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11.10.2018 – 11:11

Projetos culturais em todos os estados brasileiros já foram realizados para o público infanto-juvenil por meio da Lei Rouanet. Graças ao incentivo fiscal, ao longo dos últimos 27 anos, desde que a Lei Rouanet foi criada, foi possível viabilizar festivais de teatro, circo, dança, exposições, concertos, apresentações literárias e oficinas.

A Orquestra Criança Cidadã, de Recife, conseguiu captar R$ 6,5 milhões para cinco das oito propostas apresentadas ao MinC (Foto: Leandro Lima)

“O que mais chama a atenção é a diversidade das propostas. Há projetos para grandes públicos, de formação de jovens músicos, programas de leitura em escolas, festivais de cinema, folclore, teatro, exposições. A variedade é incrível, o que mostra o caráter democrático e inclusivo da lei”, ressalta o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura (MinC), José Paulo Soares Martins.

 

Música para todos 

Entre os projetos voltados para crianças que têm apoio da Rouanet destaca-se a Orquestra Criança Cidadã (OCC), que já conseguiu captar R$ 6,5 milhões para cinco das oito propostas apresentadas ao MinC. Os recursos vão para os planos anuais de manutenção e para circulação nacional. De acordo com Carlos Eduardo Amaral, assessor de Comunicação da orquestra, a Lei é essencial para a manutenção do projeto. “Toda a divulgação para patrocinadores é focada na Rouanet, pois sabemos que há muitas empresas que podem contribuir com o projeto por meio da Lei. Ao longo dos anos, temos conseguido ampliar o percentual de patrocínio por meio da Rouanet”, afirma.

Atualmente, a OCC atende, gratuitamente, 360 crianças e jovens de baixa renda de Recife e dos municípios pernambucanos de Ipojuca e Igarassu. Criado pelo juiz João José Rocha Targino, o projeto tem o objetivo de promover a cidadania de crianças e jovens entre seis e 21 anos. Os alunos recebem aulas de instrumentos de corda, percussão, teoria e percepção musical, flauta doce e canto coral, além de instrumentos de sopro – flauta transversal, oboé, clarinete, trompa e fagote.

O programa conta ainda com apoio pedagógico, atendimento psicológico, médico e odontológico, aulas de inclusão digital, fornecimento de três refeições por dia e fardamento. A Orquestra também garante a profissionalização dos alunos por meio da Escola de Formação de Luthier e Archetier, onde aprendem a arte da construção e reparo dos instrumentos de corda. Desde sua criação, em 2006, a OCC já atendeu mais de 600 crianças e jovens e recebeu mais de 20 prêmios, incluindo o Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local, de âmbito nacional. Na esfera internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu a Orquestra como uma boa prática de inclusão social, em dezembro de 2010.

Assista a vídeo sobre o projeto, produzido pela TV Universitária Recife: https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=fgeYnogTNfU

 

Exposições

O projeto Atibaia Criança, de Glenn Hamilthon, recebeu apoio da Lei Rouanet (Foto: Divulgação)

Outro exemplo de projetos realizados com o apoio da Rouanet são as exposições e oficinas organizadas pelo artista plástico Glenn Hamilthon. Desde 2012, já foram cinco projetos: Futebol Criança, Ybyrá Mitã, Brincadeiras de Criança e Atibaia Criança. Destinadas ao público infantil do município de Atibaia (SP), as mostras, realizadas com R$ 341 mil captados via Rouanet, uniram arte, futebol e educação artística e socioambiental.

A história de Glenn é um pouco atípica, pois ele foi chamado a desenvolver seus projetos pelo diretor do departamento de marketing de uma indústria local, já acostumada a utilizar os mecanismos de isenção fiscal para fins culturais. Desde então, ele se empenhou em conhecer com profundidade o mecanismo de mecenato da Lei Rouanet. “Sem a Rouanet, nada disso seria possível”, diz o artista, que já fez oficinas com mais de 5 mil crianças em situação de vulnerabilidade da região. “Nós ensinamos para as crianças que a arte é para todos, que eles também podem fazer arte, por isso usamos materiais reciclados, aparas, tudo pode ser transformado em arte”, conclui. Na próxima edição, Glenn pretende ministrar oficinas para 1,8 mil crianças.

 

Crianças para o bem

Desde sua fundação, em 2007, o Proheto Criança para o Bem já atendeu mais de 2 mil crianças (Foto: Divulgação)

Em Brasília, a organização internacional Nova Acrópole, além dos cursos e oficinas regulares de filosofia, também organiza o projeto Criança para o Bem. Em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Distrito Federal, o projeto atende, anualmente, 180 crianças de famílias em vulnerabilidade social. O projeto conta com o apoio da Lei Rouanet, por meio do qual já captou R$ 196 mil para suas atividades, além de outras parcerias, como com o programa Criança Esperança.

Desde sua fundação, em 2007, já foram atendidas mais de 2 mil crianças. São oferecidas atividades como aulas de balé, música, poesia, esporte, artesanato e acompanhamento escolar, além do transporte de ida e volta. As atividades ocorrem no contraturno escolar, em dias específicos da semana de acordo com a idade das crianças – as mais novas são atendidas em dias alternados das mais velhas. A sexta-feira é guardada para reuniões com os pais, ensaios extras para as apresentações de fim de ano e passeios. No fim do ano, há sempre uma apresentação em algum teatro parceiro do projeto. Todas as aulas e espetáculos são gratuitos e abertos à comunidade.

 

Museu educativo

O museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte, utilizou recursos captados por meio da Lei Rouanet para os projetos educativos Criança no Museu e Arte Educação (Foto: Divulgação)

O museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte, utilizou recursos captados por meio da Lei Rouanet para os projetos educativos Criança no Museu e Arte Educação. No total, são R$ 1,9 milhões captados desde 2010, que proporcionaram a cerca de 80 mil crianças a visita gratuita ao acervo permanente e às exposições temporárias.

Em sua maioria, as crianças vêm de escolas públicas da capital mineira e são acompanhadas durante toda a visita por monitores treinados. Cada uma recebe um kit educacional com uma caixa de lápis de cor, lápis, borracha, régua e um livreto em que podem até fazer seu autorretrato. A visita começa pelo atelier do artista, que foi reconstruído no museu, e segue pelas salas de retratos, de autorretratos e paisagens, e então segue para as exposições temporárias. O museu fornece ônibus para transporte de algumas escolas e lanche para todas as crianças.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura