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21.9.2018 – 13:28

Novo patrimônio cultural brasileiro, a literatura de cordel é uma expressão popular que abrange não apenas as letras, mas também a música e a ilustração. É um gênero literário, veículo de comunicação, ofício e meio de sobrevivência para inúmeros cidadãos brasileiros: poetas, declamadores, editores, ilustradores (desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores) e folheteiros (como são conhecidos os vendedores de livros). Disseminado em todo o Brasil, apesar de ter começado no Norte e no Nordeste, o cordel pode ser acessado de casa, por meio de acervos com exemplares digitalizados, ou diretamente no acervo de diversas instituições.

A Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), mantém o portal Cordel, Literatura popular em verso, fruto de um projeto cujo objetivo é preservar, conservar e disponibilizar os exemplares do acervo da instituição. Para preservar os cordéis contra o desgaste do tempo e do manuseio, a coleção foi submetida a tratamentos químicos, tecnológicos e os livretos foram digitalizados e guardados em invólucros específicos. O projeto busca ainda fazer o intercâmbio entre instituições que também tenham cordéis em seu acervo, de modo a formar um banco de dados gerais sobre o tema. Por meio da página, é possível acessar cerca de 2.340 dos 9 mil folhetos de cordel que constituem o acervo da instituição. Para consultá-los, basta clicar neste link.

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular disponibiliza, em formato digital, uma das mais importantes coleções de cordel do País, com mais de seis mil exemplares. O acervo fica sob a guarda da Biblioteca Amadeu Amaral e pode ser acessado neste link.

A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) também possui espaço em sua página para obras digitalizadas. Quem mora ou estiver visitando o Rio de Janeiro pode visitar a sede da Academia, que mantém uma biblioteca com cerca de 2 mil livros sobre o tema e a Cordelteca, com 13 mil folhetos. Destes, aproximadamente 6 mil estão catalogados e disponíveis para consulta.

O Instituto Moreira Sales também possui cerca de 650 exemplares de folhetos e livros sobre Cordel em seu acervo. As informações sobre os títulos podem ser consultadas on-line neste link. Para consultas, é preciso agendar uma visita à sede do Instituto no Rio de Janeiro, pelo e-mail literatura@ims.com.br.

Na Biblioteca da sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte), também no Rio de Janeiro, há um acervo com 175 livros e folhetos de cordel. As informações sobre o acervo podem ser visualizadas pesquisando cordel na página de pesquisa da instituição. Os exemplares podem ser consultados na biblioteca da Fundação.

O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo, mantém o Portal da Literatura de Cordel, feito em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade de Poitiers, na França. No site, é possível consultar folhetos de cordel, repente e xilogravuras, além de bibliografia e referências sobre o tema.

 

Direto da fonte

Há diversas cordeltecas implantadas em todo o território nacional, 19 ao todo, de acordo com a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, todas listadas neste link. A Cordelteca João Firmino Cabral, fundada em 2003, em Aracaju, Sergipe, é a primeira iniciativa do gênero no País. O espaço homenageia o autor homônimo, primeiro sergipano a ter seus cordéis divulgados fora do estado, e fica nas dependências da Biblioteca Pública Clodomir Silva, vinculada à Fundação Cultural de Aracaju. O espaço abriga mais de 500 títulos que podem ser consultados pelo público em geral.

Algumas cordeltecas são mantidas pelos próprios autores, como é caso da Cordelteca Olegário Alfredo, em Sabará, Minas Gerais. Outro exemplo é a Cordelteca Dalinha Catunda, criada pela própria cordelista em Ipueiras, Ceará. Alguns dos cordéis estão disponíveis no blog da escritora, o Cantinho da Dalinha.

 

O cordel

A Literatura de Cordel no Brasil é o resultado de uma série de práticas culturais em que os cantos e os contos constituem as matrizes para uma série de formas de expressão. Na formação da cultura brasileira, da qual a literatura de cordel faz parte, tanto indígenas quanto africanos e portugueses adicionaram práticas de transmissão oral de suas cosmologias, de seus contos e de suas canções.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura