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Representantes de 125 CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados) de 22 estados, que participam da TEIA Nacional da Diversidade 2014, discutiram com gestores do Ministério da Cultura a ampliação de políticas culturais nesses equipamentos. O debate ocorreu na tarde desta quarta-feira (21), no auditório do SESC, em Natal (RN), durante o I Fórum de Gestores e Comunidades dos CEUs.

“O CEU é um ambiente onde as políticas de cultura do próprio ministério devem ser aplicadas”, apontou Fabiano Piúba, titular da Diretoria do Livro, Leitura e Literatura (DLLL) da Fundação Biblioteca Nacional.  Piúba elencou ações da pasta que podem ser também direcionadas para as bibliotecas dos centros, como aquisição de acervos, qualificação de serviço bibliotecário, mediação de leitura e promoção da literatura. Uma das ideias é aplicar o programa agentes de leitura, que consiste na seleção e formação de jovens bolsistas, para criar ambientes favoráveis de leitura dentro dos CEUs e comunidades ao redor. “É fundamental o elemento de mediação na formação de leitores”, explicou.

Laboratórios Multimídia

Também foi discutida a implantação de laboratórios multimídia nos CEUs. A ideia é ampliar o simples acesso à internet. “Quando os CEUs foram idealizados, ainda existia o conceito de telecentro, que é basicamente infraestrutura de acesso à internet. O que estamos propondo é transformar esse espaço em laboratório multimídia, experimentar outras formas de se apropriar da tecnologia, não só como usuário, mas como produtor de conteúdo e desenvolvedor”, explicou Georgia Nicolau, diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da Secretaria da Economia Criativa.

Isabelle Albuquerque, da Secretaria de Polícias Culturais, propôs como referência o Programa Laboratórios de Experimentação e Pesquisa em Tecnologias Audiovisuais. A ação, desenvolvida em parceria com as universidades, apoia a implantação de centros de inovação com ações específicas, como desenvolvimento de hardware, produção de aplicativos, midialivrismo, design, entre outros. “A gente tem que saber qual é a vocação de cada CEU, as possibilidades dos labs são inúmeras”, destacou. Inicialmente, os laboratórios devem atender de 20 a 30 CEUs. O projeto está em fase inicial de desenvolvimento.

CEUs e cineclubes

A Secretaria do Audiovisual, que também participou do Fórum de Gestores e Comunidades dos CEUs, também sugeriu a integração dos equipamentos à rede de cineclubes apoiada por políticas do ministério. Cada CEU conta com cineteatro equipado com sistema de projeção audiovisual e, após a inauguração, recebe um kit da Programadora Brasil com cerca de mil obras audiovisuais. “Queremos dois agentes de audiovisual em cada CEU, recebendo bolsa para desenvolver essa programação de cinema, ligar os cineteatros às redes de cineclubes, promover debate sobre os filmes”, anunciou.

Para a representante do Grupo Gestor do CEU de Toledo (PR), Magda Ritter, essas possibilidades suprem uma lacuna de programação cultural nos equipamentos. “Essas políticas vem ao encontro da nossa necessidade. A gente espera que o ministério agilize essas ações para que o CEU possa cumprir seu objetivo original, que é o empoderamento cultural das comunidades, capacitação, eduação e descoberta de talentos”, avaliou. 

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Texto: Pedro Rafael Vilela – SEC/MinC
Fotos: Roberto Barros – SEC/MinC
Edição: Ascom / MinC