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14.9.2018 – 9:55

Atualmente, o Brasil tem cerca de 2,2 mil salas de cinema, mais que o dobro do que havia em 1997. Mas esse crescimento ainda está aquém do esperado – o Brasil é apenas o 60º país na relação habitantes por sala – e as salas ainda se concentram nas grandes cidades brasileiras, em locais de renda mais alta da população. Para mudar essa dinâmica, existe desde 2012 o Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine). Em 2018, foram nove projetos aprovados, com a previsão de construção de 93 salas de exibição até o fim do próximo ano.

O Recine é um regime especial de tributação, voltado à expansão e à modernização do parque cinematográfico brasileiro. Ele determina que as operações de aquisição no mercado interno ou de importação voltadas à implantação ou à modernização de salas de cinema sejam desoneradas de todos os tributos federais, como Imposto de Importação, IPI, PIS/Pasep, Cofins, PIS-Importação e Cofins-Importação.

A medida estimula a digitalização do parque exibidor em operação e reduz os custos dos investimentos em novas salas. Das 93 salas de cinema previstas para serem entregues até o fim de 2019, 60 estão localizadas em cidades do interior da Bahia, Pernambuco, São Paulo, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), as Regiões Norte e Nordeste, as periferias urbanas e as cidades pequenas e médias do interior são as áreas mais deficitárias de salas e complexos de exibição.

“A nova política do audiovisual entende que os investimentos devem ser realizados em todos os elos da cadeia. Basta ver o Plano Anual de Investimento de 2018, com recursos que vão da capacitação à preservação. Sabe-se que não adianta um grande investimento em produção se não apoiarmos e trabalharmos o campo da exibição. O papel fundamental do Recine se dá nesse contexto, em que o regime especial de tributação permite a expansão e a modernização do parque exibidor”, analisa a superintendente de Desenvolvimento Econômico da Ancine, Angélica Coutinho.

De acordo com o diretor financeiro da UCI Cinemas, Carlos Wolmer, o regime facilitou a expansão para o interior. “Após concedido o credenciamento ao Recine, diminui-se significativamente os custos de aquisição de equipamentos para os exibidores, permitindo que estes levem a cidades do país salas de cinemas de alta qualidade audiovisual, com equipamentos importados de última geração, propiciando à população desses locais uma experiência cinematográfica jamais vista anteriormente”, afirma Wolmer.

O Recine faz parte do Programa Cinema Perto de Você, voltado para a inclusão de consumidores da classe C, cerca de metade da população brasileira. O programa busca a desconcentração geográfica das salas, com estímulos especiais para as regiões Norte e Nordeste e para as cidades do interior pouco ou não atendidas por salas. Para participar do regime, empresas exibidoras, construtoras, incorporadoras e locadoras de equipamentos para salas de cinema deverão credenciar previamente seus projetos na Ancine.

“A história tem mostrado que, por mais novas mídias que apareçam, as outras decretadas mortas acabam se reinventando e, no fundo, nada substitui a experiência da sala escura do cinema. E ainda há 4 mil municípios sem sala de cinema no país – muitos deles com mais de 200 mil habitantes. O programa Cinema Perto de Você permite que essa experiência seja acessível a todos”, resume Angélica Coutinho.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação / Ministério da Cultura