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Osmar Terra participou da cerimônia, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (7)

(publicado: 07/02/2019 10h11, última modificação: 08/02/2019 14h33)

Lançamento de campanha apresentou calendário de atividades para a região (Foto: Mauro Vieira)

As atividades culturais prometem alavancar o turismo na região Sul do País, em 2019. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, lançou, nesta quinta-feira (7), em Porto Alegre (RS), a campanha “Patrimônio Cultural do Sul: Turismo Cultural como ativo para o desenvolvimento de cidades históricas”. O lançamento ocorreu no Palácio Piratini, localizado no centro histórico da capital. A campanha é promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cidadania.

Na ocasião do lançamento, o ministro aproveitou para reforçar que a cultura transborda questões estéticas, e promove transformação social. “A cultura tem várias oportunidades para a gente realçar: a beleza, o encantamento que a arte produz, mas também realçar a autoestima, ajudar no desenvolvimento econômico”. Segundo Osmar Terra, a união de cultura e turismo, com foco no desenvolvimento, fomenta a redução da pobreza, especialmente no caso de famílias mais vulneráveis. “Tudo o que estamos fazendo na área cultural, estamos casando com a geração de emprego e renda. O turismo e a área cultural tem um papel muito importante nestas ações”.

A riqueza cultural da região Sul integra mais de 150 bens tombados individualmente, 13 conjuntos urbanos e cinco bens arqueológicos, além do patrimônio imaterial registrado. Presente na cerimônia, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destacou que a região será prioritária ao longo do ano: “Durante o ano de 2019, todas as ações do Iphan serão prioritariamente sobre esses três estados [do Sul]”. A presidente informou que o Iphan realiza políticas com foco em regiões específicas a cada ano, de forma itinerante. Em 2018, por exemplo, a região Norte foi contemplada. Já para este ano, Kátia reforçou que conta com parcerias para promover a aproximação com a área do turismo nos estados da região Sul – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Para a presidente, “a promoção turística é fundamental para a preservação do patrimônio, que só se preserva se tiver uso e se ele for apropriado pelas pessoas com sentimento de pertencimento”.

O ministro da Cidadania destacou que as ações vão resultar, ainda, em mais conhecimento sobre a própria história: “Estas ações vão valorizar o patrimônio histórico, e a nossa gente vai ter a oportunidade de conhecer a nossa origem. Isso nos impulsiona para um futuro melhor”.

Semana de eventos

As ações voltadas ao patrimônio na região vão culminar em uma Semana de Eventos, prevista para ocorrer entre os dias 21 e 25 de outubro, em Porto Alegre. O calendário de atividades foi apresentado no evento de lançamento da campanha. Entre as atividades previstas está o Seminário Internacional Patrimônio + Turismo, que compartilha experiências exitosas de integração entre as duas áreas. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, agradeceu a escolha da capital gaúcha para sediar o encontro, destacando que a preservação do patrimônio, aliada ao turismo, é uma ferramenta de promoção do desenvolvimento local. “Gera empregos e extrai riquezas que ajudam a preservar o patrimônio e, ainda, devolve à população empregos e renda. Tenho certeza que o evento vai ser importante para discutir políticas públicas de preservação do patrimônio que nos orgulha muito”, avaliou.

Outra atividade prevista para semana é a entrega do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Na maior festa do patrimônio cultural brasileiro, o governo federal vai reconhecer projetos que contribuem para a manutenção deste patrimônio, com ações de preservação. Além da visibilidade às comunidades envolvidas, o reconhecimento nacional promove a aproximação com novos parceiros e a possibilidade de continuidade de suas iniciativas. O prêmio é oferecido desde 1987, está em sua 32ª edição, e foi assim denominado em homenagem ao primeiro dirigente do Iphan. Representa uma política pública realizada em parceria com a comunidade: anualmente, o evento revela simples ideias que transformam realidades.

O lançamento da mais recente edição da Revista do Patrimônio, uma das publicações institucionais mais antigas e respeitadas do País, também vai ocorrer na programação especial apresentada. A reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural também será sediada na capital gaúcha, em outubro. O conselho é o órgão colegiado de decisão máxima do Iphan, responsável pelo exame, apreciação e decisões relacionadas à proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Patrimônio da região

Apesar de ser a menor região brasileira em extensão territorial, o Sul oferece um inventário plural de bens culturais que será divulgado, valorizado, promovido e debatido coletivamente pelo governo federal e seus parceiros, ao longo do ano. Trata-se de uma vasta lista de edificações, conjuntos urbanos, manifestações culturais, bens arqueológicos e ferroviários.

Apenas do Rio Grande do Sul, onde ocorre o lançamento da campanha, são 3.263 sítios arqueológicos cadastrados e diversos bens materiais tombados, incluindo sete conjuntos urbanos – localizados na capital Porto Alegre e nos municípios de Pelotas, Novo Hamburgo, Santa Tereza, Antônio Prado, Jaguarão e Vila de Santo Amaro do Sul.

Entre os bens imateriais registrados, estão as Tradições Doceiras da Região de Pelotas e Antiga Pelotas. Bem casado, marmelada, quindim, pessegada, ninho, camafeu, figo em calda, amanteigado, ameixa recheada, abóbora cristalizada, bolo de noiva e tantas outras delícias fizeram com que a região ficasse conhecida como a “terra do doce”. Mais do que simples quitutes, eles representam um importante contexto histórico e cultural que elevam seu significado para além da função de alimento. E é exatamente o modo de fazer os doces locais que foi registrado no Livro dos Saberes do Iphan.

São Miguel das Missões

Ruínas de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões (RJ). Foto: Divulgação

Já na sexta-feira (8), no município São Miguel das Missões, o ministro visitará o Parque Histórico, onde assinará ordem de serviço para início da primeira etapa da obra de requalificação urbanística do entorno de São Miguel Arcanjo, um dos sítios arqueológicos que compõem o Parque Histórico Nacional das Missões. O Parque é composto ainda pelos sítios arqueológicos de São Lourenço Mártir, São Nicolau e São João Batista.

Osmar Terra participa também da cerimônia de entrega, ao povo Guarani, do certificado da Tava como Patrimônio Cultural do Mercosul. O certificado é o reconhecimento da presença ancestral deste povo indígena no local, considerado sagrado. O evento contará também com a presença de representantes do povo Guarani e da coordenadora-executiva da Comissão de Patrimônio Cultural do Mercosul, Gabriela Gallardo.

O investimento previsto para a primeira etapa da obra de requalificação de São Miguel Arcanjo é de R$ 3,05 milhões, por meio do PAC Cidades Históricas. Entre as melhorias previstas, estão o novo pavimento de pedra, ciclovias com pavimento rígido, calçadas com pavimento em concreto e telas de aço, acessibilidade, trilhas, paisagismo e requalificação de três praças. O projeto visa a melhoria da infraestrutura urbana do entorno do Sítio tombado, melhorando as condições de habitabilidade, drenagem e tráfego.

Para todo o estado, o PAC prevê o investimento total de R$ 154,43 milhões. São 29 obras previstas em quatro cidades do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, São Miguel das Missões, Jaguarão e Pelotas. Do total, R$ 36 milhões já foram investidos em obras como a Restauração do Mercado Público, em Porto Alegre.

 

Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania