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27.9.2018 – 16:20

Para celebrar a entrada em vigor do acordo audiovisual entre Brasil e Israel, o Ministério da Cultura (MinC), em parceria com o Programa Cinema do Brasil, levou uma delegação de produtores cinematográficos brasileiros à 34ª edição do Festival Internacional de Cinema de Haifa, realizada entre 22 de setembro e 1º de outubro na cidade israelense. O ministro Sérgio Sá Leitão foi representado pelo diretor de Assuntos Internacionais do MinC, Adam Jayme Muniz.

Adam Muniz e Pnina Blayer, diretora artística do Festival Internacional de Cinema de Haifa (Foto: Divulgação)

Assinado em 2009, o acordo entre Brasil e Israel para o setor audiovisual obteve aprovação do Congresso Nacional em maio de 2017, quando entrou em vigor. A participação no festival foi a primeira ação específica para fomentar a produção e a cooperação bilateral para o setor. “O Festival de Cinema de Haifa é o maior de Israel e, além das mostras de filmes, conta com eventos de mercado para produção cinematográfica, televisiva e de realidade virtual, atendendo assim à nossa estratégia de aproximação”, explica Muniz. “A ideia que levou à organização da comitiva foi a de criar uma agenda que combinasse diálogo institucional e aproximação entre produtores dos dois países”, completa.

A seleção da comitiva foi feita pelo Cinema do Brasil, programa de exportação implementado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (Siaesp), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A iniciativa conta com o apoio institucional do MinC, da Agência Nacional do Cinema do Brasil (Ancine) e do Ministério das Relações Exteriores.

Um dos critérios para a escolha dos representantes foi que seus projetos tivessem potencial de coprodução com Israel, pela temática, script e necessidade de gravação no país. Foram selecionadas propostas de longas-metragens de drama, terror e documentário. Dos oito produtores selecionados para integrar a comitiva, quatro receberam auxílio do MinC, que financiou as passagens aéreas.

Além das atividades no festival, Adam Muniz reuniu-se com representantes de diversos setores do audiovisual de Israel, entre eles Pnina Blayer, diretora artística do Festival; Katriel Schory, diretor executivo do Israel Film Fund; Ruth Levari, coordenadora de Indústria do Festival de Haifa; Ziv Naveh, diretora executiva do Gesher Film Fund; Amit Goren, diretor executivo da Makor Foundation for Israeli Films; Eti Cohen, diretora do Conselho de Cinema do Ministério da Cultura; e Osnat Bukofzer, assessora internacional da Rabinovich Foundation for the Arts. O objetivo das reuniões foi trocar informações sobre o financiamento para o setor em ambos os países e explorar maneiras de aproximação e de fomento à coprodução.

Os fundos israelenses são segmentados, cada um atuando em um ou mais gêneros ou linguagens específicas, como longas e curtas-metragens, documentários, animação e até realidade virtual. Os diferentes fundos recebem do Ministério da Cultura israelense a verba anual com a qual realizam o financiamento dos projetos audiovisuais.

Acompanhado pela consultora internacional do programa Cinema do Brasil, Marika Kozlovska, em todas as reuniões, Muniz ressaltou a receptividade com que foram acolhidos e o interesse dos representantes israelenses no setor audiovisual brasileiro. “De maneira geral, há uma expectativa muito positiva dos nossos interlocutores de atuar conjuntamente com o Brasil, realizar projetos, coproduções, desenvolver roteiros, programação de festivais”, conclui.

 

Programação brasileira

Três filmes brasileiros foram exibidos na mostra principal do festival: Los Silencios, uma coprodução entre Brasil e Colômbia; Rojo, coproduzido por Argentina, França, Holanda, Brasil e Alemanha; e Tito and The Birds, uma animação 100% nacional. Além da mostra oficial, a delegação participou das atividades de mercado do Festival pela primeira vez. Além do Brasil, apenas República Tcheca e Itália figuraram como participantes internacionais nas atividades de negócio.

A delegação brasileira teve um espaço especial durante as rodadas de pitching, dividido em quatro sessões de 15 minutos cada. Antes da apresentação das propostas, Marika Kozlovska e Adam Muniz, puderam falar, respectivamente, sobre o Programa Cinema do Brasil e as linhas políticas do audiovisual do MinC, principalmente as vias de financiamento. “Houve uma impressão muito positiva por parte da plateia, principalmente quando foram mostrados os números de investimento do Fundo Setorial do Audiovisual, de cerca de R$ 2 bilhões desde 2009. Essa é uma soma difícil de ser superada, mesmo internacionalmente”, ressaltou Muniz.

Outro aspecto importante destacado por Muniz é a curiosidade dos representantes do audiovisual israelense em relação às políticas desenvolvidas no Brasil, como funcionam e como as produções de Israel podem se beneficiar dos mecanismos de incentivo nacionais, por meio da parceria com estúdios brasileiros.

 

O Festival 

O Festival Internacional de Cinema de Haifa, o primeiro do gênero em Israel, foi criado em 1983 e rapidamente ganhou reputação como um importante evento cinematográfico internacional. O festival atrai cerca de 300 mil visitantes, que participam das exibições de cerca de 280 novos filmes de todo o mundo, concertos ao vivo e exibições ao ar livre para toda a família. O festival celebra as conquistas artísticas no novo cinema israelense e seu caráter intransigente e diversificado, que aborda questões da sociedade e do pluralismo do País. Cerca de 300 convidados da indústria cinematográfica e televisiva israelense e internacional participam do festival, conhecendo o público, realizando palestras e participando de workshops e competições da indústria.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura