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Programação segue nesta sexta (15) com mesas, performances e apresentação musical

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Foto: Filipe Araújo/ MinC

 

“Não se constrói democracias sólidas com o alicerce do esquecimento, é somente com a memória da construção e das violências históricas pelas quais a nação brasileira se constrói”, disse o secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, no Seminário Memória e Democracia, nesta quinta-feira (14), no Palácio do Itamaraty.

O evento, que terá sequência na sexta (15), tem como objetivo promover uma discussão sobre a democracia, sua história, significado na vida política, social e na imaginação cultural dos brasileiros.

Antes da mesa de abertura foi exibido um vídeo inédito sobre os atentados às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 janeiro deste ano. Na sequência, os participantes acompanharam uma performance poética com a artista e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano.

O presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao MinC, Leandro Grass, enfatizou a importância da política de memória para a democracia. “O 8 de janeiro não é um fato apartado de uma trajetória no nosso país de não tratamento dos traumas que nós vivenciamos, o trauma da escravidão, da violência contra os povos indígenas, o não tratamento do trauma dos negacionismos que nós vivenciamos ao longo do tempo, da ditadura militar, do avanço da extrema direita nos últimos quatro anos. Daí a importância da política cultural, da política museal, da política do patrimônio cultural, da formação cultural”, disse. “Fazer política de memória é, obviamente, ligado ao que aconteceu, não para exaltar, mas acima de tudo para que não se repita. Para isso serve a política de memória. Para que a gente aponte para o futuro. E que esse futuro não nos faça vivenciar novamente todas essas violências e esses traumas passados”.

O Seminário deu início ao processo participativo de escuta e debate, junto à sociedade, para a criação do Museu da Democracia brasileira, equipamento cultural anunciado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, após os ataques de janeiro. Sobre o tema, ela comentou: “Temos uma democracia jovem, precisamos ancorá-la, fortalecê-la, afirmá-la, aprofundá-la e nos aproximarmos dos valores democráticos. A nossa história política social recente nos encoraja a criar o projeto do Museu, um espaço de produção de cultura e reconhecimento capaz de apresentar e contribuir com o entendimento sobre a história da democracia no Brasil. E sobre diversos momentos em que os brasileiros se mobilizaram com o objetivo de implantar. Que o Museu da Democracia seja um marco para a nossa sociedade. Esse é um projeto e um compromisso da nossa gestão. Contra toda e qualquer forma de ditadura, para que isso nunca mais aconteça”, enfatizou.

“Ao lembrarmos e refletirmos sobre nossa história, somos capazes de reconhecer nossos erros, celebrar nossas conquistas e, acima de tudo, aprender com nossas experiências. Não há democracia sem cidadania, sem cultura ou sem história. O seminário Memória e Democracia é um convite à reflexão sobre essa responsabilidade e nosso dever como governo, como sociedade, de valorizar e preservar a nossa cultura, nossa memória e, consequentemente, a nossa democracia”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Também participaram do primeiro dia do Seminário, a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro, a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.

Democracia no Brasil

No primeiro dia de evento, o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, foi o mediador da mesa Democracia no Brasil: Memória, História e Significado.

“Não existe no Brasil nenhuma história da democracia. Não tem nenhum livro. Isso diz muito, talvez, da dificuldade que nós temos que reconhecer a importância da nossa experiência”, destacou a historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das curadoras do evento, Heloísa Starling.

O painel contou, ainda, com as presenças da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz; por meio de vídeo, do professor adjunto na Universidade de Harvard, Miguel Lago; da integrante da Rede Museologia Kilombola, Carolina Rocha Teixeira; e do representante do Museu de Memória e Direitos Humanos do Chile, Álvaro Ahumada San Martín;

Nesta sexta (15), o Seminário terá as mesas Democracia para Quem? Uma Nova Agenda de Direitos; Não Há Democracia sem Arte; e Construindo o Museu da Democracia brasileira. A programação inclui também performance poética e, no final, a apresentação musical da cantora e compositora Zélia Duncan.

A realização do evento está a cargo da Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais (SEEC) do MinC, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Presidência da República, com apoio da Secretaria Geral e Ministério das Relações Exteriores.

A curadoria também é assinada pela Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais do MinC, Cecília Gomes de Sá, pela coordenadora do Projeto República: Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória, Marcela Telles e pela coordenadora-Geral de projetos Izabel Torres (MinC).

Para o credenciamento de imprensa, clique aqui.
Para o credenciamento de público, clique aqui.

Serviço

Seminário Memória e Democracia
Local: Auditório Wladimir Murtinho – Palácio do Itamaraty

Programação – Sexta-feira, 15/09

10h – Mesa 2: Democracia para quem? Uma nova agenda de Direitos. Participantes:
Ynaê Lopes dos Santos – historiadora/UFF. “Racismo no Brasil”;
André Basbaum – jornalista. Diretor de conteúdo do Grupo Bandeirantes. “Desinformação e Democracia”;
Édson Nóbrega – cofundador da Redes da Maré. “Redes comunitárias, mobilização democrática e efetivação de direitos: o caso Museu a Céu Aberto da Maré”;
Dulce Pandolfi – Socióloga. Universidade da Cidadania/UFRJ. “Por que Democracia?”;
Apresentação e mediação: Ibram.

12h – Performance poética. Democracia em verso e glosa. Com Luna Vitrolira e as glosadoras do sertão do Pajeú;

14h – Mesa 3: Não há Democracia sem arte. Participantes:
Andréa de Araújo Nogueira – Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP;
Roberto Andrés – Arquiteto e Urbanista/UFMG. “Vida democrática e expansão da agenda de direitos”;
Márcia Kambeba – Poeta e Geógrafa/UEPA. “A Democracia é o sonho do outro: Literatura, território, ancestralidade”;
Zélia Duncan – Compositora e cantora. “Não há democracia sem canções: poesia, música, voz”;
Apresentação e mediação: Iphan

Coffee-break

16h30 – Mesa 4: Construindo o Museu da Democracia Brasileira. Participantes:
Gringo Cardia – diretor da Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia;
Suzenalson da Silva Santos – Pontos de Cultura & Memória: Museu Indígena Kanindé, de Aratuba (CE);
Lívia Baião – idealizadora do Museu Rio Memórias;
Alane Maria Silva de Lima – presidente do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas;
Apresentação e mediação: Débora Santos (Museógrafa/UnB)

18h – Encerramento: Apresentação musical: “Sete mulheres pela independência do Brasil”. Zélia Duncan e Ana Costa. Musicistas: Geiza Carvalho, Jessica Zarpey, Giselle Sorriso