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17.10.2018 – 16:05

Mais de 2,5 milhões de espectadores, em quase 21 mil sessões, em todas as unidades federativas do Brasil. Esses números não são de um grande lançamento nas salas de exibição, mas do projeto Cinema em Movimento, que completou 18 anos. Criado em 2000 para divulgar o filme O Dia da Caça, do cineasta Alberto Graça, a estrutura foi muito além.

Foto: Divulgação

Até 2017, 211 filmes foram exibidos em 1.407 municípios, além de 689 universidades. As sessões são sempre gratuitas. O Cinema em Movimento é, atualmente, a maior rede não formal de distribuição de filmes do país e conta com financiamentos pela Lei Rouanet e por patrocínios e repasses de emendas parlamentares para o financiamento das sessões de cinema.

“Nas universidades, promovemos um debate após o filme, ampliando o impacto da exibição. Mas são nas comunidades onde temos uma recepção monstruosa, já que a maioria do público não tem condições de comprar um ingresso ou mesmo tem acesso a um cinema em sua localidade”, relata a produtora do projeto, Luciana Marinho.

As sessões são separadas em três categorias: o Circuito Praça, com exibições ao ar-livre ou grandes ambientes internos; o Circuito Escola, voltado para escolas da rede pública de ensino; e o Circuito Universitário, com exibições de filmes em instituições de ensino superior. Além dessas ações, o Cinema em Movimento promove oficinas audiovisuais ministradas por uma equipe de profissionais especializados.

“Temos projetos de capacitação para estudantes mais jovens e também universitários. Na capacitação do ensino médio, eles conhecem todas as etapas, desde o roteiro até a produção, com produção de um curta-metragem em duas semanas”, explica Marinho. O resultado é um maior engajamento dos alunos com a linguagem cinematográfica, além de colocar em debate temas de interesse da sociedade.

Para os universitários, além do debate, há oferta de estágio para um sorteado por circuito. O selecionado passa uma semana no Rio de Janeiro (RJ) dentro da produtora de cinema e televisão MPC Filmes, responsável pelo Cinema em Movimento, imerso nas etapas de produção de uma obra cinematográfica. Ao retornar para a universidade, os estudantes realizam sessões com suas próprias obras.

 

Multifacetado

Além das três categorias de exibição (Praça, Escola e Universitário), o circuito se molda de acordo com o patrocinador, adaptando a dinâmica dos filmes apresentados. Em 18 anos de história, o Cinema em Movimento contou com o apoio de dezenas de empresas, além de centenas de prefeituras, universidades e organizações comunitárias em todo o país.

Alguns circuitos são temáticos, focando em assuntos como censura, ditadura militar, manifestações culturais locais, meio ambiente, educação, violência, segurança, entre outros. “Para o meio universitário, procuramos exibir obras mais diversas e que gerem conteúdo de debate. Nas sessões comunitárias e escolares, damos preferência a obras de entretenimento, sem deixar de lado os temas relevantes abordados nas obras”, define a produtora.

Há 12 anos, uma parceria com o Ministério dos Direitos Humanos permite a realização da Mostra Cinema e Direitos Humanos. Nas últimas duas edições, a mostra percorreu 44 municípios em todos os estados brasileiros e promoveu 1.424 sessões, 76 filmes e 176 debates para um público total de 67.496 espectadores.

“Em cada local que passamos, sempre capacitamos agentes e promotores culturais, para estimular em suas cidades o cinema e a cultura em geral. Acreditamos que o audiovisual pode ser usado para a transformação social e a construção de uma consciência cidadã”, pondera Luciana.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura