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Digitalização de acervo do Museu Imperial (Foto: Ibram)

21.8.2015 – 9:20

As discussões que tratam da formulação de uma política nacional em torno de acervos digitais seguem no âmbito do Ministério da Cultura (MinC). Entre os dias 24 e 26 de agosto, no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, será realizada mais uma atividade de trabalho sobre o tema, com a participação de representantes do MinC, da UFG e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O evento será aberto pelo coordenador de Cultura Digital do MinC, José Murilo Carvalho. Para ele, a digitalização significa uma oportunidade de preservar e difundir acervos de instituições como bibliotecas, museus, arquivos e outros espaços de conhecimento. “Com o avanço das novas tecnologias, podemos expandir o alcance dessas informações e contribuir para democratização do conhecimento, dando acesso a uma série de saberes da cultura brasileira”, destaca.

Segundo José Murilo, para que isso ocorra, torna-se necessária uma grande mobilização envolvendo poder público, gestores de cultura, meio acadêmico e sociedade em geral para que ganhe corpo uma política nacional com foco nos acervos digitais.

Para o MinC, tais acervos não podem ser vistos apenas por uma perspectiva de digitalização e disponibilização on-line, mas devem ser encarados como um “espaço humanizado”, envolvendo pessoas e instituições em um ambiente colaborativo. “Os acervos precisam estar conectados com as redes sociais, para que a informação circule e o público, de fato, se aproprie desse manancial”, assinala o coordenador geral.

Acervos afro-brasileiros

Um dos exemplos de ações piloto do MinC para fomentar uma política para o setor é o edital para Preservação e Acesso do Patrimônio Afro-Brasileiro, desenvolvido em parceria pela UFPE. Lançada em dezembro de 2013, a ação disponibilizou recursos iniciais de R$ 1,7 milhão e selecionou 24 projetos de coleta, resgate, recuperação, conservação e disponibilização desse tipo de conteúdo para o acesso público em meio digital.

Durante o encontro de trabalho, nos dias 25 e 26, está programada uma oficina prática para construção dos acervos selecionados no edital usando a metodologia desenvolvida pela UFG. Também estão em pauta discussões sobre outra iniciativa desenvolvida pelo MinC – o Projeto Laboratório de Políticas Públicas Participativas: ação rede de acervos digitais, realizado juntamente com a UFG.

Com execução prevista até abril de 2016 e aporte de R$ 645 mil, o laboratório vem mapeando as principais soluções em softwares livres de repositórios digitais. A partir dessa pesquisa, se estabelecerão critérios de comparação desses instrumentos e se criarão bases para soluções que dialoguem com as melhores práticas de informação e socialização na cultura digital.

A reunião de trabalho terá ainda conversas sobre o Tainacan – estudo e pesquisa de metodologia com foco na colaboração e gestão social de acervos digitais. Esse projeto, que também será desenvolvido pela UFG a partir deste ano, se relaciona diretamente com o Laboratório de Políticas Públicas Participativas. O Tainacan parte das recomendações e apontamentos do laboratório para aprofundá-los em novas pesquisas a respeito de colaboração e gestão social dos acervos.

As discussões sobre acervos digitais fazem parte da Agenda Século XXI do MinC, que está aberta para receber sugestões da sociedade por meio da plataforma Dialoga Brasil. Participe!

Texto e Fonte: Coordenação de Cultura Digital/Secretaria de Políticas Culturais/Ministério da Cultura