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O Ministério da Cultura investiu mais de R$1,68 milhão na recuperação das estruturas do Museu das Missões (Foto: Divulgação Museu das Missões)

O Museu das Missões, localizado em São Miguel das Missões (RS), será reaberto ao público em sua integralidade, após ter sido atingido por um tornado e fortes chuvas em abril de 2016. A intempérie climática provocou danos a suas instalações físicas e parte de seu acervo, o que fechou as portas do Pavilhão Lúcio Costa do Museu desde então. Os presidentes do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Marcelo Araújo, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Katia Bogeá, participam da cerimônia de reabertura do museu.

O trabalho de recuperação do museu administrado pelo Ibram foi realizado em parceria pelas instituições vinculadas ao Ministério da Cultura. As obras emergenciais foram contratadas e fiscalizadas pelo Iphan, com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Foram mais de R$1,68 milhão investidos na recuperação das estruturas que incluem a Casa do Zelador, Pavilhão Lucio Costa e Sacristia Velha do Sítio Histórico de São Miguel Arcanjo. Com a força dos ventos, a cobertura do edifício foi fortemente comprometida, com destelhamento, deslocamento e desalinhamento de peças de madeira, além de ter comprometido parcela do acervo.

Com a reabertura do Museu, será apresentada uma exposição com a contextualização do que ocorreu no local há mais de um ano, contando como o acervo e o próprio edifício foram afetados pelo tornado. Uma das salas de exposição foi reservada para mostrar aos visitantes o processo em curso de tratamento das peças e recuperação do acervo atingido.

Missões Jesuíticas no Brasil

São Miguel das Missões foi o local de uma das missões jesuíticas que compreendiam os 30 povos indígenas entre Brasil, Argentina e Paraguai durante a colonização portuguesa e espanhola. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes dos Sete Povos das Missões e a visita resultou no tombamento, pelo Iphan, em 1938, dos remanescentes das Missões. No mesmo ano, o sítio arqueológico de São Miguel foi declarado Patrimônio Mundial Cultural pela Unesco e, em 2009, foi criado o Parque Histórico Nacional das Missões, que reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e o de São João Batista.

O Iphan também inscreveu, em 2014, o bem imaterial Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani, no Livro de Registro de Lugares. A Tava Miri São Miguel Arcanjo é entendida como lugar de importância e referência cultural, pois converge significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de São Miguel Arcanjo.

As Missões Jesuíticas Guaranis – um sistema de bens culturais transfronteiriços em território do Brasil e da Argentina – compõem-se de um conjunto de remanescentes dos povoados implantados em área originalmente ocupada por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da Coroa Espanhola na América, durante os séculos XVII e XVIII. Representam importante testemunho da ocupação do território e das relações culturais que se estabeleceram entre os povos nativos, na maioria da etnia Guarani, e missionários jesuítas europeus.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura, com informações do Ibram e Iphan