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Medidas foram anunciadas durante reunião extraordinária do Conselho da Cinemateca, em São Paulo (Foto: Ana Nascimento/Ascom MinC)

A tarde dessa terça-feira (10) foi definida por representantes do Ministério da Cultura (MinC) e da Cinemateca Brasileira como um “momento histórico” e “o início de uma nova etapa”. O motivo foi uma série de medidas anunciadas durante a reunião extraordinária do Conselho da Cinemateca, em São Paulo (SP), voltadas ao aprimoramento e à modernização da gestão. Entre elas, estão o recebimento de oito acervos (incluindo do cineasta Glauber Rocha), reforma dos depósitos e qualificação de uma organização social para gerenciar o local.

“A Cinemateca é importantíssima porque, além de preservar a memória do audiovisual brasileiro, permite a difusão desse acervo à população”, destaca o ministro da Cultura, Juca Ferreira. “Comemoramos hoje o início de uma nova etapa. Estamos lançando um edital para contratação de uma Organização Social que vai ajudar a modernizar a administração da Cinemateca”, acrescentou. A expectativa é que o edital seja publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.

Também presente ao evento, o secretário do audiovisual do MinC, Pola Ribeiro, definiu a Cinemateca como “a joia da coroa”, na qual está preservada a memória do audiovisual do País. Ele ressaltou o desafio da Cinemateca para difundir esse conteúdo. “Preservar o audiovisual não é apenas guardá-lo, mas permitir sua difusão e dar escala às politicas audiovisuais do MinC”, afirmou.

Outra medida comemorada foi a convalidação do recebimento, pela Cinemateca, de oito acervos de produção audiovisual. Entre eles, estão o do cineasta Glauber Rocha, com mais de 18,2 mil itens; o do Canal 100, com mais de 25 mil rolos de filme; e o do jornalista Goulart de Andrade, com mais de 18,2 mil itens. Além desses, também virão para a Cinemateca os acervos da Atlântida (com mais de 8,3 mil itens), de Dulce Damasceno (mais de 7,3 mil itens), de Francisco Assis Ângelo (mais de 1,2 mil itens); de Norma Bengell (mais de 5,3 mil itens); e da produtora Vera Cruz (mais de 10,1 mil itens).

Além disso, a Secretaria do Audiovisual do MinC, a Cinemateca Brasileira e o seu Conselho finalizam projeto executivo para a reforma do depósito de nitrato da Cinemateca. Em 3 de fevereiro deste ano, um incêndio causado por combustão espontânea atingiu um dos quatro depósitos de armazenamento de filmes em suporte de celulose, queimando 1003 filmes.

O conjunto de materiais presente na câmara incendiada era constituído de filmes nacionais, relativos a cinejornais (98,1%), curtas-metragens (1,7%), teste de atores de longa-metragem (0,1%) e um registro publicitário (0,1%) das décadas de 1930 a 1950.

A Cinemateca e o Conselho

A Cinemateca Brasileira surgiu a partir da criação do Clube de Cinema de São Paulo, na década de 1940. Presente na estrutura do MinC desde 1984, é a mais antiga instituição de cinema do País. É responsável pelo registro e pela guarda da produção intelectual cinematográfica e audiovisual nacional. Além disso, exerce atividades de restauro e preservação da produção cinematográfica nacional. O acervo da Cinemateca conta com cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais.

O Conselho é um órgão consultivo, que agrupa membros da sociedade civil, cineastas, gestores e representantes do Estado. Corresponde à instância máxima de orientação da Cinemateca e se reúne, ordinariamente, duas vezes por ano.

Além do ministro Juca Ferreira e do secretário Pola Ribeiro, participaram da reunião o secretário-executivo do MinC, João Brant, a consultora jurídica do MinC, Clarice Calixto, e a diretora de Gestão de Políticas Audiovisuais, Sara Rocha, entre outros. Após a reunião o ministro da Cultura participou de roda de conversa aberta ao público e transmitida, ao vivo, pelo site e pelas redes sociais do MinC.

Texto e Fonte: Cecilia Coelho/Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura