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Potência da indústria cultural impacta positivamente no PIB brasileiro

 

Fontes: Firjan/Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, Ipea, Ancine

O setor gera emprego, renda e tem papel de destaque no desenvolvimento da cadeia produtiva, impulsionando a criação de serviços especializados e a abertura de espaços para novos profissionais ingressarem no mercado. Esse é o cenário da indústria cultural, cuja potência vêm impactando positivamente no desenvolvimento do Brasil. Pesquisas apontam que a participação do setor no PIB brasileiro varia de 1,2% a 2,6%, de acordo com o órgão de pesquisa e o período avaliado.

Na última década, o mercado formal de trabalho da indústria criativa totalizou 892,5 mil profissionais dos setores de cultura, consumo, mídias e tecnologia, uma alta de 90% no número de trabalhadores, bem acima do avanço de 56% do mercado de trabalho brasileiro no mesmo período. Os dados constam no Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, com base nos anos de 2004 a 2013, e divulgados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em 2014. Nesse período, foram constituídas 251 mil empresas, um incremento de 69,1% desde 2004, quando eram 148 mil. Com base na massa salarial dessas empresas, estima-se um PIB da indústria criativa de R$ 126 bilhões no período. Em termos reais, um incremento de 69,8%, quase o dobro dos 36,4% do PIB brasileiro.

“É uma visão atrasada não reconhecer o potencial de negócios da cultura. Os trabalhadores criativos vêm ganhando espaço, ano após ano, no mercado de trabalho, gerando renda e movimentando a economia”, destaca o gerente de Indústria Criativa do Sistema Firjan, Gabriel Pinto. O estudo mostra que os salários desse segmento chegam a quase três vezes a média brasileira. Enquanto o trabalhador médio ganha R$ 2 mil, o criativo supera os R$ 5,4 mil mensais. O salário elevado é justificado pela exigência de qualificação e por serem profissionais mais especializados, explica Gabriel Pinto. O ponto positivo desse cenário, na avaliação do especialista da Firjan, é de que há uma evolução do trabalho desse segmento, sinalizando uma tendência.
Ancine
Um exemplo que merece destaque e comprova o vigor do crescimento cultural na atividade econômica é verificado nos números da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Apenas as produções audiovisuais foram responsáveis por uma geração de renda de R$ 22,2 bilhões na economia, em 2013. O dado faz parte de um estudo da Ancine realizado entre os anos de 2007 e 2013 e mostra que o valor adicionado pelo audivisual teve aumento real de 65,8%, uma expansão de 8,8% ao ano. Em 2007, por exemplo, o valor era de apenas R$ 8,7 bilhões.

Devido ao crescimento acelerado, a contribuição do setor, que em 2007 representava 0,38% do valor adicionado total da economia, passou a representar 0,54% em 2013. Essa participação do setor está à frente, por exemplo, das indústrias têxtil e farmacêutica e da produção de produtos eletrônicos e de informática, o que mostra o peso crescente do audiovisual na economia brasileira. A pesquisa se baseou em dados apurados pelo IBGE.

Há consenso, ainda, de que o setor tem capacidade de crescimento. Entre os dados mais recentes, o do Panorama da Economia Criativa do Brasil, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2013, aponta que a participação dos setores criativos do país varia entre 1,2% e 2% do PIB. Já o levantamento da Firjan aponta um índice de até 2,6% do PIB. Embora significativos, ainda estão abaixo de países-modelo como França e Inglaterra.

Segundo o pesquisador do Ipea Bruno Cesar de Araújo, o Brasil é reconhecidamente uma potência cultural. E, para incrementar o setor, seria interessante uma elaboração coletiva de estratégias de movimentação do mercado em torno da cultura. A palavra-chave é agregar valor aos produtos e transformá-los em um negócio ainda mais rentável, internamente e também no exterior, com a internacionalização dos produtos brasileiros. “Capacidade para crescer [o negócio em torno da cultura] nós temos”, avalia Bruno.

Parece que há unanimidade na potencialização do que está dando certo no setor e na necessidade de se avançar. O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Bocaccio Piscitelli enxerga a atividade cultural como estratégia de desenvolvimento que transborda para diversos setores econômicos. Segundo o especialista, essa diversidade tem importância crescente, especialmente, em períodos de crise – quando o setor fica mais sensível. “É um setor que cresce com agilidade em tempos de bonança, mas também recua com recessão. É nesse momento que vejo a importância dessa atividade, pela sua diversidade e forma de se reinventar. A cultura tem peso singular na atividade econômica e não pode ser negada”, pondera.

Texto e Fonte: Mônica Bidese/Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura

Audiência Pública no Senado Federal. (Foto: Agência Senado)

A regulamentação da atividade de artesão foi tema de audiência pública no Senado Federal, nesta quarta-feira (22/4), e contou com a presença da diretora da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (MinC), Georgia Nicolau.

A diretora defendeu a importância da regulamentação, expôs os avanços do Plano Setorial do Artesanato, que subsidiará as políticas públicas para o setor nos próximos dez anos, e mostrou apoio à criação de uma conferência nacional para o segmento.

Segundo ela, poucas expressões artísticas representam tanto a riqueza da diversidade cultural brasileira como o artesanato. Contudo, o segmento ainda enfrenta grandes desafios, como o acesso às matérias primas e a comercialização. “O MinC, por meio do Plano Setorial do Artesanato, está ciente dos problemas e comprometido com a pauta, sobretudo com o próprio artesão, que é a mente criativa por trás da obra. Regulamentar a profissão do artesão significa contribuir para que esse profissional alcance sua sustentabilidade pessoal e financeira e seja reconhecido como tal”, destacou.

A audiência pública para debater o projeto de lei n º 7.755/2010, que regulamentará a profissão de artesão, foi coordenada pela senadora e vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, Fátima Bezerra (PT-RN). Ainda participaram do evento representantes do segmento de artesanato, do Poder Público e do Senado Federal.

Fonte: Assessoria de Comunicação/Ministério da Cultura

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Estatuto do Artesão é debatido em Olinda

O gestor público e assessor da Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura (SEC/MinC), Geraldo de Alvarenga Junior, representa a secretária Cláudia Leitão hoje pela manhã em audiência pública realizada pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em Olinda (PE), para debater a regulamentação da profissão de artesão.

O debate ocorre no Centro de Convenções da cidade pernambucana, tendo por base o Projeto de Lei 7755 de 2010, que propõe o Estatuto do Artesão. A discussão está inserida na programação da 14ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que acontece de 4 a 14 de julho e reúne um público estimado em 300 mil pessoas.

Inserido no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) em dezembro do ano passado, o Artesanato é um dos setoriais coordenados pela SEC no CNPC, órgão colegiado da estrutura do Ministério da Cultura (MinC) para a representação da sociedade civil na formulação das políticas públicas voltadas à cultura. Os outros setoriais coordenados pela SEC são o Design, a Moda e a Arquitetura.

texto: Ascom/SEC/MinC