9.11.2018 – 10:1
Você sabe o impacto econômico que um evento cultural pode ter? Geração de renda, arrecadação de impostos e criação de empregos são alguns dos benefícios, que vão muito além do simples entretenimento. Com o programa Rio de Janeiro a Janeiro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) desenvolveu uma metodologia que permitiu mensurar dados como esses e comprovar que o retorno financeiro de um evento cultural vai muito além do investido. Lançado pelo Ministério da Cultura no final do ano passado, o programa Rio de Janeiro a Janeiro visa contribuir para a revitalização econômica do estado por meio do apoio à realização de eventos capazes de atrair investimentos e turistas.
O tema foi abordado nesta quinta-feira (8) durante palestra no Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR), megaevento que está sendo promovido até este domingo (11), em São Paulo, pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela Apex-Brasil. Ao longo do evento, o coordenador da Fundação Getúlio Vargas, Lauro Nobre, explicou a criação do programa, os objetivos, a metodologia utilizada e citou alguns resultados de eventos mensurados, como o Carnaval e o Réveillon. “Queremos mostrar que a cultura tem um viés econômico e que isso pode, sim, ser mensurado”, destacou.
A iniciativa do governo federal selecionou 154 projetos, que tiveram impacto de R$ 13,2 bilhões e geraram 351 mil postos de trabalho. Cada real investido em eventos do programa Rio de Janeiro a Janeiro resultou em um retorno de R$ 13. Ao longo do debate, Nobre lembrou ainda que a FGV realizou estudos específicos para a Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), Carnaval, Réveillon, Anima Mundi e Game XP.
Nobre citou também alguns resultados específicos do Carnaval do Rio de Janeiro e da Game XP, que geraram, respectivamente, R$ 3,02 bilhões e R$ 53,9 milhões. “Esse pacote de metodologia está pronto e pode ser usado por outras instituições, é adaptável a outras realidades”, informou.
Oportunidade
O representante da FGV abriu a palestra falando sobre a criação do programa Rio de Janeiro a Janeiro, que surgiu para fomentar projetos de âmbito cultural, esportivo e turístico no estado do Rio de Janeiro em um momento de enfraquecimento econômico. “O Ministério da Cultura viu uma oportunidade de enxergar o setor cultural e eventos como algo que prova que vão além de entretenimento e que podem fomentar a economia do local”, explicou.
Em seguida informou o passo a passo de como foi implementado o programa, que exigiu delimitar o perfil de projetos, a forma de inscrição, elaborar a concepção de um banco de dados e de um regulamento, além de desenvolver um hotsite e uma metodologia de cálculo e avaliação. Também houve um acompanhamento pós-evento, que procurou comparar resultados estimados com os de fato registrados.
Em relação à metodologia de cálculo e avaliação, a FGV criou diversos parâmetros. Estabeleceu, por exemplo, o retorno sobre investimento público, que é tratado só sob a ótica do governo, e o índice de alavancagem econômica, que é o retorno sobre o investimento sob a ótica da sociedade. O primeiro, é medido pela divisão do retorno em tributos pelo investimento público e o segundo corresponde ao Impacto econômico total dividido pelo investimento total.
Para cada eixo do programa, que inclui temas como o impacto na geração do emprego, o impacto social e o potencial de continuidade e expansão, foram consideradas variáveis. Entre elas, número de edições anteriores, quando ocorreu a última edição, expectativa de novas edições, valor pleiteado, percentual de mão de obra contratada, e número de turistas brasileiros e estrangeiros.
Sobre o MicBR
O Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR), promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ocorre até 11 de novembro, em São Paulo. O megaevento reúne milhares de empreendedores brasileiros e de sete países sul-americanos em atividades de capacitação, rodadas de negócios e apresentações artístico-comerciais, além de um público geral de aproximadamente 30 mil pessoas. Dez áreas da produção cultural estarão envolvidas: artes cênicas, audiovisual, animação e jogos eletrônicos, design, moda, editorial, música, museus e patrimônio, artes visuais e gastronomia.
Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura
A cultura é educação, inclusão e também economia, toda iniciativa como o trabalho da FGV fará mais eficiente as políticas culturais e trará impactos ainda maiores.
Exemplo de projeto sucesso é o Mãos que Valem.
Boa noite:
Sobre o método apresentado pela FGV, no meu entender parece mais um apelativo para que não acabe a festa da carne, que tem sido a destruição das famílias que residem neste país. Se o proposto não ficar apenas no escrito, mas não produzido, haverá uma melhora nas condições deste povo sofrido, que continua sendo escravizado nas condições morais, de moradia,escolaridade, cuidado corporal,é o que não só o Rio de Janeiro, mas todos os Estados necessitam.
Medir impacto econômico é um fator que envolve uma centelha de conhecimentos embasado no âmbito social cultural, é muito importante o trabalho da FGV ( Fundação Getúlio Vargas), de alguma forma o evento cultural prova no meio social como tão importante a geração econômica social, alem disso centraliza inúmeras artes que possam articular interesses individuais, empresarial.
Eu acho que os grandes centros são os mais valorizados e favorecidos tanto na esfera de aprovação como de captação de dinheiro para projetos, e o que favorece isso, é o turismo, moro no interior do estado de Santa Catarina, temos aqui orquestras de cordas, bandas, grupos de dança e teatro, mas não temos nada que atrai turistas para nossa região, como praias, parques etc, e devido a isso, percebo grande dificuldade para os grupos culturais da cidade sobreviver, e uma dificuldade ainda maior do profissional sobreviver somente de sua arte, creio que a solução para isso, e vir para as cidades interioranas, politicas de incetivo e desenvolvimento cultural.
Não tenho dúvida que eventos culturais geram benefícios para a economia. Infelizmente é visto por muitos como entretenimento apenas, mas para aqueles que tem um pouco mais de afinidade, contato e respeito com a área cultural, sabem que a cultura é um meio que contribui muito para a economia desde que haja um investimento e organização sobre os planos para projetos e iniciativas culturais. Acho que a FGV traz esclarecimento e valorização com este programa, porque o que falta muitas vezes é mostrar dados de forma organizada para que haja investimento.
boa tarde sou diretor de cultura do município de Jussara-Ba e preciso de mais informacões sobre a lei Aldir Blanc; como fazer o cadastro dos artistas e grupos culturais.para receber o auxilio ainda de 2020.
Prezado Carlos,
Obrigada pela mensagem! Para obter informações sobre a lei Aldir Blanc acesse o portal http://portalsnc.cultura.gov.br/auxiliocultura/ ou escreva para o e-mail auxiliocultura@turismo.gov.br.
Atenciosamente,
Equipe do Plano Nacional de Cultura