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Autorização para a última etapa de intervenções será assinada nesta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro. Ao todo, o governo federal vai investir cerca de R$ 100 milhões no edifício

(publicado: 12/02/2019 10h40, última modificação: 15/02/2019 09h13)

Nesta etapa das obras, serão realizadas ações de restauração, conservação e modernização das instalações dos 16 pavimentos do Palácio Gustavo Capanema (Foto: Oscar Liberal/Iphan)

O Palácio Gustavo Capanema vai além de um edifício alto e imponente. Ao contrário, o ícone do modernismo no Brasil introduziu princípios de conforto ambiental e propôs uma relação de integração com as pessoas que o visitam e frequentam. Para preservar essa obra-prima da cultura nacional, o Ministério da Cidadania, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autoriza a finalização das obras do palácio. Com previsão de conclusão em até 30 meses, o governo federal vai investir R$ 57,8 milhões, advindos do PAC Cidades Históricas.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, destacou as especificidades que fazem do edifício um símbolo para o País. “O Palácio Capanema é um dos primeiros exemplares da arquitetura moderna no Brasil, e nós estamos finalizando a reforma deste ícone da nossa cultura para que a população tenha seu patrimônio preservado e para que ele se mantenha vivo no cotidiano de todos”, afirmou. O edifício foi tombado como patrimônio material pelo Iphan em 1948. Representantes do instituto estarão presentes na assinatura da ordem de serviço para o início das intervenções. A cerimônia será nesta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro.

Nesta etapa das obras, serão realizadas ações de restauração, conservação e modernização das instalações dos 16 pavimentos do prédio. Entre as ações, estão modernização dos espaços internos, implantação de sistema de detecção e combate a incêndio, implantação de sistemas de ar condicionado, modernização dos auditórios, conservação dos jardins do térreo e restauração do mobiliário de madeira e dos painéis de azulejos de Portinari.

As obras de Portinari presentes no palácio se juntam a de outros artistas expoentes. O secretário Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, destaca a integração entre arquitetura e artes plásticas como um dos elementos marcantes do edifício. “Além do edifício em si já representar um marco da nossa arquitetura, ele reúne obras de referência de artistas como Cândido Portinari e Bruno Giorgi. O Capanema, como um todo, é um convite à apreciação da cultura”, afirma.

Em 2020, o palácio receberá cerca de 15 mil arquitetos de todo o mundo. Isso porque o espaço será palco de eventos, workshops, exposições e palestras que irão integrar a programação do 27º Congresso Mundial de Arquitetos. Promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), representação brasileira da União Internacional de Arquitetos (UIA), o encontro ocorrerá pela primeira vez no Brasil e volta à América Latina após 42 anos.

Histórico

As obras que terão início a partir da autorização do Ministério da Cidadania são a última parte de uma série de intervenções promovidas no prédio, garantindo a completa restauração do ícone arquitetônico. Em setembro do ano passado, o Iphan entregou a restauração completa das fachadas do edifício, considerada uma etapa fundamental da obra, já que esta é uma das principais características que marcaram a série de inovações modernistas aplicadas no Palácio Gustavo Capanema.

As intervenções foram iniciadas em 2014 e já receberam investimentos de R$ 42 milhões, com ações que incluíram também a restauração dos revestimentos de pedra dos pilotis, modernização dos elevadores, impermeabilização do terraço-jardim e da cobertura do bloco de auditórios e substituição das esquadrias nobres, entre outros.

O Palácio Capanema

O Palácio Gustavo Capanema foi inaugurado em 1946, como sede do então Ministério da Educação e Saúde do Governo Vargas, comandado pelo ministro Gustavo Capanema. Para sua concepção e realização, alguns dos grandes mestres da arquitetura e das artes dos anos de 1930 estiveram reunidos, como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do francês Le Corbusier. O time ficou completo com a equipe responsável pelas artes integradas, que incluiu Roberto Burle Marx, Cândido Portinari, Bruno Giorgi, Adriana Janacópulus, Celso Antônio e Jacques Lipchitz. O edifício reuniu pela primeira vez algumas das características fundadoras da arquitetura moderna, com o uso de pilotis, planta livre, terraço-jardim, fachada livre e janela em fita.

Serviço

Assinatura da ordem de serviço para início da etapa final da obra de restauração do Palácio Gustavo Capanema
Data: 14 de fevereiro, 14h30
Local: Rua da Imprensa, nº 16, Centro – Rio de Janeiro/RJ

 

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania
Com informações do Iphan