Para a Revalidação do Título de Patrimônio Cultural, o Iphan elaborou, em parceria com comunidades detentoras, organizações diretamente envolvidas e pesquisadores, os pareceres de reavaliação, que trazem informações atualizadas dos bens. O documento faz uma comparação entre o momento em que foram registrados e os anos posteriores, identificando transformações e continuidades em aspectos culturalmente relevantes ou obstáculos à sua reprodução.

Feitura da viola de cocho(Foto: Francisco da Costa)A revalidação de um bem cultural registrado pelo Iphan acontece pelo menos a cada dez anos, de acordo com o Decreto nº 3.551/2000, que institui esse instrumento de proteção. Os processos de revalidação, portanto, são obrigatórios, já que previstos no ordenamento jurídico brasileiro.

De acordo com Tassos Lycurgo, diretor do Departamento de Patrimônio Material do Iphan, “vários bens que já tem mais de dez anos de registro e que já deveriam ter sido revalidados estão passando agora pelo processo, mas a sociedade pode ficar tranquila pois todos esses bens vencidos até aqui têm altíssima probabilidade de terem seus títulos revalidados”. Uma eventual perda do título só aconteceria em hipótese remota, em que o bem a ser salvaguardado não mais existisse ou no caso em que os detentores não demonstrassem interesse em seguir adiante com a relação que o registro estabelece entre eles e o Estado, o que não é o caso do Modo de Fazer Queijo e do Modo de Fazer Viola de Cocho, como os Pareces destacam.

Foram produzidos três pareceres: um para o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas e dois para o Modo de Fazer Viola de Cocho, um no estado de Mato Grosso e outro no estado de Mato Grosso do Sul. Os documentos também reúnem recomendações e encaminhamentos para o processo de salvaguarda dos bens.

As manifestações também podem ser realizadas via formulário digital disponível ao final da matéria. Detentores, organizações e cidadãos de qualquer idade podem se manifestar por meio do correio eletrônico dpi@iphan.gov.br ou via correspondência, enviando propostas para o Departamento de Patrimônio Imaterial – Diretor – SEPS Quadra 713/913, Bloco D, 4º andar – Asa Sul -Brasília – Distrito Federal – CEP: 70.390-135.

Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas(Foto: Rodolfo Cruz)Ao término dos 30 dias, as eventuais manifestações sobre o parecer de revalidação serão enviadas à Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial a fim de subsidiar a avaliação do bem registrado. A Câmara, por sua vez, manifestará sua decisão sobre a reavaliação do bem e, por fim, o processo é encaminhado ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que decide sobre a Revalidação do Título de Patrimônio Cultural do Brasil dos bens.

Sobre os bens

Registrado como Patrimônio Cultural em 2005, o Modo de Fazer Viola de Cocho nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se refere à produção artesanal desse instrumento musical, cuja singularidade reside em sua forma e na sonoridade. Esculpida em uma tora de madeira inteiriça, a viola de cocho é resultado dos saberes que orientam o manejo das matérias-primas típicas da região Centro-Oeste como o sarã-de-leite e o cedro. As comunidades detentoras desses conhecimentos são compostas pelos mestres cururueiros, que produzem a viola – um elemento fundamental nas rodas de cururu e siriri da região pantaneira.

Nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre (MG), foi registrado, em 2008, o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas. Reunindo um conjunto de conhecimentos para a produção de queijo de leite cru. A manipulação do leite, dos coalhos e das massas, a prensagem e a cura são partes dos saberes que conferem especificidade aos queijos produzidos. Mais que um conjunto de saberes e técnicas, o modo de fazer queijo e o seu produto se integram à vida cotidiana, à sociabilidade alimentar e constitui um marcador da identidade cultural dessas regiões.

Serviço:
Revalidação do Modo de Fazer a Viola de Cocho em Mato Grosso (MT)
Data: 2 de junho a 2 de julho de 2021
Formulário: https://forms.gle/teWoJ2xcBqSWrzVR8

Revalidação do Modo de Fazer a Viola de Cocho em Mato Grosso do Sul (MS)
Data: 2 de junho a 2 de julho de 2021
Formulário: https://forms.gle/XMQKwg1vHMjUnREq6

Revalidação do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas
Data: 2 de junho a 2 de julho de 2021
Formulário: https://forms.gle/yT3FPVFGXooGxcXJ9

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
(61) 2024-5512 / 2024-5526
https://www.gov.br/iphan/
ww.facebook.com/IphanGovBr
www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Cultura, Artes, História e Esportes
Fonte – Iphan

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Prêmio reconhece iniciativas exemplares de preservação de Sistemas Agrícolas Tradicionais

Ações de salvaguarda de sistemas produtivos tradicionais foram selecionadas em várias regiões brasileiras

Prêmio BNDES Sat

Colheita de bananas pacová agroecológicas em roça tradicional que serão enviadas para teste de desidratação na cozinha experimental de São Gabriel da Cachoeira/Créditos: Carlos Demeterco

No município de Santa Isabel do Rio Negro, no noroeste do Amazonas, a Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN) implantou a Casa das Frutas, que dá suporte de infraestrutura e de gestão a diversas cadeias de valores para produtos desenvolvidos com frutas secas e atende povos indígenas que habitam aquela região. Essa iniciativa é a primeira colocada da 2ª edição do Prêmio BNDES de boas práticas de salvaguarda e conservação dinâmica de sistemas para agrícolas tradicionais. A cerimônia de entrega da premiação ocorrerá nesta sexta-feira (21/05), a partir das 10h, e será transmitida pelo canal oficial da Embrapa no YouTube.

A Casa das Frutas de Santa Isabel do Rio Negro será utilizada por agricultores de comunidades indígenas que abrigam mais de 60 comunidades localizadas em terras indígenas reconhecidas e em processo de reconhecimento pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O Sistema Agrícola Tradicional (SAT) do Rio Negro (AM), ancorado no cultivo da mandioca brava, foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil.

O Prêmio é uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Nazária Mandú Lopes colhe pimentas em sua roça, próxima à comunidade Canadá, no rio Ayari, Terra Indígena Alto Rio Negro (AM) -- Créditos: Carol Quintanilha/ISAA parceria entre essas entidades pretende dar visibilidade, fortalecer e apoiar as condições de sustentabilidade dos SATs existentes no Brasil, tendo como pressuposto o desenvolvimento de processos participativos de salvaguarda e o fortalecimento da autonomia das comunidades envolvidas. A premiação contribuiu para a identificação de diversos sistemas agrícolas em todos os biomas brasileiros e tem apoiado o esforço de designações internacionais como Sistema Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Globally Important Agricultural Heritage Systems, GIAHS), da FAO.

“Para o Iphan, o reconhecimento e a promoção dados à diversidade cultural envolvida nas práticas premiadas reitera sua missão institucional e, também, os compromissos internacionais de preservação do Patrimônio Cultural brasileiro”, ressaltou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Uma maior sustentabilidade ambiental das práticas agrícolas no país nos estimula a continuar, sobretudo pela satisfação de poder premiar iniciativas de qualidade como as agraciadas nas duas edições do Prêmio BNDES SAT. Dar-lhes visibilidade é a nossa parcela do prêmio”, completou ela.

Na cerimônia de entrega da premiação, a presidente do Iphan vai lançar a segunda edição da publicação Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais que já está disponível no site do Iphan na versão digital. Clique aqui para acessar.

Num total de R$ 610 mil, o prêmio reconhece iniciativas exemplares de salvaguarda e conservação de sistemas agroalimentares tradicionais, desenvolvidas em associação com projetos agrícolas, pecuários, extrativistas, pesqueiros e afins que têm sua centralidade nos conhecimentos e técnicas da cultura de comunidades tradicionais e povos indígenas. Nesta segunda edição foram recebidas 41 propostas de todo o país, sendo 23 habilitadas e dez selecionadas e premiadas. As três primeiras colocadas receberam o valor bruto de R$ 70 mil e, as demais, de R$ 50 mil.

Imagens cedidas pela equipe do projeto Os ciclos do Yaokwa entre os Enawene Nawe qualificação e documentação de registros do Salomã, IphanSociedade de Amigos do Museu do Índio-SAMI (2016-2018). Acervo Iphan, 2017Em quarto lugar dentre as premiadas, no município de Comodoro (MT), está a iniciativa da Associação Etnocultural Indígena Enawene Nawe. Esta população indígena protagonizou esforços para assegurar a realização de sua roça tradicional, denominada Ikioakakwa, em um contexto desafiador de acesso a áreas produtivas que se encontram cada vez mais distanciadas da aldeia. Os principais produtos da roça Ikioakakwa são mandioca, batata-doce, cará, urucum, araruta e feijão. O SAT, que envolve ainda a pesca por barragens, alimenta toda a comunidade e está ligado de forma direta à cosmologia, à memória coletiva e à história desse povo indígena. O ancestral Ritual Yaokwa dos Enawene Nawe é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan desde 2010.

Diversidade brasileira

Os demais contemplados também desenvolveram propostas inovadoras em todas as regiões do país, como por exemplo, o segundo colocado, “Bancos Comunitários de Sementes da Paixão”, do Polo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema, no Agreste da Paraíba. O projeto vem crescendo desde 1993, presente em 13 municípios do Território da Borborema, que atualmente contam com 60 bancos e que juntos armazenam 27 toneladas de sementes crioulas distribuídas em 13 espécies e 145 variedades.

Da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, vem outra iniciativa, a terceira premiada: das comunidades de Apanhadoras e Apanhadores de Flores Sempre Vivas. É uma experiência de reconhecimento e valorização fomentada pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas. O grupo se articula por meio da Comissão de Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (CODECEX) e já são reconhecidas pelo programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Os demais premiados foram: o Centro Cultural Kàjire, pela feira de sementes tradicionais da nação indígena Krahô, em Goiatins (TO); as comunidades tradicionais de fecho de pastos do Oeste da Bahia, pela iniciativa dos guardiões e guardiãs do cerrado em defesa da biodiversidade; a Associação dos Pescadores Artesanais de Porto Moz (Aspar), no Pará, pela conservação dos estoques pesqueiros e fortalecimento da entidade e da categoria; a Associação Indígena Ulupuwene, do Alto Xingu, pela festa do Kukuho (“espirito da mandioca”); o coletivo de agroflorestas e frutas nativas da região dos Campos de Cima da Serra Gaúcha, pela conservação e manutenção dos potreiros tradicionais, por meio do aproveitamento e uso das espécies vegetais nativas; e o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica, do Vale do Jequitinhonha, em Minas, pelo Catálogo de Sementes Crioulas do Alto Jequitinhonha.

Sistemas Agrícolas Tradicionais

Acervo IphanOs sistemas agrícolas de povos indígenas e de comunidades tradicionais são parte importante da dinâmica econômica de diversas regiões e possuem formas únicas de praticar a agricultura. Expressando saberes particulares, os chamados Sistemas Agrícolas Tradicionais envolvem desde o cultivo da terra até diversos outros processos simbólicos e produtivos, de maneira integrada. Sua manutenção está vinculada aos saberes ancestrais dessas comunidades, patrimônios culturais que guardam modos únicos de preservação da agrobiodiversidade.

São registrados como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, no Amazonas (2010), e o Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, em São Paulo (2018). A partir do Registro são desenvolvidas ações de salvaguarda, com foco no apoio à sustentabilidade cultural dos saberes e práticas associados a esses bens culturais.

Conheça a publicação: Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais

Serviço

Cerimônia de premiação: 2ª edição do Prêmio BNDES
Datas: sexta-feira (21/05)
Horário: a partir das 10h
Transmissão ao vivo: canal da Embrapa no YouTube

 Legenda das fotos na ordem em que aparecem:

– 1ª: imagem: Colheita de bananas pacová agroecológicas em roça tradicional que serão enviadas para teste de desidratação na cozinha experimental de São Gabriel da Cachoeira – Crédito: Carlos Demeterco/ Instituto Socioambiental (ISA)

– 2ª imagem: Nazária Mandú Lopes colhe pimentas em sua roça, próxima à comunidade Canadá, no rio Ayari, Terra Indígena Alto Rio Negro (AM) — Créditos: Carol Quintanilha / Instituto Socioambiental (ISA)

– 3ª imagem: Imagem cedida pela equipe do projeto “Os ciclos do Yaokwa entre os Enawene Nawe” qualificação e documentação de registros do Salomã, IphanSociedade de Amigos do Museu do Índio-SAMI (2016-2018). Acervo Iphan, 2017

4ª imagem: Acervo Iphan

*Com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

Informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Juliana Brascher – juliana.brascher@iphan.gov.br
(61) 2024-5527
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

2 Comentários

  1. Valdinei de Carvalho Andrade

    Olá! Como faço pra me escrever e publicar meu projeto?

    Responder
    • Miriam Araujo

      Prezado Valdinei,
      Obrigada pela sua mensagem!
      Este prêmio foi realizado em 2021, mas continue acompanhando as notícias para saber quando houver uma nova edição da premiação!

      Atte,
      Equipe do Plano Nacional de Cultura

      Responder

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ação destaca tradição e cultura do Quilombo da Mumbuca

Quilombo Mumbuca

O Quilombo da Mumbuca, no Jalapão (TO), é conhecido nacionalmente pelos artesanatos de capim dourado. Na comunidade de mais de 300 anos, o trabalho envolve a colheita do capim, o trançado e a confecção das peças. Até recentemente, enquanto o extrativismo do capim dourado ganhava destaque, outras expressões iam aos poucos sendo esquecidas.

Uma dessas atividades culturais era a Viola de Buriti. Para não deixar calar o instrumento tradicional, o Grupo Quilombo Mumbuca e Pesquisa (GQMP) em parceria com a Associação dos Artesãos e Extrativista do Povoado Mumbuca e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) começou em 2016 um trabalho para estimular o ensino da viola. “Temos estimulados violeiros mestres e aprendizes a apresentarem o som da viola para os turistas que visitam o Jalapão”, um dos responsáveis pela ação e morador do Quilombo Mumbuca, Givoene Matos da Silva.

Quilombo Mumbuca: Vozes da Cultura Jalapoeira (Foto: Divulgação).Outra iniciativa com intuito de fortalecer a cultura jalapoeira foi a abertura, em 2018, do Memorial “Quilombo Mumbuca: Vozes da Cultura Jalapoeira”, que reúne um acervo composto por objetos culturais e documentos ligados às formas de fazer e viver do povo do Jalapão. O memorial abriga oficinas, atividades cinematográficas, apresentações teatrais, práticas musicais, cantigas de roda e exposição de relíquias de artesanato de capim dourado.

Por fortalecer as práticas cotidianas da comunidade, a associação entre conhecimento tradicional e acadêmico e a autonomia na gestão do patrimônio por parte dos detentores, a ação ganhou menção honrosa na  33ª edição do Prêmio Rodrigo Rodrigo Melo Franco de Andrade 2020.

Em 2019, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), articulado com a comunidade quilombola, realizou o I Encontro de Violeiros para a Salvaguarda da Viola de Buriti. O encontro aconteceu durante XI Festa da Colheita do Capim Dourado e subsidiou os estudos de preparação do dossiê para pedido, feito pela comunidade, do registro da Viola do Buriti como patrimônio imaterial.

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Adriana Araújo – adriana.araujo@iphan.gov.br
(61) 2024-5512
https://www.gov.br/iphan/
www.facebook.com/IphanGovBr
www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *