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A abertura da VII Mostra Albertina Brasil de Artes sem Fronteiras, realizada na manhã desta quarta-feira, 16, no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, foi marcada por palestras e apresentações artísticas, que evidenciaram a importância do fomento às práticas culturais entre as pessoas com necessidades especiais para a formação de uma sociedade mais igualitária.

Entre as palestras, destacou-se a Conferência ‘Cultura, diversidade e inclusão’, ministrada pela secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Márcia Rollemberg. Ela, que esteve em Sergipe especialmente para participar da Mostra, ficou surpresa e muito feliz com o que viu no evento.

“Quando assisto a um momento como este de exercício da arte, de alegria, de identidade, eu fico muito tocada. Acredito que esse evento é muito importante por trazer uma pauta em que o Brasil tem muito ainda para conquistar, que é a acessibilidade e a inclusão cultural, e que, ao mesmo tempo, articula uma série de grupos, de Pontos de Cultura, e de pessoas que fazem a diversidade em torno do avanço dos gêneros culturais nesse campo”, destacou.

Para a secretária, que focou sua palestra nos programas ‘Brasil Plural’, ‘Cultura Viva’ e nos direitos culturais, estar em Sergipe para participar da mostra Albertina Brasil reforça o compromisso do MinC com a causa da arte sem fronteiras. Segundo ela, “a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural se firma como uma parceira efetiva da causa, para articulação dessa rede, e para que possamos assim usufruir dessa arte como estamos fazendo nesse momento”. Completou, lembrando que “a rede de Pontos de cultura tem na VII Mostra Albertina Brasil – Arte sem Barreiras – uma bandeira, um marco histórico, uma afirmação da luta em favor das pessoas com deficiência e com transtorno mental, um momento de visibilidade junto à sociedade, que fortalece a Rede Cultura Viva e trabalha em prol da cidadania, dos direitos culturais e humanos e, portanto, da acessibilidade cultural.”

A Acessibilidade é uma das Metas do Plano Nacional de Cultura, pactuado entre o Ministério e a sociedade civil para o período 2011/2020. Para atender aos requisitos legais de acessibilidade e intensificar as ações de promoção do fazer e da fruição cultural por parte das pessoas com deficiência, o MinC criou o Grupo de Trabalho Interministerial de Acessibilidade Cultural (Portaria interministerial n.° 19, de 16 de maio de 2012). Com isto, de acordo com a Secretária, o comprometimento do sistema MinC e da Secretaria de Direitos Humanos será mais sistemático e intenso: “o Programa Cultura Viva, por exemplo, passa a adotar a rubrica de acessibilidade nos novos convênios, iniciando por São Paulo. Outro exemplo é que, no dia 19 de setembro deste ano, foi lançado edital, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da cidade, para a implementação de uma nova rede de 50 Pontos de Cultura no Rio de Janeiro, e esse edital possui uma versão em Libras, legenda e audiodescrição. No mesmo dia houve o lançamento da campanha do Dia temático do Teatro Acessível. Em outubro, já foram lançados dois editais de acessibilidade pela Fundação Biblioteca Nacional: Edital Livro Acessível, que constituirá uma rede descentralizada de produção e de acesso a obras adaptadas, e o Edital para Bibliotecas, que ampliará e qualificação da acessibilidade em 10 bibliotecas públicas.”, disse ela.

O chefe da Representação do Ministério da Cultura na Bahia e Sergipe, Lula Oliveira, também prestigiou o evento e se disse encantado com a força do movimento da cultura inclusiva no Estado. “O fazer cultural extrapola essa relação que julgamos por pessoas normais ou pessoas com deficiência. A arte está acima da condição física e mental do ser humano e isso é claramente visto nessa Mostra”, frisou.

Apresentações culturais

Centenas de pessoas marcaram presença na abertura da Mostra, não só para prestigiar as palestras, mas também para acompanhar as diversas apresentações culturais que aconteceram pela manhã. Entre essas atrações culturais estavam o grupo musical do Caps Claridade, chamado ‘Banda Sem Preconceito’, o grupo Tambores Urbanos, do Ponto de Cultura Albertina Brasil, o Coral Luz do Sol, coordenado pela atriz e cantora Valquíria Sandes, além dos grupos de dança Loucurarte (SE) e Corpo em Movimento (RJ).

Grupo musical Banda Sem PreconceitoO coordenador do evento, Messias Cordeiro, disse que é uma grande satisfação realizar mais uma edição do festival. “A mostra é uma continuação do trabalho que Albertina Brasil realizou, e nos sentimos na obrigação de, mesmo com todas as dificuldades, realizar este evento. Agradecemos o apoio de todos que contribuíram com essa iniciativa e também aos que vêm prestigiar essa grande festa da inclusão cultural”, disse.

Messias falou também da alegria em contar com a presença da secretária Márcia Rollemberg no evento. “A vinda dela mostra que estamos chamando a atenção do Ministério da Cultura para a pauta da inclusão social na área da cultura”, ressaltou.

Sobre a Mostra

O Festival leva o nome de uma personalidade considerada um ícone na defesa dos direitos e inclusão das pessoas com deficiência, Albertina Brasil, que faleceu em 2004, e conta com a apoio do Governo de Sergipe. A realização é do Ponto de Cultura Albertina Brasil em parceria com o Ponto de Cultura Luz do Sol.

A Mostra Albertina Brasil de Artes Sem Fronteiras acontece até o dia 19, com programação em Aracaju, Simão Dias e Nossa Senhora da Glória. Na noite desta quarta-feira, a partir das 20h acontecerá diversas apresentações culturais e artísticas no Teatro Atheneu. Já nos dias 18 e 19, a Mostra acontece paralelamente nas cidades de Simão Dias e Nossa Senhora da Glória, com oficinas, palestras e apresentações culturais.

(Edição: Comunicação/SCDC)

(Texto: Secult SE)