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Política Nacional Aldir Blanc é lançada em Brasília

Evento contou com a presença de autoridades e atrações musicais

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Foto: Filipe Araújo/MinC

O Ministério da Cultura (MinC) lançou na noite de quarta-feira (25) a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A maior iniciativa direcionada ao setor cultural do Brasil, regulamentada a partir da assinatura do Decreto Nº 11.740/2023, irá destinar, até 2027, R$ 15 bilhões a estados, municípios e Distrito Federal. O evento no Museu Nacional da República, em Brasília, contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, além de autoridades, artistas, parlamentares e representantes do MinC e suas entidades vinculadas.

“A implementação da Política Nacional Aldir Blanc é fruto da resistência, da luta e do comprometimento de toda a sociedade civil, dos parlamentares, das pessoas que trabalham, que vivem e são a cultura brasileira, da classe artística, que resistiu e também lutou e luta pela democracia no nosso país e pelas políticas culturais mais dignas e duradouras”, disse a ministra na cerimônia conduzida pela atriz Adriana Lessa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia, enviou um discurso que foi lido durante a solenidade. “Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios. É também um reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura”, afirmou.

O homenageado com a iniciativa, o músico, poeta, escritor, cronista, compositor e letrista Aldir Blanc, que morreu em 2020 vítima da Covid-19, foi lembrado em dois vídeos no evento – um deles com depoimentos de nomes da música popular brasileira como Cristóvão Bastos, João Bosco, Moacyr Luz, Leila Pinheiro e Guinga.

Viúva do artista, Mary Sá Freire, subiu ao palco, onde fez uma fala emocionada. “Na dimensão onde se encontra, ele [Aldir] está muito orgulhoso e feliz. Agora a cultura vai recomeçar a ter um grande significado para o país e nós vamos ver o Brasil melhorar muito”.

Planos de ação

Para o recebimento dos recursos, os entes federativos e consórcios públicos intermunicipais devem cadastrar os planos de ação com informações como metas e as ações previstas na plataforma TransfereGov. As informações servirão de base para o Plano Anual de Aplicação dos Recursos (PAAR). Os valores começarão a ser repassados a partir de 2024, quando se iniciam os lançamentos de editais, prêmios e chamamentos públicos.

A partir de 31 de outubro, estados, municípios e Distrito Federal podem enviar os planos de ação. No portal do MinC é possível acessar o site da PNAB. Nele estão disponíveis as informações sobre a distribuição dos recursos e orientações sobre como apresentar o plano de ação, além dos plantões e canais de atendimento para assistência aos entes locais, que estarão em funcionamento para garantir que este recurso seja acessado por municípios e estados de todo o Brasil.

Descentralização

Oriundos do Fundo Nacional de Cultura, os recursos da Política Nacional Aldir Blanc serão destinados de forma descentralizada, com repasses da União a projetos nos estados, municípios e no Distrito Federal, observados os critérios e os percentuais estabelecidos na legislação, de acordo com o cronograma de pagamentos a ser divulgado pelo MinC.

Os entes federados devem promover discussão e consulta à comunidade cultural e aos demais atores da sociedade civil sobre a execução dos recursos, por meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas ou de reuniões técnicas com potenciais interessados em participar de chamamento público, de sessões públicas presenciais e de consultas públicas.

Dessa maneira será possível implementar um processo de gestão e promoção das políticas públicas de cultura, capaz de promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais, observado o respeito à diversidade, à democratização e à universalização do acesso.

Ação estruturante

A PNAB é uma ação estruturante pelo fato de legislação ser voltada à consolidação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e tem como beneficiários trabalhadores da essa fala da realização dos procedimentos públicos de seleção de fomento devem estar asseguradas medidas de democratização, desconcentração, descentralização, regionalização, diversificação e ampliação quantitativa de destinatários, linguagens culturais e regiões geográficas, com a implementação de ações afirmativas e de acessibilidade.

Autora da Lei que deu origem à Política Nacional Aldir Blanc, a deputada Jandira Feghali salientou o fato da iniciativa ser duradoura. “Essa lei tem o escopo de uma lei permanente, não é mais emergencial, e por isso possibilita que façamos aquilo que é decisivo para a gente se considerar um país ativo, autônomo e soberano. Ela valoriza aquilo que os colonizadores não gostam, a nossa identidade, que é diversa, mestiça, plural, do ponto de vista étnico religioso, racial, gastronômico, todos os cabelos, lábios, altura, sotaque, jeito de ser, jeito de vestir. Não tem uma única linguagem que não esteja contida nela”.

E emendou: “Essa diversidade nos faz um país que respeita a sua própria identidade. Não somos e nunca seremos um país homogêneo. O Brasil tem cidadãs e cidadãos que pensam, criam, executam e elaboram. O Estado não cria cultura. Ele tem que ter seus caminhos para que essa potência criativa aconteça, e esse é o papel que a ministra Margareth faz ao lançar a PNAB como uma estrada para que essas potências possam acontecer. O Brasil conhece o Brasil a partir da potência dos territórios de todos os cantos. É a guitarrada, o frevo, maracatu, samba de roda, samba de coco, boi, Carnaval, pagode, tudo que a gente tem para além das outras artes, sejam cênicas, audiovisuais ou da rua. O espaço da rua é um espaço cultural na Lei. A cultura que se realiza na rua também é uma cultura a ser fomentada pela Lei Aldir Blanc porque ela apoia projetos e os espaços culturais”, concluiu Jandira.

A noite de lançamento da PNAB terminou com música. No palco montado na área externa do museu se apresentaram o compositor Moacyr Luz e Samba do Trabalhador e a cantora Dhi Ribeiro.

Também participaram da cerimônia a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; o presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Marcelo Queiroz; a deputada federal Benedita da Silva – criadora da Lei, que antecedeu a PNAB; o presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; o secretário-Executivo do Fórum de Dirigentes de Cultura das Capitais, Gabriel Portela; o presidente da Rede Nacional dos Gestores de Cultura, David Terra; o representante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, Erlier Jadson Silva; a representante do Conselho Nacional de Políticas Culturais, Fernanda Morgani; e o presidente da Associação dos Produtores de Teatro, Eduardo Barata.

Do MinC estiveram presentes o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Alexandre Santini; a presidenta da Fundação das Artes (Funarte), Maria Marighella; o diretor-Executio da instituição, Leonardo Lessa; o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; o secretário-Executivo adjunto do Ministério, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes; e o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba.

Veja na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

Boa noite, querida gente da cultura.

Ainda enfrento restrições de locomoção devido a recomendações médicas pela cirurgia que fiz no início de outubro. Mas não poderia deixar de me manifestar sobre a grandeza da política que este governo lança hoje.

O saudosíssimo compositor Aldir Blanc uma vez escreveu que o ‘Brazil’, com Z, não conhece o Brasil, com S. E durante muito tempo essa foi uma verdade na história de nosso país. 

Para as oligarquias governantes, cultura era o que se mostrava nos grandes salões das metrópoles. E houve tempos em que olhávamos envergonhados para dentro e com admiração apenas para o que vinha de fora.

Por muito tempo esconderam de nós que a cultura popular é uma força incontível. É uma energia que se manifesta no nosso dia a dia, no nosso jeito de falar, andar, se vestir e se comportar.

Nossa cultura está nas ruas, nos campos de futebol, na devoção do Círio de Nazaré e nas festas de Nossa Senhora Aparecida, de São Jorge e da lavagem do Bonfim. 

A cultura brasileira está no tacho de acarajé da baiana, no pão de queijo com cafezinho, no churrasco dos domingos, no pato ao tucupi e no sarrabulho pantaneiro. 

Está no carnaval, nas festas juninas e até na convivência pacífica e cordial entre árabes, judeus e cristãos no Saara carioca ou no Brás paulista.

E se hoje admiramos o que vem de fora, mas temos orgulho de quem somos, é porque começamos a compreender, a partir do início deste século, que o verdadeiro caráter brasileiro inclui a abertura e a pluralidade culturais. 

Pluralidade desenvolvida a partir de três matrizes profundamente enraizadas na brasilidade, e que hoje reúne imensa diversidade de modos de viver e de se expressar, alimentada por tantos povos que para cá vieram.

A cultura é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, e deve sempre ser tratada com o devido respeito. 

Por isso, é emblemático que um dos primeiros atos do governo anterior, além de extinguir o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea, tenha sido acabar com o Ministério da Cultura. 

Tentaram espalhar a fome e apagar as luzes do país. Mas não contavam com a resistência e a índole solidária do povo brasileiro. Sofremos, mas sofremos juntos e misturados, e ninguém largou a mão de ninguém.

Atravessamos a noite do obscurantismo, mas sabíamos que o sol sempre nascerá, como cantou o Cartola, e em 1º de janeiro admiramos mais uma alvorada da democracia brasileira. 

Hoje, podemos comemorar a volta do Ministério da Cultura e o lançamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a lei cultural de maior abrangência e impacto da história do Brasil.

Estamos falando de um investimento recorde de R$ 15 bilhões de reais até 2027 – ou R$ 3 bilhões de reais por ano a partir já de 2023. A serem distribuídos a todos os estados e a quase todos os municípios brasileiros.

Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios.

É também o reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura. 

Vítima da negligência do governo anterior com a pandemia de Covid, Aldir Blanc escreveu uma vez que a raiva dá pra conter, mas a fome não. E ele sabia que essa fome não é só de comida – é também de diversão e arte, como cantaram os Titãs. 

Nossos governos sempre investiram na cultura porque sabemos que, além do tesouro intangível que ela representa, a economia criativa é uma imensa fonte de recursos e grande geradora de emprego e renda.

E a plataforma que o Observatório Itaú Cultural lançou em abril para medir a contribuição da cultura para a economia nacional comprova isso.

Em 2020, mesmo com todos os problemas decorrentes da pandemia, o segmento cultural movimentou R$ 230 milhões, ou 3,1% do PIB brasileiro. Enquanto a indústria automotiva respondeu por 2,1%. 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho utilizados pela plataforma apontam que, no quarto trimestre de 2022, a indústria criativa gerou 7,4 milhões de empregos formais e informais, chegando a 7% do total dos trabalhadores da economia.

Esse é o tamanho da cultura brasileira. Imaginem a potência econômica em que ela será transformada em breve. 

Mais do que commodities, o Brasil pode – e deve – se tornar um grande exportador de cultura, de inteligência e do nosso modo de ser e viver. Um país onde a biodiversidade e a diversidade cultural andam juntas.

Um país que se faz presente no conjunto das nações com um jeito muito próprio de ser. Com uma cultura muito particular. Pacífico, alegre e criativo.

Um país com vocação para a multiplicidade, para a diferença, para a convivência harmoniosa dos contrários e, portanto, um país preparado para o futuro.

Pois o futuro que se avizinha é cheio de incertezas, e um planeta em crise climática e humanitária precisará cada vez mais de países criativos e fraternos como o Brasil – que dança, pinta, borda, escreve, faz teatro e faz cinema. Um país, como disse Ary Barroso, que canta e é feliz.

Muito obrigado.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil

Fonte: Ascom/MinC

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Salas de Cinema mostram forte recuperação do mercado em 2022

Público cresceu 82% em comparação a 2021

A ANCINE publicou, no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), dados do desempenho do mercado cinematográfico no Brasil em 2022. Além de permitir uma avaliação dos resultados de público e renda das produções exibidas nos cinemas após dois anos comprometidos pela pandemia, a publicação traz também dados sobre o processo de recuperação do parque exibidor.

O levantamento, realizado pela equipe da Coordenação de Estudos e Monitoramento de Mercado da Secretaria de Regulação, enfatiza o quadriênio 2019/2022: como 2019 foi o último ano antes da pandemia, os números daquele ano constituem um referencial para se dimensionar o impacto provocado pela COVID-19. Todos os dados do estudo devem ser contextualizados e considerados não isoladamente, mas em sua trajetória ascendente de recuperação.

Em relação a 2021, por exemplo, o público total (95,1 milhões) cresceu 82% em 2022, enquanto a renda total (R$ 1,8 bilhão) aumentou 98,8%. Já o parque exibidor encerrou 2022 com 3.401 salas abertas – um crescimento de 4,1% em relação a 2021, chegando a um patamar bem próximo ao de 2019 (3.507 salas).

        

Em comparação com 2019, por sua vez, os números de 2022 representam uma queda de 46,5% no público total e de 35,4% na renda total.

Acompanhando esse cenário, em 2022, o market share dos filmes brasileiros também foi abaixo da média histórica. No entanto, em comparação ao ano de 2021, em que a participação brasileira atingiu apenas 1,8% da bilheteria, o ano de 2022 apresentou uma evolução de 133% no market share, alcançando uma participação relativa de 4,2% do público e 3,9% da renda.

Os cinco filmes brasileiros de maior sucesso em 2022 tiveram um desempenho similar, com o público oscilando entre cerca de 390 mil e 540 mil: “Turma da Mônica: Lições”, “Tô ryca! 2”, “Detetives do Prédio Azul 3”, “Medida Provisória” e “Eduardo e Mônica”. São números ainda bastante distantes do último grande êxito nacional de bilheteria, “Minha mãe é uma peça 3”, lançado no final de 2019.

O mercado foi dominado mais uma vez pelos grandes lançamentos internacionais, destacando-se: “Doutor Estranho no multiverso da loucura” (público de 8,3 milhões); “Minions 2: A origem de Gru” (6,9 milhões); e “Avatar: “O caminho da água” (6,7 milhões).

Outras informações relevantes apresentadas na publicação:

  • Em 2022, foram exibidos 652 longas-metragens nas salas de cinema: 244 brasileiros e 408 estrangeiros;
  • Em 2022, foram lançados 385 longas-metragens: 173 brasileiros e 212 estrangeiros;
  • Sete filmes tiveram lançamento em mais de 2 mil salas – em 2021, foram apenas dois;
  • As distribuidoras Warner e Disney ocuparam o topo do ranking de público das distribuidoras, com mais de 30 milhões de público acumulado cada uma;
  • Considerando-se apenas a distribuição de filmes brasileiros, a protagonista foi a Downtown, com um público acumulado de 1,4 milhão (e renda de R$ 24,3 milhões).

Expectativas para 2023

A expectativa para 2023 é o aumento da participação relativa dos filmes brasileiros no mercado, com a retomada dos grandes lançamentos nacionais, e o retorno do crescimento do parque exibidor, que se manteve em trajetória ascendente por 10 anos, até a eclosão da pandemia em 2020.

Com objetivo de acelerar a retomada do cinema brasileiro, destacam-se, para o ano de 2023, dentre as ações da ANCINE, os resultados das seis chamadas públicas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)  para investimento em filmes brasileiros para cinema, o lançamento de duas novas chamadas do FSA, também para produção de filmes, a aprovação de um novo plano de ação de investimentos do FSA para 2023 e, conforme previsto em sua Agenda Regulatória, a elaboração de propostas de tratamento legislativo para a renovação da Cota de Tela para filmes brasileiros nas salas de cinema, e o aumento de limites para os aportes de recursos incentivados previstos na Lei do Audiovisual.

Como vem sendo realizado nos últimos anos, o trabalho apresenta os resultados preliminares de 2022, que serão ampliados, consolidados e divulgados ao longo de 2023.

Veja aqui o Informe.

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Presidente Lula e ministra Margareth Menezes assinam novo decreto de fomento à cultura

Foto: Filipe Araújo/MinC

Norma estabelece normas e procedimentos de fomento que vão ao encontro das necessidades do setor cultural

Em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, assinaram o novo decreto de fomento à cultura. Autoridades, representantes do setor cultural e cidadãos acompanharam o ato. 

Os atores Vilma Melo e Jackson Costa, mestres de cerimônia, guiaram um evento repleto de atrações culturais. O repertório incluiu espetáculo da Escola Nacional de Circo; execução do hino nacional pela Orquestra Maré do Amanhã; apresentações do músico mirim Miguel Vicente — o Miguel do Cavaquinho —, Chico César e Teresa Cristina; presença dos bois Garantido e Caprichoso, que comandam o Festival de Parintins (AM), além de outras atrações. 

Em sua fala, a ministra Margareth enfatizou que o decreto é um exemplo de resistência do setor cultural, até então tratado como criminoso e inimigo do desenvolvimento do país. “Para aqueles que nos quiseram mortos, nos xingaram, nos desrespeitaram sem consideração à nossa história, digo a eles, sobrevivemos”, comemorou a chefe da pasta, recebida com aplausos pelo teatro lotado. 

Logo após a assinatura, o presidente Lula ressaltou o caráter da cultura como direito e o compromisso em tratá-la como política de Estado, de modo que o aparato de apoio ao setor jamais seja desmontado novamente. “O nosso compromisso é garantir que a cultura voltou de verdade neste país. Que ninguém nunca mais ouse desmontar a experiência cultural do povo brasileiro”, enfatizou o chefe do Executivo. 

O decreto 

Publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (24), o decreto nº 11.453 dispõe sobre os mecanismos de fomento do sistema de financiamento à cultura. O dispositivo revisa aspectos importantes do fomento cultural, com vistas a implementar as leis de apoio ao setor, contribuindo para viabilizar a expressão cultural de todas as regiões do país e a sua difusão em escala nacional. 

Elaborado em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), o instrumento dispõe sobre o fomento direto, o fomento indireto, o uso de incentivos fiscais e do funcionamento da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura. Os avanços incluem aspectos fundamentais para os fazedores, como um modelo de prestação de contas voltado às entregas, e não à execução financeira dos projetos. 

Fonte: Ascom/MinC

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Iphan entrega dois bens devidamente restaurados em Santa Catarina

O Conjunto Zimdars, em Blumenau, e a Casa Hardt, em Pomerode, integram o conjunto de bens relacionados com a imigração no estado

Depósito que integra o Conjunto Zimdars, em Blumenau, tombado pelo Iphan desde 2015. (Fotos: Iphan-SC)

 

Nesta quarta-feira (25), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregou duas obras que restauraram a integridade de bens tombados em Santa Catarina (SC). O Conjunto Zimdars, em Blumenau; e a Casa Hardt, em Pomerode, fazem parte do conjunto de bens relacionados com a imigração no estado, tombados como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2015.

As edificações receberam serviços de restauração, com investimentos que somam mais de R$ 264 mil, oriundos de emenda parlamentar. Os dois bens são representativos das referências culturais teuto-brasileiras, fortemente presentes no Vale do Itajaí.

“Realizamos intervenções importantes, visando a integridade das construções, sempre observando as necessidades específicas de cada uma”, explica a superintendente do Iphan em Santa Catarina, Regina Helena Santiago. “A ação de conservação deve ser continuada por medidas constantes de manutenção por parte dos proprietários de cada bem”, acrescenta.

Conjunto Zimdars 

O Conjunto Zimdars, em Blumenau, teve um investimento de quase R$ 184 mil, utilizados no restauro do Armazém, que abrangeu a cobertura, forro, esquadrias, imunização e pintura. Os serviços também foram realizados na Casa Enxaimel-Depósito do bem, incluindo a recomposição das paredes enxaimel, pisos, forros, esquadrias, imunizações, proteções, pinturas e instalações elétricas.

O conjunto tombado foi um importante entreposto comercial, localizado em uma comunidade de descendentes de imigrantes. O local era constituído por um comércio e um clube de caça e tiro que, juntos, apresentam uma ambiência de extrema qualidade, formando um ponto de referência do pequeno núcleo de Itoupava Rega. As edificações, erguidas a partir de 1899, destacam-se no contexto pela técnica de construção e requinte dos detalhes.

Casa Hardt 

A Casa Hardt, no município de Pomerode, recebeu investimento de mais de R$ 80,6 mil. A obra incluiu a recuperação das alvenarias, coberturas e esquadrias da edificação.

A casa, datada de 1922, também se destaca pela técnica de construção e riqueza dos detalhes, com elementos não encontrados em nenhum outro imóvel enxaimel na região. O local chama a atenção devido à escada de alvenaria que conduz à varanda em formato de “U”.

A obra contou com a parceria da Prefeitura Municipal de Pomerode, que contribuiu com o fornecimento de materiais para a execução da obra, como barrotes de madeira, telhas e parte da reforma elétrica.

Fonte: Iphan

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Projeto da Funarte capacita mulheres marisqueiras com oficina de bio-artesanato no interior de Pernambuco

Iniciativa contemplada pelo Prêmio Periferias e Interiores utilizou cascas de mariscos como matéria-prima para confecção de cumbucas artesanais decoradas

Cerca de 25 pessoas foram beneficiadas pelo projeto “Mulheres Marisqueiras: Sustentabilidade e Transformação”. Com a iniciativa, de Jerônimo Costa Bezerra Júnior, duas oficinas, gratuitas, de bio-artesanato foram realizadas na Escola de Referência em Ensino Médio João Bezerra, localizada na comunidade Brasília Teimosa, em Recife-PE. A ação foi contemplada pelo Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores 2021/2022.

As atividades, desenvolvidas entre abril e junho, tiveram como objetivo capacitar mulheres, moradoras de área ribeirinha, com noções de empreendedorismo e confecção de artesanatos utilitários, como cumbucas. O projeto visou, também, valorizar a história e cultura da mariscagem – captura contínua de mariscos de forma artesanal –, além de desenvolver a economia criativa do local.

Na oficina “Arte em casca: o bio-artesanato como uma identidade social”, as participantes tiveram aulas teóricas e práticas sobre a importância da mariscagem, bio-artesanato e sustentabilidade. Conheceram novos tipos de materiais sustentáveis, seus usos e aplicações, técnicas de modelagem, trituração, preparação, queima e secagem das cascas de marisco e sururu (matérias-primas regionais usadas no projeto).

A iniciativa contou, ainda, com formações ministradas por profissionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (SEBRAE-PE). Na ocasião, foram debatidos os seguintes temas: “5 passos para organizar suas finanças” e “Empreendedorismo feminino, do protagonismo ao sucesso”.

Sobre o edital Periferias

Realizado pela Fundação Nacional de Artes, o Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores contemplou, em sua segunda edição, 16 projetos com R$ 50 mil cada. O objetivo foi realizar oficinas temáticas presenciais na área de artes visuais. As atividades precisavam ser desenvolvidas em periferias urbanas com características de vulnerabilidade social e econômica ou em cidades com população de até 150 mil habitantes.

As oficinas abordaram as artes visuais em suas práticas convencionais, contemporâneas ou aplicadas. Com as ações, a ideia foi apresentar ferramentas para tornar a produção artística uma atividade economicamente sustentável, além de oferecer noções básicas de planejamento financeiro e marketing para os participantes das aulas. Dessa forma, é possível promover a economia criativa e gerar emprego e renda para a população.

Acesse aqui o vídeo final do projeto “Mulheres Marisqueiras: Sustentabilidade e Transformação”, no Youtube da Funarte.

Cultura, Artes, História e Esportes

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Convênio nacional entre Iphan e Sebrae oferece apoio à comercialização para detentores do patrimônio imaterial

No âmbito da parceria, serão realizados workshops regionais para integração dos técnicos das duas instituições, ao longo das próximas semanas.

Com o objetivo de realizar ações de capacitação, promoção e apoio à comercialização para detentores de bens de natureza imaterial registrados como Patrimônio Cultural do Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) firmaram um convênio de cooperação técnica para salvaguardar o Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro.

Como uma das primeiras ações do convênio, serão promovidos workshops regionais para integração das equipes das superintendências do Iphan e dos escritórios estaduais do Sebrae. O workshop inicial foi realizado nesta terça-feira (08), em Brasília (DF), reunindo técnicos da região Centro-Oeste.

“Hoje é um dia de celebração. Verificamos a necessidade de trabalhar com os detentores, dar qualidade aos seus serviços, pois muitos deles são microempreendedores individuais” destaca a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Vamos trabalhar cooperativismo, marketing digital e muitos outros temas que ajudem a aumentar a renda dos detentores. Era um sonho que virou realidade”, acrescenta.

Na sequência, os workshops das regiões Sul/Sudeste, Norte e Nordeste estão agendados, respectivamente, para as cidades de São Paulo (10/11), Manaus (17/11) e Recife (29/11).

As ações do convênio estão previstas em três eixos: Capacitação dos detentores de bens culturais registrados e formalização de seus pequenos negócios, com foco em adequar para o mercado os produtos e serviços associados ao patrimônio cultural; Promoção dos bens imateriais para fortalecer a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial brasileiro; Apoio à comercialização de produtos e serviços ofertados pelo público-alvo do Convênio.

Trabalho conjunto

O Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, tem atualmente 52 bens de natureza imaterial registrados como Patrimônio Cultural do Brasil em quatro livros: Livro de Registro dos Saberes; Livro de Registro das Celebrações; Livro de Registro das Formas de Expressão e Livro de Registro dos Lugares.

Vale ressaltar que o objetivo central da Política de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial é promover a autonomia dos detentores na gestão do seu patrimônio, valendo-se da articulação interinstitucional com pessoas físicas e jurídicas afeitas ao campo dos bens registrados, promovendo, assim, a sustentabilidade desses patrimônios. Considerando que parte considerável dos bens registrados dispõe de produtos ou serviços comercializados ou prestados por seus detentores, o Sebrae, com a missão de transformar os pequenos negócios em protagonistas do desenvolvimento sustentável do Brasil, torna-se um importante parceiro do Iphan, cuja atuação busca proteger, divulgar e promover o patrimônio cultural brasileiro.

“O foco do Sebrae é o pequeno negócio. Estamos falando de turismo, artesanato e afins. O objetivo maior é discutir e estruturar um plano de ação e apoio aos pequenos negócios dos detentores de bens imateriais”, explicou a gerente adjunta da unidade de competitividade do Sebrae, Karen Sitta.

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Iphan
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