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As novas diretrizes da Funarte contribuem para o alcance da meta 29 do PNC.

Novas diretrizes da Funarte priorizam acessibilidade e projetos inclusivos para todo o país

Imagem do espetáculo ‘Só Se Fechar os Olhos’, um dos contemplados no Acessibilidança 2020 © Divulgação / Coletivo Desvio Padrão

Trabalhar para transformar a Fundação Nacional de Artes – Funarte em uma instituição cada vez mais inclusiva. Esta é uma das grandes missões que o presidente da Fundação, Lamartine Barbosa Holanda, quer priorizar. Prova disso é o Prêmio Festival Funarte Acessibilidança 2020, lançado no ano passado e que contemplou companhias de dança com concepção cênica direcionada à acessibilidade.

O projeto, inédito na Fundação, teve como objetivo levar arte durante o período de isolamento social a toda a população; e ajudar a manter a cadeia produtiva artística. Ao todo, foram agraciados 25 grupos, das cinco regiões do país. O Acessibilidança foi, também, um dos indicados ao prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de 2020 — um dos mais significativos para o setor no Brasil. A iniciativa concorreu na categoria Sustentabilidade. Foi a primeira vez que um programa da entidade esteve na lista de indicados.

Idealizado pelo Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte, o Acessibilidança é apenas o primeiro passo para implementar novas ações nesse modelo e estendê-las a todo o Brasil. Além de tornar a Funarte mais inclusiva, o presidente Lamartine explicou que o foco é trabalhar “com mais responsabilidade com as artes, com a educação e, principalmente, com o acesso”.

Sobre o assunto, a diretora do Ceacen, Naura Schneider, manifestou satisfação com a indicação do Acessibilidança ao prêmio APCA. “Isso tem tudo a ver com as novas diretrizes da Funarte, de viabilizar iniciativas que beneficiem artistas com deficiências”, comentou. “Queremos criar projetos para essas pessoas e expandir, depois, para as outras linguagens da Funarte. Queremos ouvi-los para representar melhor o setor artístico”, disse Naura.

Premiar grupos e companhias de dança de todas as regiões do país se alinha com os novos rumos da Funarte. Segundo o presidente Lamartine, é fundamental destacar que o trabalho da Fundação é nacional. “Dentro e fora da Funarte é preciso que todos os nossos agentes e colaboradores, parceiros e entusiastas, saibam que a nossa instituição é de todos os brasileiros”, enfatizou Lamartine.

Programas e acessibilidade

O tema da acessibilidade faz parte de políticas já em andamento na Fundação. É o caso do projeto Um Novo Olhar (UNO), conduzido pelo Centro de Artes Visuais da Funarte (CEAV). Em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenado pela Escola de Música da universidade, o programa incentiva a capacitação e difusão da cultura acessível, dedicada à promoção da cidadania cultural das pessoas com deficiências.

Outra ação vinha sendo realizada pela Coordenação de Dança da Funarte (ligada ao Ceacen). Até março de 2020, a Fundação cedia o Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, para a realização de oficinas de profissionais que trabalham com grupos de pessoas com deficiências. As atividades eram realizadas às segundas-feiras e tinham como foco três pilares: inclusão, capacitação e acessibilidade. O coordenador de dança da Funarte, Fabiano Carneiro, explicou que atualmente as aulas estão suspensas por causa da pandemia, mas a intenção é retomá-las, assim que possível.

No que depender da Fundação Nacional de Artes, projetos como esses sempre terão espaço. “Essa é uma grande preocupação desta gestão, alinhada com nossa Secretaria Especial de Cultura. Temos como diretriz uma fundação, de fato, nacional para toda a gente e para toda a parte”, finalizou o presidente Lamartine.

Texto: Marina Rocha. Edição: Marcelo Mavignier
Fonte Funarte