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24.03.2017 – 21:05

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares está pronto para se tornar um polo de turismo étnico e sustentável. Localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares (AL), o parque recebe atenção especial da Fundação Palmares, vinculada do Ministério da Cultura, que vem se empenhando com a criação de parcerias e convênios, para assegurar que seja implantado um programa de atividades permanentes.

A ideia, de acordo com a instituição, é criar projetos com caráter participativo que incluam a abertura de uma feira contínua com artesanato produzido pelas comunidades quilombolas de Alagoas. O planejamento prevê a realização de visitas guiadas à Serra e aos ecossistemas da região em um trabalho semelhante ao que é realizado hoje pelo projeto Palmares In Loco.

Palmares In Loco

Desenvolvido pelo Centro de Cultura de Estudos Étnicos Anajô, o projeto Palmares In Loco, em funcionamento desde a abertura do Parque Memorial, organiza grupos semanais de visita à Serra da Barriga e ao Quilombo dos Palmares. “Este local não foi planejado não ser uma réplica do antigo quilombo, e sim, um lugar de acolhimento, aparelhado com equipamentos especialmente criados para homenagear os líderes e os antepassados que viveram e morreram aqui. o Palmares In Loco levou à Serra da Barriga centenas de grupos com capoeiristas, estudantes, políticos, representantes de organismos internacionais ou mesmo famílias para conhecerem a história do nosso País”, destacou Helcias Pereira, coordenador do Palmares In Loco.

Durante a visita, os grupos de turistas ou estudantes, conhecem a história do Quilombo dos Palmares, os mocambos fixos, aspectos da geografia e participam de reflexões sobre o papel sócio-político e militar dos guerreiros quilombolas, como Zumbi, Dandara e muitos outros. “Nosso intuito é que brasileiros e estrangeiros conheçam a história e passem a respeitar ainda mais este solo sagrado, onde muito sangue foi derramado e centenas de pessoas anônimas perderam suas vidas”, declarou Helcias.

Reafirmação cultural

Por ter sido cenário de um dos maiores símbolos de resistência e luta contra escravidão, o Quilombo dos Palmares foi transformado em Parque Memorial em 2007. De lá para cá, representantes de diversas entidades ligadas ao movimento negro de Alagoas e a própria Fundação Palmares vêm desenvolvendo o turismo da região.

Uma das pessoas mais atuantes na elaboração de ações de fortalecimento do turismo étnico, tanto em Maceió, como na Serra da Barriga, a ialorixá Mãe Neide Oyá D’Oxum, montou o restaurante Kùuku-Wàana (Banquete de Família) com a participação de jovens do projeto social Inaê – mantido por ela -, com o apoio da Fundação Cultural Palmares e do governo Alagoas, que recebe os visitantes do Parque Memorial Quilombo dos Palmares. “Na região, além do restaurante temos ainda o espaço cultural Baobá na entrada da Serra da Barriga, que reúne gastronomia, capoeira, música, dança e teatro. Graças ao nosso trabalho conseguimos firmar um contrato com as agências de turismo WS e CVC. Ambas passaram a incluir o Parque Memorial Quilombo dos Palmares na lista de passeios turísticos de Alagoas”, destacou.

Na segunda metade do século 17, o Quilombo dos Palmares viveu seu apogeu, período no qual se tornou o maior refúgio para negros que fugiam da escravidão, índios e até mesmo brancos. Os mocambos – núcleos de povoamento – do quilombo chegaram a reunir, em sua fase de maior efervescência, entre 15 e 20 mil quilombolas. Na década de 80, quase 300 anos após a morte de um dos principais líderes, Zumbi, o local foi transformado em equipamento cultural administrado pela Fundação Cultural Palmares.

Texto e Fonte: Fundação Cultural Palmares

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