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27.8.2015 – 11:02

Oficinas de dança afro fazem parte de atividades desenvolvidas no âmbito do Mais Cultura nas Escolas (Foto: Sefac)

A equipe do Programa Mais Cultura nas Escolas esteve em Salvador (BA), nessa segunda (24) e terça-feira (25), para mais um encontro da série de Rodas de Conversa com os Comitês Territoriais de Educação Integral. Com a presença de cerca de 80 participantes de 11 municípios da região da capital, entre gestores, professores, alunos e artistas das iniciativas culturais parceiras, o evento foi importante fórum para debate das principais questões do Programa, a partir de três eixos: gestão, territorialidade e currículo.

Os gestores tiveram oportunidade de tirar dúvidas sobre prestação de contas e sobre as parcerias culturais, além de apresentarem muitas das experiências desenvolvidas nas suas escolas. Houve também esclarecimentos sobre o repasse da segunda parcela do programa.

Os coordenadores do MinC explicaram que o repasse, feito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC), ainda está sendo iniciado às escolas que aderiram aos programas do PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola, (como o Mais Educação e o Ensino Médio Inovador – Proemi), para então serem pagas às escolas de programas como o Mais Cultura nas Escolas.

A perspectiva é que o pagamento seja realizado ainda no mês de setembro, o que representará mais R$ 50 milhões de investimento na política cultural do governo federal voltada para as escolas de Ensino Básico, em parceria com o MEC. O investimento total será de R$ 100 milhões.

A iniciativa das Rodas de Conversa é da Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural (Sefac) do MinC, recentemente criada para desenvolver e consolidar os programas e políticas intersetoriais entre MinC e MEC, além de construir a Política Nacional de Formação Artística e Cultural, com ênfase na formação de gestores, professores, artistas e agentes culturais e na atuação conjunta entre Cultura e Educação, como forma de colaborar para o fortalecimento da cidadania e o respeito à diversidade cultural dos territórios.

Experiências

No primeiro dia do encontro, após a apresentação de vídeos de experiências realizadas, houve apresentação da escola municipal Luis Viana Filho, do município de Saubara, com “As Tabaroas”, teatro musical desenvolvido a partir de uma brincadeira de rua da região que se faziam nas festas juninas na década de 1940.

No segundo dia, a equipe do Mais Cultura pôde conhecer experiências em escolas da área do centro histórico da Cidade: Liberdade e Dois de Julho. Na parte da manhã, a visita foi na escola municipal Pirajá da Silva, que tem cerca de 350 alunos. Lá foi possível conhecer o trabalho do artista parceiro Marcelo Saback, que, por meio da Música, ensina a história e a geografia da África aos alunos, em meio às oficinas de percussão. Com oficinas de dança afro, o Plano de Atividade Cultural também relaciona as atividades ao aprendizado da Matemática, favorecendo o raciocínio lógico das crianças. O bairro da Liberdade é conhecido por ser o berço de grupos como o Ilê-ayê.

“Trabalhamos o conhecimento, primeiramente, como forma de envolver alunos que não conseguimos envolver em outras atividades, por problemas como déficit de atenção. Geralmente elas demonstram bom desempenho, o que ajuda a mudar a visão de toda a escola sobre elas”, explicou Marcelo.

Pela tarde, as equipes do MinC e da Secretaria Estadual de Educação visitaram a escola estadual Ypiranga, no bairro do Dois de Julho. A escola funciona no antigo casarão pertencente à família do poeta abolicionista Castro Alves. Com 300 alunos, a Ypiranga oferece educação integral a jovens do bairro e da região. O projeto desenvolvido na escola foi “A Encruzilhada da Cabocla”, que parte do contexto da data histórica da Bahia, o 2 de julho, para tratar de questões sociais da atualidade, como a especulação imobiliária nessa região da cidade, por meio de diferentes linguagens artísticas, do teatro e literatura às artes plásticas e o audiovisual, com a participação do grupo “Nosso Bairro Dois de Julho”, formado por artistas da comunidade. A Bahia possui 676 escolas, entre municipais e estaduais, participando do Mais Cultura.

As rodas de conversa vêm sendo realizadas em todo o País com os comitês territoriais de educação integral, instâncias de articulação entre as coordenações dos programas de Educação Integral nos estados e em seus municípios, para debater sobre a execução das atividades e como integrar as diferentes políticas de educação integral. O desafio agora é fazer o segmento Cultural, em suas diferentes linguagens e manifestações, assim como as secretarias e conselhos de Cultura se aproximarem desses coletivos de gestores.

Os participantes também foram apresentados à plataforma de articulação territorial CulturaEduca, plataforma colaborativa que reúne bases de dados georreferenciadas de diferentes áreas, da Educação e Cultura à Saúde e Assistência Social, e informações censitárias dos municípios, para pesquisa e reconhecimento dos territórios.

A gestora Marisângela Lima, da escola municipal Claudemira Santos, na Ilha da Maré, zona rural de Salvador, mostrou entusiasmo com o diálogo sobre as atividades do Programa: “É possível fazer pensar um novo pacto social com a junção de políticas de Cultura e Educação”, afirmou.

As próximas Rodas de Conversa serão realizadas em Porto Alegre (27 e 28/8), Belo Horizonte (10 e 11/9), São Luis (14/9) e Rio de Janeiro (23/9).

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Texto: Leonardo Menezes
Fonte: Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural (Sefac)/Ministério da Cultura