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19.9.2018 – 11:02

No Dia Nacional do Teatro e do Teatro Acessível, celebrado nesta quarta-feira (19), a Fundação Nacional de Artes (Funarte) celebra seu público. Em 2017, 39.648 pessoas foram aos espaços culturais da Funarte em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. E, até julho deste ano ano, uma plateia de 24 mil assistiu as apresentações em seus palcos. “A presença do público é o mais importante para estimular os eventos e peças”, resume a assessora de Artes Cênicas da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Julia Guedes.

E para facilitar o acesso de um público ainda maior, o governo federal sancionou, em 2017, a criação da efeméride  “Dia Nacional do Teatro Acessível”. A celebração visa incentivar atividades cênicas que ofereçam práticas de acessibilidade física e comunicativa a pessoas com deficiência. A iniciativa surgiu após a campanha Teatro Acessível: Arte, prazer e Direitos, realizada pela ONG Escola de Gente, em 2011. A celebração incentiva atividades cênicas que ofereçam práticas de acessibilidade física e comunicativa a pessoas com deficiência.

Nessa modalidade são incluídos recursos como audiodescrição, atendimento prioritário, reserva de assentos, material em braile, letra ampliada, legendas e até intérpretes de libras. Segundo a criadora da ONG, Cláudia Werneck, a classe artística está mais interessada na acessibilidade e na proposta de liberdade do público em circular por todos os espaços culturais.

“Acessibilidade na cultura é um direito e isso é inegociável. O teatro acessível é livre, porque pratica inclusão, e porque não exclui pessoas por seus modos de ouvir ou não ouvir, enxergar ou não enxergar, andar ou não andar, ter um intelecto que se movimento mais vagarosamente”, pontua Cláudia.

O grupo Os Inclusos e os Sisos, criado em 2003 pela atriz Tatá Werneck, usa mais de 10 tipos de recursos, como língua de sinais desde a fila de entrada, estenotipia, audiodescrição, visita tátil ao cenário, piso tátil, material de comunicação em braile, letra ampliada e formatos digitais em meios físico e online, linguagem simples, além de rampas de acesso e banheiros adaptados. Até mesmo língua de sinais tátil, usada por pessoas surdocegas, é disponibilizado. Mais de 100 mil pessoas de 19 estados já assistiram aos espetáculos do grupo.

 

Teatro

O Ministério da Cultura (MinC)  e suas sete entidades vinculadas vem conduzindo uma série de ações, planos e programas que tratam do tema da acessibilidade, além de buscar que seus próprios equipamentos sejam acessíveis às pessoas com deficiência.

Na unidade da Funarte de São Paulo, há acessibilidade física para cadeirantes no Complexo Cultural e é oferecido cadeira de rodas no Espaço Arena. A unidade da Funarte no Rio de Janeiro, locada no Palácio Capanema, tombado como patrimônio cultural pelo Iphan, está fechada para reformas que devem contemplar pré-requisitos de acessibilidade.  Na unidade da Funarte de BH, há vaga de veículo reservada e sinalizada para cadeirantes, rebaixamento do meio-fio na calçada, o piso é tátil direcional e a bilheteria acessível.

Todos os seis galpões também são adaptados com piso tátil direcional, rampa de acesso à área externa com corrimãos em 2 alturas, banheiros acessíveis e piso tátil. O portal da Funarte www.funarte.gov.br oferece versões acessíveis de vídeos produzidos pelos seus servidores, nos seguintes links: http://www.funarte.gov.br/audio-descricao/http://www.funarte.gov.br/libras/ e http://www.funarte.gov.br/closed-caption/.

Desde 2004, já há legislação que especifica o número de espaços e assentos reservados para pessoas com deficiência em teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares. O texto determina que 4% dos lugares desses espaços sejam direcionados a pessoas com mobilidade reduzida. Em locais com capacidade acima de mil pessoas, deverão ser garantidos pelo menos 40 espaços.

Além de apresentar a quantidade de lugares por perfil, o texto do Decreto nº 5.296 assegura ainda que 50% dos assentos reservados tenham características dimensionais e estruturais para o uso por pessoa obesa, com a garantia de, no mínimo, um assento. No caso das salas de espetáculo, elas deverão dispor de meios adequados entre as quais estão legenda oculta, audiodescrição, intérprete de Libras e de guias-intérpretes.

 

Grandes talentos

O Dia Nacional do Teatro também é o momento ideal para lembrar e homenagear grandes nomes das artes cênicas. Plínio Marcos, Nelson Rodrigues, Dias Gomes, Ariano Suassuna e Chico Buarque são alguns dos autores mais representativos. O teatro brasileiro celebra talentos de atores e atrizes como Paulo Autran, Bibi Ferreira, Laura Cardoso, Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, entre muitos outros.

Segundo a administradora cultural Sharine Melo, da Funarte São Paulo, as salas da instituição contam um pouco da história do teatro brasileiro. “A Sala Guiomar Novaes recebe grande quantidade de grupos jovens, que necessitam de espaço para ensaios e apresentações. Já o Teatro de Arena Eugênio Kusnet foi fundamental para o desenvolvimento da linguagem dramatúrgica nacional. Inúmeros artistas consagrados, como José Renato, Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, passaram pelo lugar”, recorda.

De 2015 a agosto de 2018, foi captado R$ 1.437 bilhão para eventos relacionados ao teatro pela Lei Rouanet.  Foram 6.465 projetos neste período, sendo mais de R$ 1.108 bilhão destinado a peças de teatro, teatro de bonecos, de formas animadas e teatro musical.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura