Você está aqui:

18.10.2016 – 17:40

O desempenho econômico do setor cultural brasileiro ganha novas perspectivas na política pública. Por meio de um atlas, publicado por volumes, o setor será beneficiado com um instrumento dinâmico que inclui possibilidades de pesquisa sobre temas como valor agregado, mercado de trabalho e comércio exterior. A ferramenta está sendo concebida pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Economia da Cultura (SEC), em parceria com o Centro de Estudos sobre o Governo (Cegov), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo o secretário de Economia  da Cultura, Cláudio Vasconcelos, o atlas irá fortalecer a identidade do setor cultural. “Pela primeira vez, poderemos averiguar a performance de cada segmento e como eles se relacionam entre si”, afirmou. O atlas incluirá dados de áreas diversas, como audiovisual, artes cênicas e visuais, música, moda e games, entre outros.
A primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre o assunto foi realizada esta semana, no MinC. Além do secretário Cláudio Vasconcelos, participam do GT o coordenador-Geral de Ações Estruturantes da SEC, Geraldo Horta, e os pesquisadores Leandro Valiati e Gustavo Muller, da UFRGS. Neste primeiro encontro, foram discutidos alguns dos fundamentos que devem nortear o início dos trabalhos.
Para o pesquisador Leandro Valati, coordenador do Grupo de Trabalho, a parceria entre o MinC e a Universidade é um fator de enriquecimento da gestão pública. “Conseguimos aproximar dois entes federais, um que produz política aplicada e o outro, Pensamento. Mas ambos com o objetivo de gerar um produto compatível com a realidade. No campo da economia da cultura, como já acumulamos massa crítica, faz todo sentido que a Universidade e o Cegov sejam órgãos auxiliares nos planos de construção técnica desse Atlas, especialmente nessa fase de concepção”, explicou.
O pesquisador Geraldo Horta reforçou que o atlas será útil para diferentes atores da rede cultural, como o produtor, o investidor, o artista, entre outros. “Nossa intenção não é fazer uma pesquisa acadêmica sem aplicabilidade, e sim gerar um impacto para o setor. Só assim poderão ser identificadas as demandas e as ofertas”, declarou.

Parcerias

A ideia é lançar o atlas, em volumes, em um sistema que possa ser consultado em meio digital. “Esse trabalho vai gerar necessidade de atualização permanente desses dados. Para isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) precisa ter uma conta satélite da cultura, o que será providenciado. O atlas deve ser um instrumento dinâmico, um elemento constitutivo da nossa identidade”, destacou.
Na avaliação de Vasconcelos, é importante aproveitar os estudos já realizados por alguns setores como o audiovisual. “Recentemente, a Ancine divulgou um estudo sobre o valor adicionado, o montante que uma determinada atividade gera para a economia. Vamos precisar de todos os estudos que já estão em andamento ou que já foram feitos para balizar nosso levantamento daqui para frente”, disse.
Vasconcelos ressaltou que, na fase de execução, o projeto vai ser ampliado para todo Brasil e outros parceiros serão convidados a participar. “Queremos abrir um mapa e identificar quanto o setor econômico da cultura adiciona ao Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo”, revelou.
Texto: Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura