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Como parte das comemorações, museu recebeu doações e apresentou projeto de financiamento de ações com apoio da sociedade

(publicado: 15/0

“Baile à Fantasia” (1913), tela de Rodolpho Chambelland restaurada graças ao Projeto ADOTARTE (Foto: Reprodução)

1/2019 09h51, última modificação: 18/01/2019 10h41)

 

O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), que integra a rede Ibram no Rio de Janeiro (RJ), completou seus 82 anos de criação no último domingo (13). Para celebrar o mês de seu aniversário, o museu oferece entrada gratuita a todos os visitantes até o próximo dia 31.

Quem visitar o MNBA durante este mês de janeiro poderá conferir, na Sala Bernadelli, a exposição “São Francisco na Arte de Mestres Italianos”, que traz 20 obras da Itália e uma de Nova York (EUA) para apresentar ao público brasileiro as alterações e permanências na representação do santo ao longo dos séculos. Trata-se de uma oportunidade única de ver pinturas valiosas de autores como Perugino, Guido Reni e Tiziano. A exposição fica em cartaz até 3 de fevereiro.

O público também pode apreciar ao longo de outras três salas do museu, até 31 de março, a mostra “Fez-se uma galeria com excelentes pinturas”, que celebra os 200 anos da primeira galeria de pintura brasileira, sediada no Museu Nacional, apresentando 45 pinturas do acervo do MNBA representativas daquele momento pioneiro para as artes nacionais e de seu legado.

Também seguem em cartaz as exposições “Três momentos da Pintura de Paisagem no Brasil”, que traz uma reflexão sobre um capitulo essencial da evolução da arte brasileira por meio de 36 obras de arte do acervo do MNBA e de obras da Pinacoteca Barão de Santo Angelo, do Rio Grande do Sul; “Três Gravuristas e o exílio no Brasil: Fayga Ostrower, Axl Leskoschek, Lasar Segall”, com 32 obras originais dos três mestres da gravura que chegaram ao Brasil no século XX, fugindo do nazismo; e “Instantes Múltiplos”, com 67 gravuras de Thereza Miranda.

Para celebrar seu aniversário de 82 anos, o Museu Nacional de Belas Artes também oferece nesta terça-feira (15) a partir das 12h30, com entrada franca, concerto do Coro Lírico Feminino da Associação de Canto Coral. No repertório, peças de música de câmara internacional e brasileira e coros de ópera com encenação.

Diploma e doações

Durante a cerimônia de celebração dos 82 anos, realizada no último domingo (13), o MNBA fez a tradicional entrega do diploma Quirino Campofiorito, que homenageia personalidades que contribuíram de forma relevante para a preservação da arte, do patrimônio e da cultura brasileira. Neste ano, foram entregues 14 diplomas – entre os homenageados, estão cineastas, apoiadores e servidores do museu.

Na cerimônia, foram ainda apresentadas ao público as novas aquisições do museu: a Coleção Glauco Rodrigues e o Acervo de Anita Prestes. O MNBA passa a contar com cerca de 700 obras, entre pinturas, esculturas e gravuras, do artista gaúcho Glauco Rodrigues, doados pela esposa dele, Norma Estelita Pessoa. Além das obras, há 54 itens bibliográficos e mais quatro metros lineares de documentos de correspondências pessoais de Rodrigues com intelectuais e artistas.

Da historiadora Anita Leocádia Prestes, o museu recebeu doação que integra seu acervo pessoal: um quadro com imagem da mãe, Olga Benário, pintado por Cândido Portinari; e um busto do pai, Luiz Carlos Prestes, feito por Honório Peçanha. Na ocasião, houve ato de assinatura das obras doadas pelos familiares.

Também foi apresentado ao público, durante a cerimônia, o Projeto ADOTARTE, iniciativa da Associação de Amigos do Belas Artes que tem como objetivo estimular a participação da sociedade na preservação do patrimônio do MNBA.

O projeto foi inaugurado com a restauração da pintura “Baile à Fantasia” (1913), de autoria de Rodolpho Chambelland. O trabalho de restauração da obra, que foi coordenado pelo laboratório de restauração do museu e levou 4 meses, foi financiado por Marcos Chaves e Kevin Ridgley. Graças ao financiamento, a tela pôde voltar recentemente às paredes da Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea do MNBA.

O museu

Com criação oficializada em 13 de janeiro de 1937 e aberto ao público a partir de 1938, o Museu Nacional de Belas Artes está situado em edifício histórico que abrigava originalmente a Academia Imperial de Belas Artes, fundada por Dom João VI no bojo de política voltada à formação de uma arte nacional brasileira.

O MNBA abriga a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, concentrando um acervo de setenta mil itens – entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, objetos, documentos e livros – que testemunha a história das artes plásticas no Brasil desde seus primórdios até a contemporaneidade.

Homenageados

Confira a lista dos homenageados com o diploma Quirino Campofiorito:

  • Adilson da Silva – Servidor (In memoriam): faleceu no dia 15 de novembro de 2018, trabalhou por quase 40 anos na instituição.
  • Anita Leocádia – Historiadora: filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, nasceu em uma prisão em Berlim, após Vargas entregar a sua mãe, Olga Benário, ao governo de Hitler.
  • Antônio Grosso – Artista Visual e Restaurador (In memoriam): foi gravador, litógrafo, impressor e restaurador. O Artista foi grande parceiro do MNBA e integrou o conselho científico de exposições do museu.
  • Flávio Shiró – Artista Visual: com 90 anos de idade, ainda trabalha intensamente em seu ateliê. Nasceu no Japão e cresceu no Brasil, é dono de uma das produções mais longevas da arte brasileira.
  • Janilson dos Santos Vieira – Servidor: servidor ativo do MNBA, é vigilante e tem mais de 30 anos de casa.
  • Jorge Mori – Artista Visual (In memoriam): faleceu em novembro do ano passado, o artista foi o mais jovem a participar da 1ª Bienal de São Paulo.
  • José Antônio Patané Filho – Servidor: integrou diversos setores do museu, atualmente trabalha na área técnica. Possui mais de 30 anos de casa.
  • José Tarcisio – Artista Visual: pintor, gravador e escultor. Parceiro do MNBA, sua obra Regando Pedras integra o acervo do MNBA e está exposta na Galeria de Arte Moderna do Belas Artes.
  • Kevin Ridgely – Empresário: parceiro do MNBA.
  • Luiz Carlos Lacerda – Cineasta: bigode, como é conhecido, é um dos mais importantes cineastas brasileiros. Luiz Carlos dirigiu o filme Leila Diniz (1987) e diversos curtas sobre artistas como Luiz Aquila, Victor Arruda, Thereza Miranda, Antonio Parreiras e José Tarcisio, entre outras produções.
  • Marcos Chaves – Artista Visual e arquiteto
  • Mariza Guimarães Dias – Servidora Aposentada: trabalhou na área técnica do MNBA, com mais de 30 anos de casa.
  • Polyana Suassuna – Servidora Aposentada: bibliotecária, trabalhou por 34 anos no MNBA, se aposentou no último dia 2 de janeiro.
  • Sergio Gardenghi Suiama – Procurador da República

 

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Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)
Ministério da Cidadania