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Evento reúne especialistas para debater arte circense

O seminário reúne artistas e especialistas do Brasil e do exterior, no intuito de discutir os desafios da formação e o campo de trabalho dos circenses (Foto: S. Castellano)

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) promove nesta segunda-feira (28), na Escola Nacional de Circo (ENC), o II Seminário Perspectivas para a Formação nas Artes do Circo. O evento reúne artistas e especialistas do Brasil e do exterior, no intuito de discutir os desafios da formação e o campo de trabalho dos circenses. A entrada é franca e, ao final, haverá apresentação artística dos alunos da ENC.

“Nesta edição, trazemos pesquisadores para falar das perspectivas de atuação e abordar também a cooperação internacional que fortalece a criação artística”, explica o coordenador da ENC, Carlos Vianna.

Além de Vianna, participam da abertura do evento o diretor-executivo da Funarte, Reinaldo Veríssimo; o diretor do Centro de Artes Cênicas, Marcos Teixeira; e a coordenadora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), professora Suéle Maria de Lima.

Os especialistas foram divididos em várias mesas de debate. Da primeira mesa, Circo e Memória, participa a escritora, pesquisadora e editora de arte e cultura Cristina Band, aluna da primeira turma do Circo Escola Picadeiro, em São Paulo, com o tema Dicionário do Circo Brasileiro – biografias de artistas tradicionais e do circo contemporâneo. O dicionário é um desdobramento de duas pesquisas contempladas com o Prêmio Funarte Carequinha em 2012/2013 e o edital Rumos, do Itaú Cultural, em 2016. Em formato digital – site em inglês e português –, com 1500 verbetes, árvores genealógicas de famílias de circo que estão na quarta geração, fotografias e glossário, o projeto será lançado em 2017. Estarão nesta mesma mesa os professores da ENC Latur Azevedo, Pirajá Bastos, Walter Carlo, Angela Cericola, Delisier Rethy e Jamelão.

Outro destaque é a mesa específica para discutir os desafios e particularidades da pesquisa nas artes do circo, que terá a participação do professor doutor Marco Antonio Bortoleto, da Unicamp; de Patrice Aubertin, diretor de Pesquisa e do Programa de Treinamento de Professores da Escola de Circo de Montreal (Canadá); e de Gustavo Alejandro Silva, professor da Unsam (Argentina).

Para Bortoleto, o seminário é uma grande oportunidade para trocar experiências. “Temos pessoas da Bélgica, Paris, Canadá, entre outros, e podemos ver o que elas estão desenvolvendo. No Brasil, o que percebemos é um crescimento muito grande das artes circenses, com espetáculos, editais… Isso pode gerar no futuro próximo mais reconhecimento no país e no exterior”, ressalta o professor.

A mesa Experiências internacionais conta com Rachel Rache de Andrade, diretora do Polo de Circo de Marseille e da Bienal de Circo de Marseille; Malin Borg, diretora Adjunta e Relações Acadêmicas da Swissnex Brazil; Zezo Oliveira, da Secretaria de Cultura de Recife/PE; e Catherine Faudry, encarregada de ações de teatro, dança, circo, artes de rua e marionetes do Departamento de Intercâmbio e Cooperações Artísticas do Institut Français (Paris).

Realizado pela primeira vez em novembro de 2015, o Seminário Desafios e Perspectivas para Formação em Artes do Circo tinha como foco marcar o início do Curso Técnico em Arte Circense, apresentando as possibilidades e caminhos do novo curso, realizado em parceria com o IFRJ. Nesta nova edição, o evento irá debater as ações e estratégias até então desenvolvidas, mas, sobretudo, irá apontar a nova etapa do curso que se iniciará, ou seja, momento em que os alunos se preparam para a construção/apresentação de suas pesquisas individuais e trabalho coletivo.

Políticas da Funarte para o circo

De acordo com o diretor de Artes Cênicas da Funarte, Marcos Teixeira, foi criado um plano de ações para fomentar a arte do circo. Algumas iniciativas já estão em andamento. “Temos o Prêmio Carequinha, o Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua, a Bolsa Funarte de Residência em Artes Cênicas. Estamos tentando retomar a campanha Receba o Circo de Braços Abertos, para que os municípios recebam o circo de forma mais adequada. Outro projeto que queremos implantar é o Memória do Circo, que consiste na gravação de depoimentos de grandes artistas de circo – já fizemos um piloto com Orlando Orfei, mas precisamos de verba para continuar. Existem muitas outras coisas para serem feitas, mas que dependem de ações parlamentares, como a presença de animais no circo, a aposentadoria dos circenses, menos impostos para os produtos de circo… A perspectiva é positiva, mesmo com as dificuldades”, completa o diretor.

Texto e Fonte: Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura/Com informações da Funarte