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27.9.2018 – 10:40

Em novembro, vai ser a hora de 28 equipes, de 14 cidades das cinco regiões brasileiras, brincarem em serviço. É que no dia 3 será realizada, no Rio de Janeiro, a final da Game Jam Plus – Olimpíada Brasileira de Desenvolvimento de Jogos (GJ+). Os participantes vão apresentar aos jurados os jogos que desenvolvem desde julho, quando participaram de uma maratona produtiva que durou 48 horas. O objetivo do evento é que os games produzidos possam se tornar negócios viáveis.

A fase final da GJ+ vai reunir 28 equipes de 14 cidades das cinco regiões brasileiras (Foto: Divulgação)

Além do desenvolvimento de jogos, a Game Jam Plus oferece mentorias às 28 equipes selecionadas para a fase final, a exemplo do que ocorre em muitos programas para o impulsionamento de startups. São oferecidos prêmios em diversas categorias, como melhor jogo para celular e tablet e o com maior impacto social, com objetivo de apoiar a perenidade das produções.

Em sua terceira edição, a GJ+ tem três etapas. Na primeira fase, realizada em julho, as equipes participaram das 48h da maratona de desenvolvimento, organizada simultaneamente nas 14 cidades participantes: Belém, São Luiz, Teresina, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Brasília, Patos de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Ao final da maratona, foi selecionado um projeto de cada cidade, 14 no total.

As equipes com projetos não selecionados tiveram nova chance de concorrer a uma vaga na final. Elas disponibilizaram seus jogos em plataforma digital durante um mês, enquanto continuaram a desenvolvê-los. Ao final dos 30 dias, as propostas de cada cidade que receberam mais curtidas também passaram para a próxima fase.

Na segunda etapa, os 28 selecionados estão recebendo mentoria nos moldes do programa de aceleração Inovativa Brasil. O objetivo é que os projetos desenvolvidos não sejam perdidos e que consigam realmente se tornar viáveis comercialmente. De acordo com Ian Rochlin, um dos organizadores da GJ+, em geral, apenas 7% dos projetos produzidos em eventos desse tipo têm continuidade. “Nós queremos ajudar essas equipes a se tornarem empresas para gerar negócios, empregos, renda. Com o formato que demos ao evento, conseguimos uma taxa de continuidade de 45% na edição de 2017 e de 62% neste ano”, avalia Ian. A taxa é obtida pela razão entre o número de propostas inscritas e o total de propostas que são desenvolvidas até o fim da votação popular.

A terceira etapa é a premiação final e reúne os participantes selecionados e apoiados pelo projeto de aceleração em um evento no formato DemoDay (votação dos jurados) e exposição dos jogos para o público (votação popular). Neste ano, há as seguintes categorias: Prêmio Abragames, Prêmio Amazon Game Tech, Premiação Nacional Unicef, Prêmio Nacional WeDoLogos, Prêmio Nacional Escola Saga, Prêmio Nacional Games Mobile por TFG e Premiação Nacional Navegador Web por Nuuvem. Entre os prêmios oferecidos aos vencedores estão a participação em rodadas de negócio, o desenvolvimento de logomarca e conceito de material de papelaria e o acesso ao programa de pré-aceleração on-line da Amazon, entre outros.

 

Indústria Criativa

Um dos segmentos da indústria criativa, o setor de games tem apresentado resultados expressivos nos últimos anos. De acordo com o site Newzoo, em 2018, o mercado global de games chegará a uma receita de US$ 137,9 bilhões, sendo que 51% desse total virá de jogos para mobile (smartphones tablets); 24% para web e 25% para consoles. No Brasil, as receitas chegam a US$ 1,5 bilhão, com 75,7 milhões de jogadores. O site ainda revela que 50% dos homens e 51% das mulheres brasileiras jogam games para mobile, e que 83% dos jogadores, em todos os segmentos, consumiram algum tipo de bem virtual em seus jogos nos últimos seis meses. Entre 2012 e 2016, o mercado brasileiro de games cresceu 28,7%, e as projeções são de que cresça 16,5% entre 2017 e 2021.

“O potencial do mercado brasileiro é enorme, pois somos o quarto do mundo em consumidores, mas apenas o 13º em desenvolvimento. Nós consumimos mais do que produzimos e precisamos mudar isso. É por essa razão que cada vez mais temos que realizar eventos com a Game Jam Plus”, ressalta Ian sobre a importância da olimpíada virtual para a indústria criativa brasileira. “Nós precisamos fomentar a indústria nacional de economia criativa com novos jogos e empresas atuantes no setor. A ideia central da GJ+ é aliar esforços de diferentes polos desenvolvedores e mostrar a força do setor de games nacional, o potencial das desenvolvedoras e a qualidade dos jogos brasileiros”, conclui.

 

Histórico

O crescimento da Game Jam Plus mostra a vitalidade do mercado de games nacional. O evento foi criado em 2016 e contou com 80 participantes do Rio de Janeiro, no formato tradicional de maratona de desenvolvimento – com um fim de semana para desenvolvimento dos jogos e a premiação. Já a segunda edição, em 2017, quando ganhou o formato atual, com mais etapas incluindo a mentoria, foi realizada simultaneamente em seis cidades – Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo – e contou com 400 participantes, 80 voluntários (incluídos os mentores) e 25 organizadores. Por meio de um acordo com o Rio Criativo, escritório para fomentar a economia criativa da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, a final foi realizada nas instalações do Rock in Rio. Em 2018, o evento saltou de seis para 14 cidades, de todas as cinco regiões brasileiras, e reúne 500 pessoas, 200 voluntários e 80 organizadores. Para 2019, eles já se preparam para realizar a GJ+ em 20 cidades.

O baixo custo é uma característica do evento, que conta com parcerias e a vontade de voluntários e organizadores de impulsionar o mercado. “Nós acreditamos que as pessoas podem se unir para mudar o meio em que vivem e para empreender”, ressalta Ian. Sem o apoio financeiro de patrocinadores, a organização decidiu fazer a GJ+ com recursos próprios, além dos voluntários que investiram nas próprias passagens e alimentação para as mentorias da segunda edição. Para a deste ano, os organizadores decidiram cobrar um ingresso de R$ 50 dos participantes e reverter 100% do que foi ganho para a organização do evento. “Nós entendemos que somos os principais atores dos filmes de nossas vidas”, diz Rochlin, destacando o espírito empreendedor do setor.

 

Editais 

Para ajudar a impulsionar o mercado de games no Brasil, o Ministério da Cultura (MinC) desenvolveu a Política Nacional de Games, que vai investir R$ 100 milhões em diversas linhas: desenvolvimento de games; desenvolvimento e produção de conteúdo em realidades virtual e aumentada; produção de games; lançamento de games e aceleração de empresas. Também é parte da política incentivar mostras e festivais e investir em infraestrutura e tecnologia e em formação e capacitação. Está previsto para o mês de outubro o lançamento de editais para a área.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura