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Ministro Juca Ferreira participou da segunda reunião do Fórum de Cultura Permanente do Rio de Janeiro, que discutiu o papel da cultura carioca na agenda dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. (Foto: Bernardo Guerreiro)

O ministro Juca Ferreira participou, nesta quinta-feira (5/3), da segunda reunião do recém-criado Fórum de Cultura Permanente do Rio de Janeiro, que discutiu o papel da cultura carioca na agenda dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Também participaram do debate a diretora de cultura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a atriz e cineasta Carla Camurati; os secretários de Cultura do município, Marcelo Calero, e do estado, Eva Dóris; além de artistas, produtores, midialivristas e outros atores da sociedade civil atuantes no campo cultural.

Juca Ferreira observou que os Jogos Olímpicos são muito importantes para a economia da cultura do Rio de Janeiro e do Brasil. “Os jogos receberão mais turistas do que a Copa do Mundo. É uma oportunidade de ouro para divulgarmos nossa cultura para os outros países”, afirmou. “O Rio inteiro está demandando participar desse processo. As Olimpíadas reforçam a marca da cidade e, como um grande processo instalado, fica o chamado legado do evento”.

O ministro defendeu que todas as formas de cultura sejam valorizadas na programação cultural dos Jogos. “Precisamos exercitar um conceito mais amplo de cultura. Precisamos incluir a cultura gastronômica dos botecos, restaurantes, as praias. Nosso trabalho é criar processos para transformar esses ativos em processos culturais”, ressaltou.

“A diversidade cultural do Brasil é um dos nossos maiores patrimônios. Temos de oferecer do clássico ao funk, de Villa Lobos a DJ Marlboro e MC Léo, sem esquecer a Portela, a Mangueira e todo esse patrimônio cultural que está no Rio”, completou.

Juca destacou também a importância de que a programação contemple a cultura da periferia. “As favelas precisam estar incorporadas, é preciso ter uma programação especial nesses locais, os visitantes estrangeiros têm de ter contato com essa parte da nossa cultura. O samba, o hip hop, o funk precisam estar incluídos”, observou.

A cineasta Carla Camurati enfatizou que é preciso “ocupar a cidade” com um conteúdo de cultura brasileira. “Outros países que virão aos Jogos Olímpicos trarão suas próprias culturas. Aqui, nossa cultura precisa ser a grande anfitriã”, destacou. “Em 8 de abril, será lançado o projeto cultural dos Jogos. Até lá, vamos nos articular para recortar o melhor conteúdo da nossa cultura”, afirmou.

Carla reforçou que as propostas culturais para os Jogos Olímpicos devem contemplem também o movimento paralímpico. “Somos o primeiro país a ter um pictograma de cultura para os dois públicos”, informou. “É um legado cultural muito importante”, acrescentou.

O secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, também destacou que a programação cultural dos Jogos Olímpicos deve mostrar a cultura carioca para o mundo. “Nossa missão é fazer com que a cultura do Rio de Janeiro esteja em destaque. A cultura feita por produtores independentes, que produzem novas linguagens”, afirmou. “Precisamos ouvir a opinião dos agentes culturais da cidade, colocar todos os atores do processo para conversar em relação a esse grande movimento cultural que queremos fazer antes e durante os Jogos”.

A secretária de Cultura do estado do Rio de Janeiro, Eva Dóris, observou que é importante pensar em como articular e potencializar o uso dos equipamentos culturais públicos existentes na cidade. Ressaltou também que é preciso mostrar a pluralidade da cultura do município. “Temos de fazer um trabalho articulado para mostrar que o Rio de Janeiro não é só o Cristo Redentor, praia e o Pão de Açúcar. Temos que mostrar como a cidade é de verdade, com uma enorme riqueza cultural”.

O ator, diretor e produtor cultural Perfeito Fortuna, responsável pela mediação do debate, falou da importância dessas discussões para amadurecer as ações do setor nos Jogos Olímpicos e desta oportunidade. “Eu estive em Londres nas Olimpíadas com os grupos Sargento Pimenta e Monobloco. O que o povo mais falava era da festa do Brasil, porque o Brasil é isso, é alegria”.

Já o ator Rodrigo De Bonis lembrou da necessidade de que os Jogos se preocupem com a questão da acessibilidade. “Para tudo que a gente faz, tem que observar o acesso de todos. Do contrário, exclui-se quase 25% da população de alguma maneira. Precisamos que as políticas contemplem essas pessoas, da menor ação à maior ação”.

Diversos participantes manifestaram a necessidade de incluir na programação atividades que englobem a cultura indígena e as manifestações religiosas afro-brasileiras. Também foi sugerida a elaboração de um livro de arte com o resultado final do que for apresentado.

Juca Ferreira concluiu o debate falando sobre a participação popular na produção da agenda cultural dos Jogos. “O primeiro grande legado desses Jogos é o fato de a sociedade ter se organizado para dialogar com o poder público”.

Também participaram do debate o presidente da Funarte, Francisco Bosco, a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Ivana Bentes, e o secretário de Articulação Institucional, Vinícius Wu.

Sobre o Fórum Permanente de Cultura do Rio de Janeiro

O Fórum Permanente de Cultura do Rio de Janeiro foi criado por sugestão do ministro Juca Ferreira, em reunião com agentes culturais fluminenses no dia seguinte à sua posse, em Brasília. A ideia foi abraçada por importantes agentes e realizadores culturais da cidade, tendo à frente Perfeito Fortuna, fundador do Circo Voador, gestor da Fundição Progresso e ícone da cultura carioca.

A primeira reunião do Fórum foi realizada no dia 2 de fevereiro e contou com a presença de cerca de 400 artistas, produtores e realizadores culturais da cidade. Os participantes iniciaram as discussões sobre projetos e ações culturais para as Olimpíadas de 2016. Além disso, foi apresentado um estudo sobre o perfil do público consumidor de cultura da cidade.

Fonte: Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura