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27.08.2015 – 19:02

Ministro Juca Ferreira com Geoff Mulgan, com tradutora. (Foto: MinC)

O Ministério da Cultura realizou, na tarde desta quinta-feira, 27, a primeira ação do Diálogos: Economia da Cultura.

O programa irá realizar conversas entre dirigentes do MinC e agentes de referência nacional e internacional em economia da cultura. O objetivo é incentivar o desenvolvimento e inovação e aperfeiçoar as políticas do setor, além de aproximar o MinC dos agentes culturais.

A primeira entrevista foi realizada com Geoff Mulgan, o CEO do Nesta, instituição filantrópica do Reino Unido que realiza ações em investimento, programas e pesquisas na área de criatividade. Participaram da reunião o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Carlos Paiva, o secretário de Políticas Culturais, Guilherme Varella, a diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação, Georgia Nicolau, e o embaixador britânico, Alex Ellis.

Geoff introduziu como o Nesta desenvolveu o método para medir a criatividade da economia, analisando a posição criativa dentro de cada tipo de trabalho realizado em uma companhia. Segundo Mulgan, o potencial está em torno de 10% do total encontrado. O CEO explicou que é necessário elevar o número e introduzir a tecnologia, como forma de ampliar esse potencial e aumentar a arrecadação de recursos. “Na Inglaterra nós estamos passando por um momento difícil na economia. Tivemos uma grande redução dos investimento na última década, então precisamos pensar em como elevar essa arrecadação e uma forma é através da tecnologia criativa”, afirmou.

O ministro Juca falou sobre como o governo está desenvolvendo novas políticas públicas de fomento à cultura e como a forma atual de isenção fiscal deve ser repensada. “Hoje é mais fácil você conseguir produzir e financiar uma peça da Broadway no Brasil do que financiar manifestações culturais nacionais”, explicou.

Os secretários pediram para que Geoff opinasse em como o Brasil deveria atuar e qual deveria ser a prioridade da política pública voltada à economia da cultura. Mulgan explicou que o Nesta não acredita em incentivos fiscais e sim em processos. “Nós temos priorizado (o processo) sob duas óticas: identificar os pontos das atividades culturais que estão mais ameaçadas e saber onde estão as oportunidades” afirmou. “Canais de youtube são uma oportunidade de crescimento, além de games, aplicativos, que também podem ser uma ótima combinação para museus e espaços de arte”.

Geoff explicou que a Nesta financia as melhores propostas de desenvolvimento de espaços e conteúdos e depois compartilha o método. Isso permite que a instituição opere no cenário nacional com poucos recursos e de uma forma estratégica. O CEO falou que essa poderia ser uma forma de ampliar a política cultural no Brasil com menos recursos e mais eficiência.

Sobre a Nesta

Nesta é a sigla para National Endowment for Science, Technology and the Arts, instituição responsável por fomentar a capacidade de inovação e criatividade no Reino Unido, atuando por meio de três eixos principais: pesquisa, formação e investimento. A instituição existe desde 1998, tendo sido criada a partir de um endowment (doação) de £250 milhões da Loteria Nacional. Em 2012 tornou-se uma instituição filantrópica e se desdobrou em outras institucionalidades, como por exemplo seu próprio fundo de investimento.

O Nesta atua nas seguintes áreas estratégicas: engajamento cidadão nos serviços públicos; artes digitais e media; pensamento no futuro (janelas de inovação); inovação governamental; políticas de inovação; saúde e envelhecimento; investimento de impacto; novos modelos de crescimento econômico inclusivo (com foco em modelos econômicos colaborativos); e oportunidades para a juventude. Também especializou-se em pesquisas sobre as indústrias criativas no Reino Unido, além de desenvolver programas práticos para fortalecimento e desenvolvimento do setor.

Texto: Mariana Menezes
Fonte: Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura