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A convite da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e da Secretaria de Cultura do estado, o Ministério da Cultura (MinC) participou do seminário “Mais Cultura: Cultura. Arte, Democratização e Participação Popular na Educação”, que teve como tema principal os desafios da construção de políticas intersetoriais entre Cultura e Educação.

Seminário teve como tema principal os desafios da construção de políticas intersetoriais entre Cultura e Educação (Foto: Leonardo Menezes)

Com a presença de 130 pessoas de 26 municípios, entre representantes de iniciativas culturais, gestores de escolas e das secretarias envolvidas, o seminário discutiu como a Arte e a Cultura podem qualificar os processos pedagógicos nas escolas de educação básica a partir dos Planos Políticos Pedagógicos (PPP) e dos currículos. Duas escolas, uma de Garanhuns e outra de Limoeiro, apresentaram suas experiências com o projeto Mais Cultura nas Escolas, lançado pelo MinC em parceria com o Ministério da Educação (MEC).
Além do seminário, a programação do festival deste ano traz uma novidade: artistas como Fafá de Belém, Mano Brown, Silvério Pessoa, Tiê e o grupo Quinteto Violado, que são as atrações principais do evento, visitarão escolas públicas de ensino básico da região de Garanhuns para um bate-papo sobre processo criativo, cultura, inclusão e cidadania, além de conhecer as atividades culturais desenvolvidas nas instituições e estimular os alunos a enxergar uma alternativa profissional viável por meio da Arte e da Cultura.
Para a coordenadora do Programa Mais Cultura nas Escolas, Samira Bandeira, que representou o MinC no seminário, é grande a interface de atuação conjunta entre as duas áreas. “Temos muito a trabalhar em conjunto, principalmente para a formação dos gestores, da Educação e da Cultura. Esta é, inclusive, uma das razões de criação da nova Sefac – Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural – no MinC”, explicou.
Pauta prioritária
A secretária-executiva da Secult-PE, Silvana Meireles, disse que a pauta da intersetorialidade entre Cultura e Educação é umas das prioridades na atual gestão estadual, principalmente a partir da criação de uma gerência especialmente dedicada ao tema. Ela destacou a importância de programas como o Mais Cultura nas Escolas.
“O Mais Cultura desmistifica a ideia de que a Cultura é secundária no processo pedagógico. Vamos pegar o exemplo das bibliotecas: ao invés de serem vistas como espaços de formação e de convivência, são vistas muitas vezes como o local da disciplina, sempre associadas ao dever, à obrigação. Nesse sentido, o programa pode ‘quebrar’ essa lógica comum, inclusive como forma de aprofundar o aprendizado, na medida em que amplia a visão de mundo dos alunos”, afirmou Silvana.
A secretária-executiva acredita que um pacto federativo entre as duas áreas é necessário, pela grande sinergia existente entre as ações. Ela também considera que a formação dos gestores é fundamental, pois existem, na realidade dos municípios, muitos gestores que são formados pela prática, com a grande maioria advinda do campo da produção cultural.
“Esses gestores não possuem formação adequada para conseguirem avançar na estruturação das políticas culturais e no diálogo com a Educação. Mas aos poucos a educação está se ‘rendendo’ à necessidade dessa parceria. E a cultura está ficando mais ‘adulta’ para perceber que precisa se articular nesse sentido”, afirmou.
Texto: Leonardo Menezes
Fonte: Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural (Sefac)/Ministério da Cultura (MinC)