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MinC lança premiação de R$ 6 milhões para ações de valorização do Hip-Hop

Serão contempladas 325 iniciativas culturais; evento foi realizado na UnB

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Foto: Victor Vec/MinC

Criado nos Estados Unidos, o Hip-Hop completou 50 anos em 2023 – no Brasil está presente há quatro décadas. Para reconhecer e valorizar iniciativas culturais que promovam o movimento, o Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta quinta-feira (26), em evento no Campus Universitário Darcy Ribeiro na UnB (Beijódromo), o Edital Prêmio Cultura Viva Construção Nacional do Hip-Hop 2023. O chamamento é uma parceria da Pasta com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). O investimento é de R$ 6 milhões, que serão distribuídos entre 325 ações culturais.

Em seu discurso, a chefe da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou a importância do edital neste “momento em que temos um Ministério da Cultura aberto ao diálogo e um querer de ver a cultura acontecer de outra forma. Com uma visão de descentralização do fomento cultural, de chegar em todos os lugares, como aqueles mais precisam”.

O secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou que um dos objetivos da Cultura é, justamente, a descentralização cultural. “Atingir aqueles territórios que são invisibilizados, fazer uma política cultural que sirva pra combater desigualdades históricas”, afirmou. “O MinC é um instrumento de transformação do país, de construção de um projeto de nação. Tentaram dizer para gente que o Brasil é um país de poucos. E há cinquenta anos o Hip-Hop diz exatamente o contrário. Que ou esse país é de todos ou ele não é uma nação”.

Cultura Viva

A iniciativa tem como objetivo implementar as ações da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), com ênfase no reconhecimento dos agentes culturais que promovem a preservação, a difusão da diversidade cultural, bem como a valorização das expressões culturais do Hip-Hop no Brasil. Busca ainda ampliar a rede dessa política com a valorização e o incentivo aos agentes Cultura Viva e aos Pontos de Cultura em redes territoriais e temáticas.

Serão premiadas ações que proporcionem a criação, produção e/ou circulação de obras, atividades, produtos e ações. Entre eles: projetos de composição, arranjos, produção de beats, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sítios de internet, revistas, batalhas, rodas culturais, cyphers, jams, espetáculos, slam, beatbox, pesquisas, mapeamentos, fotografias, seminários, ciclos de debates, palestras, workshops, oficinas e cursos livres, que possam contribuir com o desenvolvimento sociocultural do segmento.

O papel social e cultural do Hip-Hop foi ressaltado pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg. “É uma cultura que nasce das periferias, de enfrentamento do desemprego, da falência, das brigas gigantes, daqueles que são delegados a própria sorte. Marca seu tempo e afirma que somos pardas, pardos, pretas e pretos, denunciando injustiça, expressando dores, mas também descobrindo os valores de ser quem se é. É um movimento que desafia o poder das elites excludentes, reinventando as riquezas do ser e do ser coletivo”, disse. E completou: “Trata-se de uma criação coletiva, que hoje não se limita à favela, ganhou o mundo, está no mercado criativo, nas plataformas de nas marcas do mundo e da moda. E vai se compondo, tendo como protagonista uma juventude que não quer ser números da perversa estatística da violência”.

As 325 iniciativas culturais do Hip-Hop serão divididas em três categorias:

• Pessoas físicas: 200 prêmios, no valor individual bruto de R$ 15 mil;

• Grupos/Coletivos/Crews: 75 prêmios, no valor individual bruto de R$ 20mil;

• Instituições privadas sem fins lucrativos de natureza ou finalidade cultural do Hip-Hop: 50 prêmios, no valor individual bruto de R$ 30 mil.

Poderão participar pessoas físicas, grupos/coletivos/crews e instituições privadas em fins lucrativos, de natureza ou finalidade cultural.

Rapper e facilitador-geral da Construção Nacional Hip-Hop, Zuruka falou sobre a importância do movimento cultural no enfrentamento à violência nas comunidades. “Eu acompanhei quatro gerações, quase cinco. Na época a gente não tinha cultura, mas a violência estava presente. Há 40 anos praticamente morriam os adolescentes de 15, 16 anos. Hoje em dia são as crianças. A gente tem que acabar com isso. E só iremos pôr fim a isso por meio da cultura”, salientou.

Ao final da cerimônia foi assinado o envio do Projeto de Lei do Hip-Hop à Casa Civil. Posteriormente, o PL que institui a Semana e o Dia Nacional do Hip-Hop irá para o Congresso Nacional.

O evento teve o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e do Serviço Social da Indústria Distrito Federal (Sesi-DF).

Também estiveram presentes no lançamento a secretária-Executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; os facilitadores-gerais da Construção Nacional Hip-Hop, Cláudia Maciel; e o rapper Rafa Rafuagi, a Bgirl, Fab Girl; a rapper, Cida Aripória; a representante do Ponto de Cultura Trocando Ideia e GT Hip-Hop na Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Paula Stuczysnki da Silva, e o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus.

Do Sistema MinC participaram o secretário-Executivo adjunto do MinC, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba; o assessor especial Carlos Paiva e o diretor do Cultura Viva, João Pontes.

Acesse o Edital aqui 

Fonte: Ascom/MinC

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Política Nacional Aldir Blanc é lançada em Brasília

Evento contou com a presença de autoridades e atrações musicais

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Foto: Filipe Araújo/MinC

O Ministério da Cultura (MinC) lançou na noite de quarta-feira (25) a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A maior iniciativa direcionada ao setor cultural do Brasil, regulamentada a partir da assinatura do Decreto Nº 11.740/2023, irá destinar, até 2027, R$ 15 bilhões a estados, municípios e Distrito Federal. O evento no Museu Nacional da República, em Brasília, contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, além de autoridades, artistas, parlamentares e representantes do MinC e suas entidades vinculadas.

“A implementação da Política Nacional Aldir Blanc é fruto da resistência, da luta e do comprometimento de toda a sociedade civil, dos parlamentares, das pessoas que trabalham, que vivem e são a cultura brasileira, da classe artística, que resistiu e também lutou e luta pela democracia no nosso país e pelas políticas culturais mais dignas e duradouras”, disse a ministra na cerimônia conduzida pela atriz Adriana Lessa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia, enviou um discurso que foi lido durante a solenidade. “Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios. É também um reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura”, afirmou.

O homenageado com a iniciativa, o músico, poeta, escritor, cronista, compositor e letrista Aldir Blanc, que morreu em 2020 vítima da Covid-19, foi lembrado em dois vídeos no evento – um deles com depoimentos de nomes da música popular brasileira como Cristóvão Bastos, João Bosco, Moacyr Luz, Leila Pinheiro e Guinga.

Viúva do artista, Mary Sá Freire, subiu ao palco, onde fez uma fala emocionada. “Na dimensão onde se encontra, ele [Aldir] está muito orgulhoso e feliz. Agora a cultura vai recomeçar a ter um grande significado para o país e nós vamos ver o Brasil melhorar muito”.

Planos de ação

Para o recebimento dos recursos, os entes federativos e consórcios públicos intermunicipais devem cadastrar os planos de ação com informações como metas e as ações previstas na plataforma TransfereGov. As informações servirão de base para o Plano Anual de Aplicação dos Recursos (PAAR). Os valores começarão a ser repassados a partir de 2024, quando se iniciam os lançamentos de editais, prêmios e chamamentos públicos.

A partir de 31 de outubro, estados, municípios e Distrito Federal podem enviar os planos de ação. No portal do MinC é possível acessar o site da PNAB. Nele estão disponíveis as informações sobre a distribuição dos recursos e orientações sobre como apresentar o plano de ação, além dos plantões e canais de atendimento para assistência aos entes locais, que estarão em funcionamento para garantir que este recurso seja acessado por municípios e estados de todo o Brasil.

Descentralização

Oriundos do Fundo Nacional de Cultura, os recursos da Política Nacional Aldir Blanc serão destinados de forma descentralizada, com repasses da União a projetos nos estados, municípios e no Distrito Federal, observados os critérios e os percentuais estabelecidos na legislação, de acordo com o cronograma de pagamentos a ser divulgado pelo MinC.

Os entes federados devem promover discussão e consulta à comunidade cultural e aos demais atores da sociedade civil sobre a execução dos recursos, por meio de conselhos de cultura, de fóruns direcionados às diferentes linguagens artísticas, de audiências públicas ou de reuniões técnicas com potenciais interessados em participar de chamamento público, de sessões públicas presenciais e de consultas públicas.

Dessa maneira será possível implementar um processo de gestão e promoção das políticas públicas de cultura, capaz de promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais, observado o respeito à diversidade, à democratização e à universalização do acesso.

Ação estruturante

A PNAB é uma ação estruturante pelo fato de legislação ser voltada à consolidação do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e tem como beneficiários trabalhadores da essa fala da realização dos procedimentos públicos de seleção de fomento devem estar asseguradas medidas de democratização, desconcentração, descentralização, regionalização, diversificação e ampliação quantitativa de destinatários, linguagens culturais e regiões geográficas, com a implementação de ações afirmativas e de acessibilidade.

Autora da Lei que deu origem à Política Nacional Aldir Blanc, a deputada Jandira Feghali salientou o fato da iniciativa ser duradoura. “Essa lei tem o escopo de uma lei permanente, não é mais emergencial, e por isso possibilita que façamos aquilo que é decisivo para a gente se considerar um país ativo, autônomo e soberano. Ela valoriza aquilo que os colonizadores não gostam, a nossa identidade, que é diversa, mestiça, plural, do ponto de vista étnico religioso, racial, gastronômico, todos os cabelos, lábios, altura, sotaque, jeito de ser, jeito de vestir. Não tem uma única linguagem que não esteja contida nela”.

E emendou: “Essa diversidade nos faz um país que respeita a sua própria identidade. Não somos e nunca seremos um país homogêneo. O Brasil tem cidadãs e cidadãos que pensam, criam, executam e elaboram. O Estado não cria cultura. Ele tem que ter seus caminhos para que essa potência criativa aconteça, e esse é o papel que a ministra Margareth faz ao lançar a PNAB como uma estrada para que essas potências possam acontecer. O Brasil conhece o Brasil a partir da potência dos territórios de todos os cantos. É a guitarrada, o frevo, maracatu, samba de roda, samba de coco, boi, Carnaval, pagode, tudo que a gente tem para além das outras artes, sejam cênicas, audiovisuais ou da rua. O espaço da rua é um espaço cultural na Lei. A cultura que se realiza na rua também é uma cultura a ser fomentada pela Lei Aldir Blanc porque ela apoia projetos e os espaços culturais”, concluiu Jandira.

A noite de lançamento da PNAB terminou com música. No palco montado na área externa do museu se apresentaram o compositor Moacyr Luz e Samba do Trabalhador e a cantora Dhi Ribeiro.

Também participaram da cerimônia a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; o presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Marcelo Queiroz; a deputada federal Benedita da Silva – criadora da Lei, que antecedeu a PNAB; o presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes; o secretário-Executivo do Fórum de Dirigentes de Cultura das Capitais, Gabriel Portela; o presidente da Rede Nacional dos Gestores de Cultura, David Terra; o representante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, Erlier Jadson Silva; a representante do Conselho Nacional de Políticas Culturais, Fernanda Morgani; e o presidente da Associação dos Produtores de Teatro, Eduardo Barata.

Do MinC estiveram presentes o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Alexandre Santini; a presidenta da Fundação das Artes (Funarte), Maria Marighella; o diretor-Executio da instituição, Leonardo Lessa; o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; o secretário-Executivo adjunto do Ministério, Cassius Rosa; a secretaria dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes; e o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli), Fabiano Piúba.

Veja na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

Boa noite, querida gente da cultura.

Ainda enfrento restrições de locomoção devido a recomendações médicas pela cirurgia que fiz no início de outubro. Mas não poderia deixar de me manifestar sobre a grandeza da política que este governo lança hoje.

O saudosíssimo compositor Aldir Blanc uma vez escreveu que o ‘Brazil’, com Z, não conhece o Brasil, com S. E durante muito tempo essa foi uma verdade na história de nosso país. 

Para as oligarquias governantes, cultura era o que se mostrava nos grandes salões das metrópoles. E houve tempos em que olhávamos envergonhados para dentro e com admiração apenas para o que vinha de fora.

Por muito tempo esconderam de nós que a cultura popular é uma força incontível. É uma energia que se manifesta no nosso dia a dia, no nosso jeito de falar, andar, se vestir e se comportar.

Nossa cultura está nas ruas, nos campos de futebol, na devoção do Círio de Nazaré e nas festas de Nossa Senhora Aparecida, de São Jorge e da lavagem do Bonfim. 

A cultura brasileira está no tacho de acarajé da baiana, no pão de queijo com cafezinho, no churrasco dos domingos, no pato ao tucupi e no sarrabulho pantaneiro. 

Está no carnaval, nas festas juninas e até na convivência pacífica e cordial entre árabes, judeus e cristãos no Saara carioca ou no Brás paulista.

E se hoje admiramos o que vem de fora, mas temos orgulho de quem somos, é porque começamos a compreender, a partir do início deste século, que o verdadeiro caráter brasileiro inclui a abertura e a pluralidade culturais. 

Pluralidade desenvolvida a partir de três matrizes profundamente enraizadas na brasilidade, e que hoje reúne imensa diversidade de modos de viver e de se expressar, alimentada por tantos povos que para cá vieram.

A cultura é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, e deve sempre ser tratada com o devido respeito. 

Por isso, é emblemático que um dos primeiros atos do governo anterior, além de extinguir o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea, tenha sido acabar com o Ministério da Cultura. 

Tentaram espalhar a fome e apagar as luzes do país. Mas não contavam com a resistência e a índole solidária do povo brasileiro. Sofremos, mas sofremos juntos e misturados, e ninguém largou a mão de ninguém.

Atravessamos a noite do obscurantismo, mas sabíamos que o sol sempre nascerá, como cantou o Cartola, e em 1º de janeiro admiramos mais uma alvorada da democracia brasileira. 

Hoje, podemos comemorar a volta do Ministério da Cultura e o lançamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a lei cultural de maior abrangência e impacto da história do Brasil.

Estamos falando de um investimento recorde de R$ 15 bilhões de reais até 2027 – ou R$ 3 bilhões de reais por ano a partir já de 2023. A serem distribuídos a todos os estados e a quase todos os municípios brasileiros.

Além de uma política, a PNAB é um pacto federativo que otimiza os investimentos públicos na cultura brasileira e corrige as distorções históricas de concentração em poucos produtores e em poucos municípios.

É também o reconhecimento a todos que lutaram na pandemia para manter viva a nossa cultura. 

Vítima da negligência do governo anterior com a pandemia de Covid, Aldir Blanc escreveu uma vez que a raiva dá pra conter, mas a fome não. E ele sabia que essa fome não é só de comida – é também de diversão e arte, como cantaram os Titãs. 

Nossos governos sempre investiram na cultura porque sabemos que, além do tesouro intangível que ela representa, a economia criativa é uma imensa fonte de recursos e grande geradora de emprego e renda.

E a plataforma que o Observatório Itaú Cultural lançou em abril para medir a contribuição da cultura para a economia nacional comprova isso.

Em 2020, mesmo com todos os problemas decorrentes da pandemia, o segmento cultural movimentou R$ 230 milhões, ou 3,1% do PIB brasileiro. Enquanto a indústria automotiva respondeu por 2,1%. 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho utilizados pela plataforma apontam que, no quarto trimestre de 2022, a indústria criativa gerou 7,4 milhões de empregos formais e informais, chegando a 7% do total dos trabalhadores da economia.

Esse é o tamanho da cultura brasileira. Imaginem a potência econômica em que ela será transformada em breve. 

Mais do que commodities, o Brasil pode – e deve – se tornar um grande exportador de cultura, de inteligência e do nosso modo de ser e viver. Um país onde a biodiversidade e a diversidade cultural andam juntas.

Um país que se faz presente no conjunto das nações com um jeito muito próprio de ser. Com uma cultura muito particular. Pacífico, alegre e criativo.

Um país com vocação para a multiplicidade, para a diferença, para a convivência harmoniosa dos contrários e, portanto, um país preparado para o futuro.

Pois o futuro que se avizinha é cheio de incertezas, e um planeta em crise climática e humanitária precisará cada vez mais de países criativos e fraternos como o Brasil – que dança, pinta, borda, escreve, faz teatro e faz cinema. Um país, como disse Ary Barroso, que canta e é feliz.

Muito obrigado.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil

Fonte: Ascom/MinC

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Ministério da Cultura investe R$ 30,5 milhões em editais de incentivo à formação, livro e leitura

Três chamamentos públicos recebem inscrições até o final de setembro

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O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), está com três editais abertos até o final de setembro, que totalizam o investimento de R$30,5 milhões no segmento. “São editais que pretendem reconhecer e potencializar redes, espaços, instituições culturais, muito importantes no Brasil”, diz o secretário Fabiano Piúba, do MinC.

O Edital Prêmio Pontos de Leitura 2023 busca reconhecer bibliotecas comunitárias que desenvolvem atividades de mediação de leitura, criação literária, ampliação do acesso à informação, à leitura e ao livro. As inscrições devem ser feitas pelo sistema Mapas da Cultura, na Internet, até o dia 18.

Serão distribuídos R$9 milhões a até 300 projetos, sendo R$30 mil para cada um.  Podem concorrer pessoas físicas maiores de dezoito anos, pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, de natureza cultural e coletivos culturais não constituídos juridicamente.

Os projetos inscritos devem ter contribuído significativamente para o fortalecimento da valorização da prática leitora em contextos urbanos e rurais, contemplando povos e comunidades representativos da diversidade cultural brasileira.

Para Fabiano Piuba, existem diversas iniciativas de bibliotecas comunitárias que promovem o acesso ao livro e desenvolvem práticas exitosas de leitura nos seus próprios territórios. “A gente tem esse objetivo de premiá-las”, explica.

Sociedade civil

As outras duas chamadas são voltadas a organizações da sociedade civil. Uma delas, o Edital Escolas Livres de Formação em Arte e Cultura, vai investir R$ 20 milhões, apoiando projetos de formação continuada em artes visuais, teatro, dança, circo, literatura, música, audiovisual, jogos eletrônicos, artesanato, culturas afro-brasileiras, populares indígenas e do campo. Além de design, moda, gastronomia/alimentação, artes integradas e áreas técnicas.

As inscrições, inicialmente com prazo até o dia 11,  foram prorrogadas e ficam abertas até 18 de setembro. Pessoas interessadas devem cadastrar propostas no Sistema de Gestão de Convênio e Contratos de Repasse (Siconv).  Serão selecionados, para execução em até um ano, o mínimo de 70 projetos, se possível, 14 em cada região do país, com valor máximo de R$ 250 ou R$ 500 mil, de acordo com a categoria de inscrição.  A previsão é de que o resultado definitivo seja divulgado em outubro.

Podem participar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) definidas como entidades privadas sem fins lucrativos (associação ou fundação), sociedades cooperativas e organizações religiosas que tenham como base a democratização do acesso aos processos educativos em arte e cultura como dimensões vitais para inserção social, acessibilidade, promoção da cidadania e diversidade cultural. O edital também prevê a atuação em rede, por duas ou mais organizações.

Biblioteca Demonstrativa

A outra proposta, com inscrições até o dia 27 de setembro, é o Chamamento Público para a Programação Cultural da Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles (BDB), localizada em Brasília, DF. O objetivo é selecionar uma organização para executar a programação cultural do equipamento, com investimento de R$ 1,5 milhão.

A OSC selecionada irá planejar e executar ações de incentivo à leitura através de projeto específico de programação cultural que contemple atividades artísticas, literárias, formativas e de promoção e mediação da leitura como: clubes de leitura, contação de história, eventos literários, espetáculos de dança, teatro, música, oficinas de escrita criativa, seminários, palestras, entre outras ações de fomento à leitura e dinamização do acervo da biblioteca. As propostas devem ser enviadas por meio do portal Transferegov.br.

De acordo com Piúba, é importante que as instituições e/ou pessoas que atuam nos setores contemplados pelos editais, se inscrevam e participem das seleções. “Para que a gente possa mapear e, ao mesmo tempo, fomentar, apoiar e premiar os projetos e iniciativas”, diz.

Acesse aqui a íntegra dos editais

Edital Prêmio Pontos de Leitura 2023

Programa Olhos D´Água – Edital Escolas Livres de Formação em Arte e Cultura

Edital de Chamamento Público para a Programação Cultural da Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles (BDB)

Fonte: Ministério da Cultura

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Ibram lança plataforma para acesso online a museus de todo o país

A Brasiliana Museus foi lançada com mais de 20 mil itens digitalizados de 21 museus brasileiros

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Foto: Diego di Niglio/Museu da Abolição

A riqueza do patrimônio cultural dos museus brasileiros poderá agora ser acessada de maneira ampla pela população. Isso porque o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), lançou nesta terça-feira (12), a Brasiliana Museus – plataforma on-line gratuita  destinada a conectar e disponibilizar ao público acervos de museus brasileiros em um repositório acessível ao público, ampliando o alcance dos acervos para além das fronteiras físicas dos museus. O evento foi realizado no Museu do Ipiranga, em São Paulo.

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a iniciativa permitirá a democratização do acesso aos museus. “A ideia é gerar visibilidade nacional e internacional aos acervos, muitas vezes acessíveis só a quem visita as cidades onde eles estão localizados. Essa é a democratização da cultura por meio da transformação digital”, avaliou.

A Brasiliana Museus permite explorar e pesquisar coleções de diversas instituições culturais de todo país. Até o momento são mais de 20 mil itens digitalizados de 21 museus brasileiros. Atendendo, assim, a duas premissas do projeto: pluralidade e diversidade.

A ferramenta pretende abarcar diferentes regiões do país, épocas históricas e áreas de conhecimento.

Funcionalidade

A Brasiliana Museus contará com o serviço de busca integrada e curadorias temáticas, que reunirão peças de diferentes museus sobre um mesmo assunto, entre outros recursos. Ferramenta que permitirá ao usuário a escolha de conteúdos específicos.

Projeto

Criada em uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Museus e a Universidade Federal de Goiás, a Brasiliana é resultado do fomento ao projeto de pesquisa Tainacan. Ela foi desenvolvida pelo Laboratório de Inteligência de Redes, atualmente com sede na Universidade de Brasília (UnB) e ligado ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UnB.

A iniciativa é um esforços de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para criação de uma solução de software livre que funcione como um coletador, agregador e difusor de objetos culturais oriundos de repositórios digitais de museus brasileiros.

Com informações Ibram.

Fonte: Ministério da Cultura

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MinC promove seminário sobre memória e democracia

Programação segue nesta sexta (15) com mesas, performances e apresentação musical

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Foto: Filipe Araújo/ MinC

 

“Não se constrói democracias sólidas com o alicerce do esquecimento, é somente com a memória da construção e das violências históricas pelas quais a nação brasileira se constrói”, disse o secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, no Seminário Memória e Democracia, nesta quinta-feira (14), no Palácio do Itamaraty.

O evento, que terá sequência na sexta (15), tem como objetivo promover uma discussão sobre a democracia, sua história, significado na vida política, social e na imaginação cultural dos brasileiros.

Antes da mesa de abertura foi exibido um vídeo inédito sobre os atentados às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 janeiro deste ano. Na sequência, os participantes acompanharam uma performance poética com a artista e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano.

O presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao MinC, Leandro Grass, enfatizou a importância da política de memória para a democracia. “O 8 de janeiro não é um fato apartado de uma trajetória no nosso país de não tratamento dos traumas que nós vivenciamos, o trauma da escravidão, da violência contra os povos indígenas, o não tratamento do trauma dos negacionismos que nós vivenciamos ao longo do tempo, da ditadura militar, do avanço da extrema direita nos últimos quatro anos. Daí a importância da política cultural, da política museal, da política do patrimônio cultural, da formação cultural”, disse. “Fazer política de memória é, obviamente, ligado ao que aconteceu, não para exaltar, mas acima de tudo para que não se repita. Para isso serve a política de memória. Para que a gente aponte para o futuro. E que esse futuro não nos faça vivenciar novamente todas essas violências e esses traumas passados”.

O Seminário deu início ao processo participativo de escuta e debate, junto à sociedade, para a criação do Museu da Democracia brasileira, equipamento cultural anunciado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, após os ataques de janeiro. Sobre o tema, ela comentou: “Temos uma democracia jovem, precisamos ancorá-la, fortalecê-la, afirmá-la, aprofundá-la e nos aproximarmos dos valores democráticos. A nossa história política social recente nos encoraja a criar o projeto do Museu, um espaço de produção de cultura e reconhecimento capaz de apresentar e contribuir com o entendimento sobre a história da democracia no Brasil. E sobre diversos momentos em que os brasileiros se mobilizaram com o objetivo de implantar. Que o Museu da Democracia seja um marco para a nossa sociedade. Esse é um projeto e um compromisso da nossa gestão. Contra toda e qualquer forma de ditadura, para que isso nunca mais aconteça”, enfatizou.

“Ao lembrarmos e refletirmos sobre nossa história, somos capazes de reconhecer nossos erros, celebrar nossas conquistas e, acima de tudo, aprender com nossas experiências. Não há democracia sem cidadania, sem cultura ou sem história. O seminário Memória e Democracia é um convite à reflexão sobre essa responsabilidade e nosso dever como governo, como sociedade, de valorizar e preservar a nossa cultura, nossa memória e, consequentemente, a nossa democracia”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Também participaram do primeiro dia do Seminário, a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro, a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga; e a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.

Democracia no Brasil

No primeiro dia de evento, o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, foi o mediador da mesa Democracia no Brasil: Memória, História e Significado.

“Não existe no Brasil nenhuma história da democracia. Não tem nenhum livro. Isso diz muito, talvez, da dificuldade que nós temos que reconhecer a importância da nossa experiência”, destacou a historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das curadoras do evento, Heloísa Starling.

O painel contou, ainda, com as presenças da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz; por meio de vídeo, do professor adjunto na Universidade de Harvard, Miguel Lago; da integrante da Rede Museologia Kilombola, Carolina Rocha Teixeira; e do representante do Museu de Memória e Direitos Humanos do Chile, Álvaro Ahumada San Martín;

Nesta sexta (15), o Seminário terá as mesas Democracia para Quem? Uma Nova Agenda de Direitos; Não Há Democracia sem Arte; e Construindo o Museu da Democracia brasileira. A programação inclui também performance poética e, no final, a apresentação musical da cantora e compositora Zélia Duncan.

A realização do evento está a cargo da Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais (SEEC) do MinC, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Presidência da República, com apoio da Secretaria Geral e Ministério das Relações Exteriores.

A curadoria também é assinada pela Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais do MinC, Cecília Gomes de Sá, pela coordenadora do Projeto República: Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória, Marcela Telles e pela coordenadora-Geral de projetos Izabel Torres (MinC).

Para o credenciamento de imprensa, clique aqui.
Para o credenciamento de público, clique aqui.

Serviço

Seminário Memória e Democracia
Local: Auditório Wladimir Murtinho – Palácio do Itamaraty

Programação – Sexta-feira, 15/09

10h – Mesa 2: Democracia para quem? Uma nova agenda de Direitos. Participantes:
Ynaê Lopes dos Santos – historiadora/UFF. “Racismo no Brasil”;
André Basbaum – jornalista. Diretor de conteúdo do Grupo Bandeirantes. “Desinformação e Democracia”;
Édson Nóbrega – cofundador da Redes da Maré. “Redes comunitárias, mobilização democrática e efetivação de direitos: o caso Museu a Céu Aberto da Maré”;
Dulce Pandolfi – Socióloga. Universidade da Cidadania/UFRJ. “Por que Democracia?”;
Apresentação e mediação: Ibram.

12h – Performance poética. Democracia em verso e glosa. Com Luna Vitrolira e as glosadoras do sertão do Pajeú;

14h – Mesa 3: Não há Democracia sem arte. Participantes:
Andréa de Araújo Nogueira – Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP;
Roberto Andrés – Arquiteto e Urbanista/UFMG. “Vida democrática e expansão da agenda de direitos”;
Márcia Kambeba – Poeta e Geógrafa/UEPA. “A Democracia é o sonho do outro: Literatura, território, ancestralidade”;
Zélia Duncan – Compositora e cantora. “Não há democracia sem canções: poesia, música, voz”;
Apresentação e mediação: Iphan

Coffee-break

16h30 – Mesa 4: Construindo o Museu da Democracia Brasileira. Participantes:
Gringo Cardia – diretor da Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia;
Suzenalson da Silva Santos – Pontos de Cultura & Memória: Museu Indígena Kanindé, de Aratuba (CE);
Lívia Baião – idealizadora do Museu Rio Memórias;
Alane Maria Silva de Lima – presidente do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas;
Apresentação e mediação: Débora Santos (Museógrafa/UnB)

18h – Encerramento: Apresentação musical: “Sete mulheres pela independência do Brasil”. Zélia Duncan e Ana Costa. Musicistas: Geiza Carvalho, Jessica Zarpey, Giselle Sorriso

 

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